— Tem certeza que não fizeram nada com você? — Pedro perguntou pela décima vez, enquanto passava a toalha branca nas madeixas loiras do marido.Depois de um tempo conversando com a família, o casal subiu para o quarto.
Pedro, já de banho tomado, havia trocado o moletom por algo mais confortável. Ele quis tomar banho com Ryan, mas o loiro pediu que fosse primeiro, enquanto resolvia algumas pendências com Gastón e seu pai.
Agora, Ryan saía de um longo banho após passar vinte e quatro horas sem ver água.
Fechou os olhos, inalando o cheiro de amêndoas que impregnava a pele quente de Pedro, que usava uma de suas camisas, larga demais para o corpo magro, e um calção que cobria até a metade das coxas.
O loiro não conseguiu conter um sorriso quando viu o marido sentado em seu quadril, ajudando a secar seu cabelo.
— Amor, eu estou bem. Você não precisa se preocupar tanto — disse Ryan, tentando tranquilizá-lo enquanto acariciava gentilmente as coxas do mais velho. Pedro abaixou os olhos, sentindo a timidez aflorar com a preocupação de Ryan.
— E você? Não está sentindo dor? Está tomando a medicação direitinho? — Pedro assentiu concentrado na sua tarefa. As madeixas loiras eram tão macias e a toalha deslizavam por elas, uma sensação estranhamente viciante tomou conta de Pedro ao fazer aquilo.
— O Billy está em estado grave, e a polícia desconfia de você. É claro que não estou bem, Ryan. — Pedro envolveu os ombros do marido, que percebeu o quanto ele estava abalado.
— Você está aqui agora, mas... por quanto tempo? Aquele homem vai continuar mentindo, inventando calúnias. Eu sei que ele merece o pior, mas não quero que você se perca por causa dele — a voz de Pedro soava apreensiva, seus olhos castanhos presos aos de Ryan, como se buscassem uma resposta reconfortante.
Ryan segurou o olhar de Pedro, firme.
— Eu não fiz aquilo com o Billy, e vou provar. Sim, perdi a cabeça e o soco foi um erro, mas todos vocês viram o que aconteceu — confessou melancólico.
Ele se arrependia profundamente de ter cedido às provocações de Billy, mas, no fundo, sentia um estranho alívio por ter dado aquele soco.
— Aquele desgraçado envenenou você e... — Ryan não conseguiu continuar, percebendo a tristeza nublando os olhos de Pedro.
Ver o marido assim o destruía por dentro. O homem nova iorquino estava ciente que levaria tempo para se curar do luto pelo bebê deles mas precisava ser forte e continuar firme pela sua família.
Num movimento quase instintivo, Ryan puxou Pedro para mais perto, envolvendo sua cintura com firmeza. Pedro ergueu os olhos, e encontrou o azul dos de Ryan brilhando com uma intensidade que o fez sorrir, mesmo sem querer.
— Vai ficar tudo bem — murmurou Ryan, a voz suave, quase temerosa, como se Pedro fosse feito de cristal.
Pedro não resistiu àquelas palavras, tão delicadamente ditas.
Ele seguiu os lábios quentes e macios de Ryan, que se moviam em perfeita harmonia com os seus. O loiro o apertou ainda mais contra si, desejando perder-se no cheiro de amêndoas que se misturava ao seu.
Pedro sentiu seu corpo leve, flutuando, como se todas as suas preocupações e medos estivessem sendo lavados por aquele calor que só Ryan sabia provocar.
Um calor que ele não experimentava havia tanto tempo. Ryan, por sua vez, sentia-se diferente. O prodígio do basquetebol, o playboy rebelde, jamais imaginou que poderia se apaixonar dessa forma.
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Jogadas Do Destino
RomanceRyan Hunter é um talentoso e jovem jogador de basquete que vive no topo do mundo, conhecido tanto por suas habilidades na quadra quanto por seu estilo de vida extravagante e irresponsável. Apesar de sua fama e riqueza, Ryan se sente profundamente so...