Travis Michael Kelce - 2022
Barras paralelas. Taylor estava começando a sair dos exercícios aquáticos para, enfim, tentar algo em terra firme. Na sessão do começo da semana, minha loirinha passou por uma sequência de raio x para comprovar a cicatrização das lesões na coluna e nas costelas, recebendo a passagem para uma liberdade que, agora, já não parecia tão distante quanto parecia alguns meses atrás.
Tudo se tornou menos tenso em casa depois da primeira sessão, aquela eletricidade, que antes se concentrava entre as paredes de nossa moradia, agora já não pulsava como se estivesse prestes a causar uma tremenda explosão e tinha se dissipado totalmente, trazendo uma paz que há tempos não pairava sobre nossas cabeças.
— Trav...- foi um sussurro vindo da loira ao meu lado na cama. — Ainda falta muito tempo até a gente ter que ir no hospital?- minha garota não parecia estar minimamente animada para a sessão, a noite tinha sido assolada por pesadelos que acabaram resultando em muitas horas em claro.
— Não falta tanto... Quer comer alguma coisa? Ou tomar um café bem forte?- acariciei seu cabelo, afagando levemente sua nuca. — Ou um banho?- a vi negar com a cabeça, o peito se encheu de ar antes que ela suspirasse.
— Podemos só ficar um pouco mais aqui?
— Claro, tudo o que quiser...- beijei-lhe a testa, acolhendo ainda mais seu corpo junto ao meu.
Passamos o resto do pouco tempo que teríamos em casa assim, abraçados na cama de um jeito meio desengonçado enquanto aproveitávamos da companhia um do outro em silêncio. Quando chegou a hora de sair, ajudei Taylor a se arrumar e entrar no carro.
Os primeiros momentos de fisioterapia foram como estavam sendo nos últimos meses, doutora Huston fez alguns exercícios na água com Taylor, massagem com o creme anti-inflamatório e tiveram uma breve conversa. Percebi seu rosto se contrair involuntariamente em uma expressão de desconforto várias vezes ainda nos exercícios na água, mas não questionei, Taylor se irritaria se eu a questionasse sobre qualquer coisa relacionada ao fato de que ela não parecia confortável durante a fisioterapia que ela sequer queria fazer.
— Então, Taylor, tem braços fortes, certo?- Huston começou, atraindo minha atenção ao notar que Taylor tinha continuado em silêncio por mais segundos do que eu esperava.
— Acho que sim...- o cansaço em sua voz era quase palpável. Meu coração apertou.
— Então podemos usar essa força para sustentar seu peso?- sabia que a Tay detestava que a fisioterapeuta conversasse com ela como se estivesse negociando com uma criança pequena.
— Posso usar minha força pra coisas muito mais pesadas que eu.- minha loira parecia estar prestes a virar um soco na próxima pessoa que aparecesse em sua frente.
— Mas no momento o foco é que você sustente se manter em pé sem usar muita força na perna machucada.- oh, péssima escolha de palavras. Aquele não era um simples machucado, era a porra de um ferimento de guerra e existia uma questão muito emocional em lidar com o que aquilo significava. — Vamos para a barra, ok?
Taylor não questionou ou resistiu a ideia, mesmo que estivesse claramente desconfortável. Fui orientado a auxiliar minha garota a ficar em pé e se apoiar na barra, depois daquilo fui jogado pra escanteio com a justificativa de que agora a coisa era com a loira.
Vi o exato instante em que Taylor se posicionou da forma orientada por Huston, os ombros revelando uma tensão tão forte que chegou a me assustar. Seu cenho franziu, os olhos trêmulos focados na fina passarela que era delimitada por aqueles dois corrimãos de um metal incrivelmente resistente, a teimosia se mostrando completamente presente na forma como seus olhos brilharam e escureceram quando ela constatou que não haveria uma outra escapatória para o que viria a seguir. Houve um certo esforço em se manter de pé, vi seus braços tremerem levemente com aquela nova função.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Great War - Tayvis AU
FanficAlguns laços podem ser a única coisa a te manter de pé mesmo quando tudo parece estar desmoronando... E esses dois sabem disso melhor do que ninguém. Ter alguém te apoiando no seu pior momento, pode ser a razão pela qual você conseguiu passar por el...