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Pedro

Nunca estive tão ansioso em toda minha vida. Maria está chegando, e tudo que quero é tê-la em meus braços, Gabriel cuidou de toda a segurança, orientou bem cada membro da matilha para não se transformar em lobos na frente das humanas, precisamos deixar uma boa impressão, depois que a transformar minha Luna farei uma grande festa para celebrar nossa união.

Assim que vejo o carro dela chegando meu peito queima em alegria, vou até o veículo fazendo questão de abrir a porta para ela, Maria sorri de maneira cordial observando todo ambiente da vila.

Quando tento abraçá-la, Maria se afasta apenas dando um beijo no meu rosto, ainda assim sinto que algo está estranho. Não gosto dessa postura indiferente que ela assumiu.

— Maria, o que você tem?

— Não tenho nada, Pedro. Só quero deixar as coisas claras entre nós. Eu gostei de ficar com você, foi bacana e tudo mais. Porém agora nosso assunto será estritamente profissional, não quero que as pessoas pensem que a minha família conseguiu o contrato para revitalização da sua vila por estarmos envolvidos, portanto vamos manter nossa relação apenas entre nós longe dos olhos da sua vila e da cidade, ok?

Ela sorriu de um jeito sedutor como se rejeitar meus avanços fosse uma grande vitória contra mim. Uma moça de cabelos coloridos desceu do carro, percebo que todos olham para ela, claro que dentro de suas casas pelas janelas, não só para ela mas também para minha Luna.

Não temos humanos vindo aqui com frequência, e os que vem são recebidos por Sabina e Gabriel, Sabina já tem costume pois foi humana há 70 anos atrás, e Gabriel aprendeu a lidar com eles por ter vivido muito tempo no meio dos ciganos.

— Gostaria de apresentar minha amiga e companheira de trabalho, Angélica Amaral, esse é o nosso contratante, Pedro António Lobo.

A moça apertou minha mão, depois abriu um sorriso gentil, o cabelo parecia um arco-íris de tão colorido, ela tinha cheiro de flores, Basemate com certeza vai gostar muito dela, a mulher tem jeito para bruxa.

Falando na líder infeliz das bruxas, ela veio aqui ontem como se tivesse pressentindo algo. Quis conversar com ela colocando os garotos em sua frente que prometeram não atormentar mais a sua filha adotiva, assim eu espero, quero vê-los bem longe daquela garota ainda mais por ser protegida pelas bruxas.

As levei para conhecer o salão de eventos da vila, apresentei alguns habitantes que circulavam pelas ruas, e por fim mostrei minha casa, indicando os cômodos que cada uma ocuparia.

— Se precisarem de qualquer coisa, pode pedir para Anastácia.

Minha governanta sabia de Imaculada e Maria, mas não conseguiu disfarçar o susto que tomou quando a viu.

— Nós nos conhecemos? O rosto da senhora não é estranho para mim.

— Que isso, menina! Eu tenho um rosto muito comum, infelizmente não a conheço, nada que o tempo não mude esse fato. Serão seis meses conosco portanto logo vamos nos conhecer bastante.

Angélica entrou em seu quarto enquanto Maria observava a porta e os detalhes do corredor.

— Sua casa me soa familiar, como se já tivesse estado aqui em algum momento, é loucura, eu sei, mas sinto algo estando aqui.

Ela está se lembrando. Isso não pode acontecer antes que consiga conquistá-la e criar o elo entre nós.

— É impressão sua. Essa casa pertenceu ao meu antepassado, como tem um design antigo pode ser facilmente confundido com qualquer casa daquela época.

— Tem razão. Eu vou entrar e descansar um pouco antes de nós reunirmos com Gabriel a noite. Agradeço por me hospedar em sua casa, e espero que esse seja um começo de uma boa parceria.

Entrei no meu quarto, mas assim que Maria percebeu, me chamou novamente.

— O seu quarto é ao lado do meu?

— Sim. Mas não se preocupe, vou respeitar seu desejo, se não quer nada comigo enquanto estivermos trabalhando para revitalização, entendo totalmente. Mas quero que saiba: não vou facilitar para você, como não deixou as coisas fáceis para mim, não espere facilidades.

Ela riu, no final, apesar de querer tê-la comigo o mais rápido possível vou gostar de brincar de cão e gato, ainda mais por saber que eu vou ganhar nessa brincadeira.

Maria

Durante toda minha vida tive a tristeza profunda de nunca pertencer a nenhum lugar, vivendo de maneira rígida e correta para não desviar do caminho que todos esperavam que eu tivesse, fiz bem o meu trabalho de ser filha exemplar, boa irmã e excelente profissional.

Porém o vazio sempre existiu, de repente ao entrar nessa região de Bela Esmeralda, algo mudou dentro de mim. Até ver Pedro dentro da sua casa me deixou com uma sensação de pertencimento como se estivesse no lugar certo com o homem que sempre fui dele, e ele meu.

Segui minha racionalidade colocando limites em Pedro, afinal, ele é cliente da empresa do meu pai, tenho que agir da melhor forma possível para manter o profissionalismo e ética por mais difícil que isso seja.

Angélica fez faculdade comigo, não perdemos o contato, por isso a chamei para trabalharmos juntas. Ela acabou de sair da empresa da família procurando novos horizontes, minha amiga ficou admirada com as paisagens tirando foto de tudo.

Fui até o seu quarto a encontrando meditando na sua famosa posição de buda, ela é muito ligada com essas questões de meditação, mantras e astrologia, não sei como ela consegue conciliar tudo isso com os números e cálculos da engenharia.

— Amiga, atrapalho?

— Não, imagina. Eu estou apenas testando o melhor lugar para meditar, mas está sendo difícil. Amiga, aqui todo canto é perfeito, e aquele gostoso que não parava de transar com você só pelo olhar.

— Aqui é bonito mesmo e Pedro não estava trepando comigo pelo olhar pare com isso, posso confidenciar algo a você?

Desde do momento que entramos nessa cidade senti que havia algo particularmente próximo de mim, como se já estivesse vivido aqui até mesmo os cheiros me levaram a ter uma sensação de pertencimento que nunca havia sentido antes.

— Eu pertenço a este lugar. Não entendo o motivo, mas parece que meu lugar é aqui mesmo que tenha poucas horas que cheguei, sinto essa sensação de pertencimento.

— Penso que você quer é pertencer aquela geladeira duplex de duas portas enorme em formato de homem, mas agora falando sério: eu notei como ficava olhando tudo como se já tivesse vindo aqui,  amiga, será que você já viveu aqui, tipo, em outra vida?

Sou muito racional para acreditar em reencarnação ou vidas passadas, para mim isso tudo é uma grande bobagem, mas Angélica acredita nessas coisas.

— Sejamos racionais aqui, Angel. Eu não acredito nisso, pode ser apenas minha mente que amou ficar em um lugar aconchegante e cheio de natureza.

— Ou pode ser que tenha vivido aqui a séculos atrás, quem sabe até conheceu o antepassado do seu gostoso? Se você não quer acreditar, cabecinha limitante, é um problema seu, mas que aqui é um lugar mágico disso não tenho dúvida.

Minha amiga é muito fantasiosa, não seria possível reencarnar depois de séculos, isso é só uma sensação boba que logo vai passar.

Seu Amor, Meu Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora