The Great War - Tayvis AU

Amigos

Taylor Alison Swift - 2021

Travis e eu estávamos acomodados no carro, eu sentada no banco da frente de forma que minha perna não fosse prensada como aconteceria se eu tivesse estivesse no banco de trás com Trav.

          Meu pai dirigia com um sorriso no rosto, os olhos brilhavam na mais sincera alegria por ver que chegaríamos em casa inteiros e não voltaríamos mais para aquele inferno. Ed estava junto com meu parceiro no banco de trás, estampando a mesma felicidade em seu rosto enquanto tentava fazer com que seu caçula prestasse atenção nele ao invés de manter o olhar vidrado em mim.

          — Vocês poderiam pelo menos tentar disfarçar um pouco, sabe?- a frase de Ed chamou minha atenção, e a de Travis também. — Qual é, vocês nem percebem mais, certo? A cara de idiota olhando a cara um do outro deixa as coisa óbvias demais.

— Talvez a gente só esteja feliz por saber que saímos vivos dessa, os dois.- Trav argumentou com o pai, o olhar ainda fixo em minha direção.

— Realmente, não é todo dia que mais de uma bomba explodem e te arremessam pelo ar e você sai "ileso" da situação.- complementei com a fala de Travis. — Além do mais, vou comer a comida da minha mãe depois de quatro meses comendo ração e mais de uma semana comendo a comida sem gosto do hospital, temos motivos para ficarmos radiantes.

          — Vocês fingem que acreditam nisso, que a gente finge ser enganado por vocês, ok?- meu pai se juntou a Ed naquela ideia.

          — Ei!- dei um tapa de brincadeira no ombro do meu pai. — Traidor.

          Ele riu, negando com a cabeça sem tirar o foco da estrada que se desdobrava pela frente. Apoiei melhor a cabeça no estofado do banco e passei a apreciar a paisagem borrada que me fazia lembrar que em poucos minutos eu estaria em casa.

— Vamos brincar de "eu vejo com meus olhinhos"?- Trav me cutuca enquanto pergunta.

— Vai dormir, Kelce.- respondi enquanto fechava os olhos e ouvia nossos pais rindo.

— Mas a gente chega em casa em uns quinze minutos...- foi um murmúrio vindo do mais alto.

          — Tempo o suficiente pra um cochilo, agora cala a boca e fecha os olhos que quando o carro parar você acorda.- ralhei e vi quando ele bufou tentando cruzar os braços enquanto um bico se formava em seus lábios. — E para de birra que você não tem mais cinco anos.

          O resto do caminho foi silencioso já que o grandalhão acatou minha ordem e apagou no banco de trás. Os quinze minutos que faltavam para o final do percurso acabaram se tornando vinte e foi tempo o suficiente para que Travis roncasse e acordasse num susto quando meu pai estacionou o carro.

— Acordou, princeso?- ri enquanto via ele tentando despertar enquanto passava a mão no rosto.

          — Acho que acordei...- bocejou e vidrou o olhar em mim. — Você vai precisar de ajuda para descer.- saltou para fora do carro e correu para abrir a minha porta.

— Fica tranquilo, super homem.- ri ao perceber que o cabeça dura ia tentar me tirar de dentro do carro quando também estava todo arrebentado. — Nossos pais estão tentando descobrir como monta a cadeira de rodas pra eu poder sair daqui e finalmente entrar em casa.

Suas bochechas ficaram vermelhas e ele coçou a nuca ao perceber meu tom numa repreensão leve, pensei em brincar com o fato de tê-lo deixado minimamente desconcertado com nossa atual situação mas não tive tempo já que os dois patriarcas da família apareceram com a cadeira montada e com tudo no jeito pra me colocarem ali.