Jogadas Do Destino

Capítulo 22

Ryan encarava a sua advogada que lutava para que o loiro admitisse ter cometido o crime a qual estava sendo acusado.

— Você fraturou duas costelas, a traquéia, o maxilar e o nariz do homem e tem testemunhas que vir você agredindo o Billy — o loiro cruzou os braços incrédulo diante as palavras da mulher que estendeu as fotos para si.

Franziu ao ver o rosto irreconhecível do homem nas fotos, ele admitia que tinha sim dado um soco no seu treinador mas aquilo não foi obra dele.

— Ele não estava assim quando eu terminei — Ryan afirmou, ainda chocado com as fotos. Ele sabia que tinha agredido Billy, mas o estado do treinador nas fotos era muito pior do que ele lembrava.

O loiro respirou fundo, tentando processar o que via. "Será que alguém fez isso depois de mim?", pensou, sua mente começando a correr com possíveis cenários.

A advogada suspirou, claramente frustrada. Ela sabia que Ryan estava tentando proteger Pedro e, talvez, até mesmo a si mesmo, mas a situação era grave demais para ele se prender ao orgulho ou à negação.

— Ryan, eu entendo que você possa não lembrar de tudo claramente. Raiva e adrenalina podem fazer isso. Mas, independentemente de como ele estava antes ou depois, o facto é que você foi visto o agredindo. Eles têm testemunhas e provas suficientes para garantir uma condenação — ela enfatizou, buscando uma brecha para ajudar seu cliente.

Ryan ficou em silêncio, olhando novamente para as fotos. Sua mente voltou ao momento da briga, tentando lembrar cada detalhe. Ele sabia que tinha machucado Billy, mas o estado do treinador parecia obra de um monstro, e não dele. Ele não podia acreditar que suas ações resultaram em algo tão brutal.

— Eu bati nele, mas eu não... — Ryan parou, sentindo a voz falhar. A raiva que sentiu na hora do ataque ainda estava fresca em sua mente, mas agora, vendo as fotos, ele sentia algo diferente: medo. Medo do que ele poderia ter feito, medo das consequências, medo de perder tudo o que amava.

A advogada se inclinou para frente, colocando uma mão no ombro de Ryan, tentando trazê-lo de volta à realidade.

— Ryan, eu preciso que você seja honesto comigo. Se há alguma coisa que você está escondendo, agora é o momento de falar. Eu estou aqui para te ajudar, mas só posso fazer isso se você for completamente sincero — disse ela, com firmeza.

Ryan olhou para ela, seus olhos mostrando um misto de confusão e determinação.

— Eu não estou escondendo nada. Eu sei o que fiz, mas... isso aqui... — ele apontou para as fotos novamente — isso não fui eu. Não dessa forma. Eu o atingi, mas eu não fiz tudo isso. Alguém mais deve ter feito.

A advogada estreitou os olhos, tentando avaliar se Ryan estava sendo sincero ou se estava tentando criar uma defesa. Ela sabia que as chances de uma condenação eram altas, mas essa nova informação poderia mudar o rumo do caso.

— Se o que você está dizendo é verdade, então precisamos provar que outra pessoa pode ter continuado a agressão após você. Isso será difícil, mas não impossível. Eu preciso que você me dê qualquer informação que possa ajudar a encontrar essa pessoa, se ela realmente existe — disse a advogada, agora com um novo plano de ação em mente.

Ryan assentiu lentamente, ainda processando tudo. Ele sabia que sua situação era complicada, mas não podia permitir que Pedro e seu filho pagassem o preço por algo que ele não fez, ou pior, por algo que ele fez em um momento de cegueira. Se houvesse uma chance de descobrir a verdade, ele a agarraria com todas as suas forças.