Rio de Janeiro. 24ºC
Meu nome é Cecília eram 17:30 quando recebi um telefonema de um hospital onde meu Pai havia trabalhado a alguns anos atrás, haviam me aceitado em uma vaga de enfermeira que eu tinha me candidatado a algumas semanas.
Estudei enfermagem durante quatro anos e meio e foram anos somente me dedicando a isso. Abdicando de festas, saídas para barzinhos, relacionamentos ou qualquer coisa minimamente divertida .Eu nunca soube se esse realmente era o caminho que eu queria para mim; mais meu pai falava tanto da medicina e havia tanto amor em sua palavras, com o fim do colegial e o início da vida adulta a paixão dele pela medicina acabou me encantando também. Então decidi começar a estudar enfermagem.
No meu segundo ano eu estava disposta a parar eu já havia me dado conta de que não era aquilo que eu queria, eu gostava mesmo era da fotografia e da arte em seus pequenos detalhes que só uma lente consegue captar; mais meu pai foi acusado injustamente de desviar remédios do hospital onde tanto era respeitado.
Foi um completo caos, eu não consegui dizer uma só palavra sobre interromper o curso. Na verdade consegui dizer a minha mãe alguns minutos antes do meu pai entrar pela porta dizendo estar sendo alvo de uma investigação e sido afastado do seu cargo. Vi pela primeira vez o mundo dos sonhos do meu pai desabando.
Vi minha mãe quietinha me puxar pelo canto e implorando para que eu fizesse aquele curso e desse algum orgulho a ele no meio do caos.E assim foi, anos na enfermagem admirando em completo segredo a fotografia.
Dos pouco amigos que eu tinha, Catarina era uma granda amiga de infância. Cursou Enfermagem junto comigo que diferente de mim que não tinha certeza do que queria, aquele era o sonho de Catarina. Começar na enfermagem se empenhar e virar médica. Por sorte ou destino Catarina enviou um currículo junto comigo para tentarmos as vagas abertas e conseguimos. Juntas. Aquilo para mim era uma alegria. Ter minha melhor amiga ao meu lado em algo que batalhamos para ter. Ela por amor a enfermagem e eu por amor a meu pai.
Catarina super empolgada com a notícia, já que aquilo era o sonho da vida dela.
Como tudo para Catarina era um bom motivo para comemorar em um barzinho, ela ligou para mim na esperança que eu aceitasse o seu convite para comemorarmos a boa nova.— Cê como você tá ? Feliz por ter conseguido a vaga, estou surtaaaaando amiga!. -Dizia Catarina aos berros.
— Oii Cá, você ainda vai me deixar surda, estou sim muito empolgada amiga. Vou acordar bem cedo para evitar imprevisto. - eu disse já planejando cada passo do dia seguinte.
— Ótimo Cê, mais você não gostaria de comemorar essa boa nova?- Apesar do que acabou de ouvir Catarina ainda tinha esperança que eu aceitasse.
— Amiga você não acha melhor, dormirmos cedo para nos prepararmos, seria um dia puxado e você sabe. - tento convencer Catarina a ter juízo e ficar em casa.
— Cá por favor, teremos muito tempo para ir dormir cedo, muitos plantões eu prevejo vindo por aí hahaha, vamos amiga ? Só hoje, uma comemoração, prometo que será apenas uma caipirinha. - Catarina falava quase implorando.
Eu sabia que Catarina não iria parar de insistir, e por um momento me peguei pensando que já havia deixado de lado tantos momento assim por conta do curso, do trabalho, dos meus pais que sempre falavam que "eu" não era todo mundo; que eu precisava abdicar de algumas coisas para ser uma grande enfermeira.
Palavras que ecoavam na minha cabeça cada vez que tinha que negar um pedido de Catarina ou dos outros colegas, para uma saidinha, uma servejinha ou qualquer coisa que fosse parecido com distração.
Eu , no meu momento mais lúcido ou mais impulsivo apenas disse:
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Por que não eu ? | CAPITÃO NASCIMENTO
RomanceCecília uma mulher jovem e focada acaba deixando uma situação familiar mudar seus planos futuros para ela. Agora Cecília se vê perdida em algo que não a completa; se questionando se o que fez por amor aos Pais foi justo com ela mesma. Roberto um ho...