Jogadas Do Destino

Capítulo 25

Ryan estava tenso, os seus punhos coçando para esmurrar e tirar o sorriso arrogante do rosto de Billy.

Os hematomas levemente roxos ainda estavam presentes na pele pálida do homem de idade. Pedro se segurava para não cometer nenhuma loucura e causar mais problemas para Ryan.

— Não vai cumprimentar o seu treinador, Borges? — o loiro o ignorou completamente e voltou a sua atenção para a mulher alta que o encarava.

— Oh, parece que alguém vai ser pai — continuou ao observar a barriga de Pedro que já dava nas vistas e o loiro quis partir para cima do outro porém o gestante segurou o braço do marido.

— Porque veio aqui, Billy? Não basta você ter destruído a minha vida — Ryan esbravejou claramente abalado pelo que o seu treinador tinha feito com ele.

— Não, não, não, Ryan. — debochou o homem sentado na sua cadeira de rodas por ainda ter dificuldades para se mover, aquilo intrigou bastante Ryan porém se manteve quieto.

— Foi você que escolheu destruir a sua vida, a sua carreira brilhante. Não me culpe por coisas que não fiz e comparado ao seu grande amor você não perdeu quase nada — Billy falou cutucando ainda mais a ferida do loiro que se ajudou o seu parceiro a sentar no sofá.

— Eu fui suspenso dos jogos da próxima temporada por sua causa, você acha isso pouco? — o menor abraçou o braço do marido que literalmente tremia de raiva.

Ryan podia não admitir mas passar semanas indo aos jogos para ficar no banco estava acabando com ele. O loiro adorava jogar basquetebol e ser o líder da equipe que sempre sonhou pertencer era maravilhoso para ele.

Entretanto, o acidente com Billy destruiu isso. Ele não aguentava mais não fazer a única coisa que o fazia sentir completamente vivo. Obviamente que amava Pedro e o bebê que esperava, porém não podia comparar ao seu grande sonho.

— Não se faça sonso, Ryan. Dinheiro nunca foi um problema para os Borges, então porque se preocupar com essas coisas — o seu treinador disse. Ryan não ficou surpreso pois sabia exactamente o que Billy queria com aquela situação toda.

— Quan… nós conversamos quando o seu marido não estiver aqui, Ryan — disse saindo da presença do casal.

Billy saiu, deixando Ryan e Pedro sozinhos na sala. O silêncio pairou pesado entre eles, como se ainda pudessem sentir a presença incômoda e carregada de hostilidade do treinador.

Pedro, ao lado de Ryan, continuava com a mão no braço dele, como se pudesse, com aquele toque, acalmar a tempestade interna do marido.

Ryan respirou fundo, tentando controlar a raiva que fervia em seu peito. Ele sabia que deveria manter a calma, mas o olhar provocador e as palavras cruéis de Billy ressoavam em sua mente.

Ele apertou os olhos, buscando clareza, e desviou o olhar para Pedro, que o observava com uma expressão de preocupação sincera.

— Você está bem? — Pedro perguntou, com a voz suave, mas cheia de apreensão.

Ryan hesitou, sentindo o peso das emoções. Ele balançou a cabeça e esfregou o rosto, tentando encontrar as palavras certas.

— Eu... não sei, Pedro. — Ryan respondeu, a voz carregada de frustração.

— Ele só... ele só consegue me desestabilizar de uma forma que eu não suporto. E eu odeio isso. Odeio que ele ainda tenha esse poder sobre mim — Pedro, ainda segurando o braço de Ryan, apertou levemente sua mão.