Jogadas Do Destino

Capítulo 08

Bianca estava rindo como doida há quase cinco minutos e Ryan somente bebia o seu cocktail sem se preocupar com as demais pessoas vendo.

O contrato havia sido assinado há dois dias e Ryan mantinha a rotina de sempre. Ir treinar para o jogo contra os Lizards e beber a noite toda até não aguentar mais.

— Não acredito que aplicaram o golpe da barriga em você! — Bianca disse totalmente alheia às pessoas que olhavam para eles dentro da boate.

— Admito que não esperava ter filhos tão cedo mas a culpa foi minha por não me cuidar naquela noite — comentou tranquilamente.

O loiro estava tão bêbado que nem mesmo se importava com a mulher sentada no seu colo.

Bianca tragou o seu cocktail observando o seu melhor amigo escutar atentamente as suas palavras.

— Eu sempre soube que ele era uma puta que dormia com todo homem que via mas nunca imaginei que daria o golpe da barriga em algum infeliz — Ryan virou o rosto em direcção a mulher negra no exacto instante que a mulher sentada no seu colo quis beijá-lo.

— Eu sou casado. Cai fora! — a mulher saiu do seu colo espumando de raiva. Ryan estava a dias sem transar ou mesmo beijar ninguém e dormir na mesma cama que Pedro não ajudava.

— Ryan! — escutou assim que ia respondendo a sua melhor amiga e voltou-se para a figura graciosa que lhe tirava o sono nos últimos dias.

— Qual é Gaston? Só estamos nos divertindo! — a mulher negra indagou insatisfeita com a interrupção repentina do homem que vivia colado a Ryan.

— O seu marido disse que tem visitas e pediu para voltar para casa — o jovem nova iorquino quis resmungar quando o homem contratado por seu pai falou mas a curiosidade não deixou continuar.

— Visitas? — Gastón sorriu sorrateiramente quando notou que tinha a atenção do loiro.

Gastón não queria dizer nenhuma mentira ao jogador de basquetebol mas sabia que Ryan não sairia dali se não dissesse alguma coisa relacionada a Pedro.

— O Ronal… — ficou em pé sem ao menos deixar o seu agente terminar de falar. O jovem colombiano soltou um suspiro aliviado por o seu plano ter resultado na perfeição.

Do outro lado, Pedro se revirava na cama sem sono. Aquela cama era muito grande para ele conseguir dormir sozinho e sem contar que no fundo ele só procurava uma desculpa para ficar com Ryan.

Soltou um suspiro longo ao lembrar do beijo que não saía da sua cabeça. Ele não parava de pensar no loiro brutamontes que facilmente derretia o seu corpo com um simples toque.

Estava ciente do casamento falso que tinham porém o seu coração insistia em nutrir sentimentos por Ryan e de certa forma o incomodava o facto do loiro não estar dormindo na cama que ele próprio escolheu para os dois.

— É só pelo bebê — puxou os dreadlocks tentando convencer. Tocou o seu ventre ainda raso, onde o fruto daquela noite e a razão para Ryan ter sugerido a ideia do casamento.

Tentando tirar o loiro dos seus pensamentos, pegou o seu Redmi 13 tocou chamando a atenção do homem negro que o pegou. Não conseguia dormir então porque não ficar vendo coisas aleatórias na internet?

Pedro saiu da cama irritado quando recebeu uma foto onde o seu marido parecia estar se divertindo numa boate e ele parecia tão confortável com a mulher sentada no seu colo.

Ryan mal ficava em casa desde que o seu casamento foi realizado alegando sempre ter que se preparar para um jogo importante e ali estava ele, como uma mulher qualquer enquanto o mesmo tinha dito que lhe queria com nenhum outro homem.

Pedro sentiu as lágrimas caindo em puro frustração. Ele queria odiar aquele loiro arrogante que o fazia querer abrir as pernas sempre que encontrava aqueles azuis.

A porta do seu quarto foi aberta abruptamente por um Ryan ofegante, o seu rosto vermelho e a fúria preenchendo os olhos azuis, intrigou Pedro.

Pedro não pensou duas vezes e caminhou às pressas em direcção a Ryan que foi rápido ou teria recebido uma bofetada do homem mais baixo.

O homem negro exasperou quando Ryan, sem esforço nenhum ergueu o seu corpo do chão e o jogou na cama.

Ryan sentiu um certo orgulho por ser um atleta. Os seus treinos incansáveis e anos de jogo, afinal serviam para alguma coisa além de basquetebol.

— Solta-me! Porque não vai ficar com as suas putas e me deixa em paz! Solta, Ryan — disse entre dentes. O maior envolveu os pulsos de Pedro usando uma mão.

Ryan percebeu que Gastón havia mentido assim que chegou em casa e nenhum dos empregados dele informou sobre o seu irmão ou pai.

— Eu não quero você recebendo visitas de homens principalmente de ex ou qualquer desgraçado que esteja interessado em ti — os olhos azuis contemplaram o rosto retorcido de Pedro.

Os seus dreadlocks cobriam parcialmente o rosto dele, os olhos castanhos mostravam uma mistura de raiva e desejo que agradaram bastante o loiro.

— Se você pode foder com quem quiser porque eu não posso? — Pedro estremeceu ao sentir a mão pesada deslizando lentamente para dentro do seu pijama.

Ryan adorava sentir a textura macia da pele do homem negro, desde a primeira vez que fizeram sexo na casa de Bianca, o seu corpo não esquecia a sensação de tocá-lo.

Pedro mordeu o lábio inferior tentando reprimir o gemido quando o polegar de Ryan massageou o seu mamilo esquerdo e depois desceu para apertar a lateral da sua cintura.

O homem loiro passou a língua pelos seus lábios, de repente sentiu a sua boca ficando seca. Ergueu a camisa deixando a barriga ainda lisa, a pele escura fascinava os olhos azuis, os seus mamilos escuros que desejava passar a língua, chupar fizeram Ryan engolir seco.

Ryan percebeu que não conseguiria mais continuar fingindo que Pedro o afectava não somente fisicamente mas emocionalmente porém não iria ceder. Ele era um homem que conquistava tudo que queria e com Pedro não seria diferente.

— É mesmo? — Pedro sentiu o desafio vindo da voz do homem que prestava na cama e não se importou nem um pouco de tê-lo daquele jeito.

— Quer mesmo descobrir? Porque eu tenho uma lista enorme de pretendentes — respondeu provavelmente alheio ao impacto das suas palavras sobre Ryan.

— Disseste que não haveria infidelidade durante o nosso contrato mas você foi foder com uma vadia e nem mesmo fez questão de esconder, então não se surpreenda se eu for procurar outro — sorriu ao ver o mais novo trincando o maxilar.

— O Ronald é um gato e muito bom de cama. Não me importaria de repetir a noite maravilhosa qu… — Pedro sentiu a mão firme envolver o seu queixo e os lábios quentes dominando os seus.

O homem negro revirou os olhos adorando ter a língua de Ryan explorando a sua boca, o gosto álcool misturado a doçura da boca de Ryan que literalmente lhe devorava.

Pedro aproveitou para envolver os ombros do loiro quando soltou as suas mãos e foi apertar as suas coxas.

O mais velho não quis reprimir o gemido que abandonou a sua garganta quando sentiu a ereção do homem que estava entre as suas pernas.

— Isso! — o loiro grunhiu satisfeito com a declaração do menor. Apesar de estar embriagado, ele conseguia sentir o seu interior queimando para fazer amor com Pedro.

Pedro mordeu o lábio do loiro quando percebeu que estavam indo longe demais e o maior reclamou de dor com a mão na boca.

— Não sou as suas putas! — Ignorando as suas pernas trêmulas, empurrou o homem de dois metros, o loiro poderia muito bem ter impedido o baixinho mas não mostrou nenhuma luta e saiu do quarto dele.

Encostando as costas na porta, Pedro levou a mão ao peito, o seu coração batendo como louco enquanto o seu corpo e alma lembrava perfeitamente do toque de Ryan.

Do outro lado, Ryan tinha a testa colada a porta esperançoso que Pedro o deixasse entrar. Ambos ofegantes e confusos com o que havia acontecido momentos atrás.