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Pedro

1808

Estou vivendo em uma casa grande e confortável na rua principal da cidade, comprei alguns escravos domésticos e móveis novos, nada do que estou acostumado na Europa mas não ficarei reclamando disso.

— Quero que deixem a casa arrumada e organizada até o fim do dia, e o jantar podem preparar bastante carne.

Meu lobo está agitado, louco para sair e marcar a escrava, meus planos são outros e nenhum envolve transformar uma escrava em minha companheira. Mas deixarei que o lobo pense que nossos planos são os mesmos assim não terei problemas com ele. Quero conquistar o novo mundo, e não vou começar assumindo uma escrava mestiça.

Humano, vamos até nossa Luna.

— Ainda não. Temos que socializar com os habitantes da vila, conversar com outros como nós, a nossa mulher não vai desaparecer.

Eu também queria vê-la, tocar em seu corpo e beijar sua boca, mas os meus planos eram bem melhores e maiores. Meus pais possuem títulos da coroa espanhola e eu quero também ser bem visto por todos os mortais recebendo o meu próprio título.

Durante meu passeio pela cidade, conheci comerciantes, negociantes de mercadorias e de escravos como também mostro para os lobos que estão instalados aqui a minha chegada como filho de um Alfa, sei que eles estão espalhados vivendo sem a presença de um chefe, muitos são párias expulsos de suas matilhas ou a procura de novas oportunidades como eu.

Meu lobo está nervoso, ele pensa que tudo isso é uma grande bobagem e quer acasalar logo com a escrava sem pensar em nada e nas consequências que isso pode causar, não vou deixar essa história de almas gêmeas atrapalhar meus planos.

Vamos ao mercado agora ou terei que tomar seu lugar a força?

— Estou indo em direção ao mercado, lobo, fique calmo. Sabe bem que não pode tomar o meu lugar a força, se controle.

Ao chegar vejo um homem ao lado dela, Imaculada está incomodada com a proximidade do infeliz porém não o afasta, será que é o noivo que comentou? Vou em direção da sua barraca e sem que perceba ouço a conversa dos dois.

— Você está atrapalhando meu trabalho, Xavier. O que você quer?

— Quero conversar com você, Imaculada, fecha a banca e vem comigo, estou com saudades.

Ele tentou tocar nela mas Imaculada o repeliu como se fosse um leproso, quem é esse maldito que perturba minha mulher? Fico próximo dela percebendo como começa a ceder ao desgraçado, provavelmente ao contrário do que imaginei, ela não estava mentindo, realmente tem um noivo.

— Eu vou. Só preciso vender o resto dos quitutes, vai para casa, por favor.

— Estou esperando você, não demore.

O homem é um fidalgo, seria impossível ela estar noiva de um fidalgo sendo uma escrava de ganho, porém nesse lugar tudo é possível. Meu lobo fica irado por vê-la ceder tão fácil a outro, também fico incomodado por perceber que essa mulher não pode ser nossa companheira, uma escrava e ainda por cima vagabunda. Fui prudente, e não agi pela emoção, poderia ter me arrependido muito. Os deuses da natureza se enganaram, essa negra não é minha Luna.

— Humana desgraçada, quero destruí-la.

— Nos vamos destruí-la, lobo, nossa vingança vai acontecer no tempo certo. Agora temos que conquistar nosso lugar no meio dos mortais e no momento certo iremos nos vingar. Por isso, lobo, você precisa entender que tudo tem um tempo certo para acontecer, se tivesse agido como queria teríamos marcado uma puta.

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