Taylor Alison Swift - 2021
Acho que Travis e eu passamos mais tempo nos encarando confusos com o que aquele impulso tinha causado do que imaginávamos. Todo mundo estava em completo silêncio esperando que nós dois tivéssemos uma reação antes de poderem expor suas próprias reações.
— Tá...- murmuramos juntos, ainda nos encarando.
— Ah, trás coberturas, granulado e amendoim triturado também.- listei, falando como se nada tivesse acontecido segundos atrás.
— O que quiser, capitã.- bateu uma continência, me fazendo rir ao ver a cara lavada dele antes de dar um tapa no ombro do irmão para que eles pudessem ir para a sorveteria ou para o mercado.
Quando saímos daquela bolha em que ficamos por um tempo enquanto tentávamos processar o que tinha acabado de acontecer, percebi os olhos arregalados das meninas em minha direção. Kylie e Sidney mais pareciam estátuas com tamanho choque que estampavam em seus rostos.
— Quando?- a pergunta veio de Gigi que ainda me encarava boquiaberta.
— O que?- foi minha vez de questionar, minha mente anuviada só voltando a funcionar quando ela me lançou um olhar que me fez voltar ao planeta terra e finalmente entender o que aquela pergunta significava. — Ah... As vezes acontece.
— Perguntei quando, não com que frequência. Agora quero saber os dois, desembucha.
— Acho que desde o terceiro semestre que ficamos no Iraque, quando voltamos e viemos morar aqui.- respondi, o que é uma informação a mais pra quem já tá exposto né?
— Taylor...- coloquei as mãos nos ouvidos, prevendo o grito que que Brittany soltaria. — ISSO FOI EM 2009!- ela segurou em meus ombros, claramente se contendo para não me chacoalhar. — Sabe em que ano estamos, não sabe?
— 2021? Que eu saiba não fiquei em coma.- falei de forma óbvia.
— VOCÊS ESTÃO NAMORANDO TEM DOZE ANOS!- tampei os ouvidos novamente quando Blake gritou.
— Ninguém aqui falou de namoro, controle suas conclusões.- murmurei fazendo com que elas me olhassem em completa confusão. — A gente se beija e transa pra caralho, mas só fazemos isso pela liberdade de não precisar entrar em nenhum compromisso. Se estivermos na vontade, aliviamos um ao outro, se a carência bate a gente faz o óbvio, mas não é um relacionamento, a amizade continua e os dois não tem nenhuma obrigação um com o outro. Simples assim.- finalizei olhando para elas. — É um jeito de ter um sexo muito bom, não precisar ir pra nenhum lugar insalubre em busca disso e ainda estar livre de uma DST.
— Amizade colorida há mais de dez anos? Coragem!- Abby concluiu e eu dei de ombros.
— Só colocarem uma aliança, já vivem como casados e ponto final.
— Como se o Travis não tivesse tentado...- arregalei os olhos com o comentário da minha cunhada, que foi silenciada pela cunhada de Travis tampando sua boca.
— Como é?!- as outras três gritaram.
— Quem foi o boca de sacola?- murmurei fechando os olhos. — Ah, esquece, JK?
— É...
— Detalhes para nós, não estávamos sabendo disso.- até mesmo Ryan se enfiou em nossa rodinha quando ouviu a sequência de gritos.
— Travis me pediu em casamento quando acordei depois da cirurgia na perna.- soltei antes de bufar pela reação exagerada do meu grupo de amigos. — Eu disse pra ele perguntar de novo quando essa situação de merda passasse, então não temos nada além de uma amizade colorida.
— Os filhos vão ser lindos.
— Nada de filhos.- cortei o assunto antes que aquilo se tornasse algo grande. — No máximo um animal de estimação, um gato de preferência. Mas nada de bebês cabeçudos destruindo minha vagina.
Ouvi uma gargalhada vindo de todas as minhas amigas que já são mães e cruzei os braços emburrada. Bebês estão fora de cogitação, Travis e eu já conversamos sobre isso uma vez e estamos totalmente de acordo com o fato de que nenhuma criança deve crescer vendo os pais acordarem gritando no meio da noite ou então não ter a atenção total de seus genitores por causa de momentos de dissociação. E depois desses últimos ferimentos tudo isso ficou ainda mais claro, sabíamos que ficariam algumas sequelas por causa da nossa última missão. Fora algumas outras coisas a parte.
— Podem rir, se bobear eu vou atrás da histerectomia e ainda forço ele a fazer uma vasectomia.- bati o martelo e eles ergueram as mãos em sinal de desistência. — Agora chega do assunto Travis, eu e qualquer coisa relacionada à nós dois ou ao tempo no Iraque, quero saber tudo que aconteceu enquanto estava fora.
Em quinze minutos aquele monte de gente começou a falar em sincronia, as vozes se sobrepondo de forma a formar uma assonância que chegava a incomodar um pouco os ouvidos, mas tudo pareceu tão certo que meu coração ficou aquecido. Poucos minutos se passaram até que o som da porta se abrindo chamou a atenção com a chegada de Travis e Jason com a comida e a sobremesa escolhida.
As muitas caixinhas de comida japonesa que Travis tinha pedido foram distribuídas enquanto Jason colocava o sorvete no freezer, uma quantidade exorbitante de comida cobriu aos poucos a mesa de centro da sala, as risadas preenchiam o espaço e até mesmo os pequenos tinham se juntado àquela algazarra que os adultos começaram. Kelce tinha se sentado ao meu lado, aproveitando o fato de que meu pai junto do dele tinham me acomodado no sofá enquanto os dois estavam fora, o mais velho manteve a cabeça deitada em meu ombro esquerdo o tempo todo a partir do momento em que terminou de comer.
Nossos amigos falavam, riam alto e tudo que conseguíamos fazer era admirar aquele pequeno momento, gravando cada detalhe em um espacinho especial no fundo da mente. Um espaço reservado exclusivamente para aquela sensação de estar em casa. A sensação de pertencer a algum lugar.
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Capítulo tranquilo pra deixar todo mundo feliz, a partir do próximo começam os tratamentos desses dois patetas
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The Great War - Tayvis AU
FanfictionAlguns laços podem ser a única coisa a te manter de pé mesmo quando tudo parece estar desmoronando... E esses dois sabem disso melhor do que ninguém. Ter alguém te apoiando no seu pior momento, pode ser a razão pela qual você conseguiu passar por el...