Cecília.
Ja aviam se passado horas desde o nosso sequestro, Rafa dormiu sobre meu colo. Eu não consegui pregar o olho, com medo de nos machucarem. Coloquei minha fé a prova, pedindo a todo momento por um luz, por Beto entrando pela porta e nos tirando dali. Mais nada acontecia, a escuridão do quarto apenas com algumas brechas de luz pela janela, deixava o cenário ainda mais aterrorizante, junto com o silêncio ensurdecedor. Nada acontecia, ninguém conversava ou andava, nada era escutado.
Eu só fiquei pensando em como meus pais estavam, minha vó, Rosane e principalmente Roberto; e pensar que eu estava indo dizer pra ficarmos juntos e tentarmos do nosso jeito torto, formamos uma família. Tudo desandou em questão de segundos. Minha cabeça também vagava em Rosane, como estaria depois de ter ficado desacordada, como estaria sua bebê nessa reta final da gestação.
Sou arrastada dos meus pensamentos com o abrir brusco da porta, um homem alto, agora com cicatrizes e tatuagens aparente, mais ainda com o rosto tampado, entra pela porta. Ele olha a mim e a Rafael que acordou assustado com o baralho. Ele fica alguns minutos só nos olhando; então puxa uma cadeira e se senta a nossa frente, eu passo meu braço por cima do corpo de Rafael, me fazendo de escudo, esperando por qualquer coisa.
— Você já tem o instinto de mãe...- ele ri baixo, sarcasticamente; eu não respondo nada, mais também não tiro meus olhos dele. — a ideai principal era trazer só o garoto....o refém quase perfeito....mais aí vimos você...ainda dizendo que estava grávida...- ele ri denovo, como se tivesse ganhado um prêmio. — Agora sim...temos os reféns PERFEITOS. - ele se aproxima um pouco, Rafael gruda em meu corpo, e eu aperto minha mãe sobre seu braço, tentando fazer ele entender que eu estava ali. — Não se preocupe princesa...- ele passa a mão sobre meu rosto.
— TIRA A MÃO DELA - Rafael grita, o homem parece se irritar, mais não faz nada. Eu seguro Rafa para não fazer nenhuma bobeira.
— Se você não fosse tão importante garoto....- ele se levanta novamente, saindo do quarto e trancando a porta.
Assim que ele sai eu começo a olhar o quarto onde estamos, agora com Rafa acordado eu poderia levantar e explorar o quarto. Eu levanto tentando não fazer barulho; começo a andar pelo quarto. Não tinha nada que pudesse nos ajudar, apenas um banheiro piqueno e uma janela pequena também. Mesmo que tentássemos fundir não conseguiríamos, era de vidro e eles ouviram nos pegando logo em seguida.
— O que tanto olha Cecília? - Rafael me pergunta, me vendo andar de um lado pro outro.
— Tentando achar alguma saída...- eu paro denovo, me sentando sobre a cadeira, colocando a cabeça apoiada sobre as mãos. — Só queria entender porque estamos aqui, porque a gente Rafa....
— Meu pai vai salvar a gente, eu sei que ele vai...- olho pra Rafa tentando forçar um sorriso, pelomenos um de nós tinha essa esperança, mais já faziam horas e Roberto nem nenhuma polícial dava sinal, parecíamos estar no meio do nada. Me levanto indo até o banheiro, subo a privada indo até a janela, limpo embaçado dela. Lá fora chovia, um pouco longe dali vejo luzes, o que significava que aviam pessoas ali perto. Eu precisava pensar, ser inteligente. Se eu gritasse talvez ninguém me ouvisse, e os bandidos poderiam nos machucar. Eu precisava pensar, ser esperta, não era hora para impulsos de uma refem desesperada eu tinha duas vidas na minha mão.
— Rafa, eu também acredito que seu pai venha..mais precisamos de um plano B. - Rafael que ainda estava sentando no chão, agora se levanta vindo até mim.
— Tem um plano? - ele me fala como se estivéssemos em um filme, o que me faz soltar uma boa risada.
— Mais ou menos isso...-eu o levo até a janela, mostrando as luzes que tinham um pouco distante de onde estávamos.
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Por que não eu ? | CAPITÃO NASCIMENTO
RomanceCecília uma mulher jovem e focada acaba deixando uma situação familiar mudar seus planos futuros para ela. Agora Cecília se vê perdida em algo que não a completa; se questionando se o que fez por amor aos Pais foi justo com ela mesma. Roberto um ho...