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Maria

Não consigo me lembrar de nada.

Só me lembro de ter ficado  irada pela forma ridícula que Pedro falou com minha amiga, depois disso um grande branco tomou conta da minha cabeça ou melhor imagens desconexas de Pedro me agarrando e mordendo, mas acho que foi apenas fruto da minha imaginação ou até sonho em um momento de inconsciência, sempre tive pressão baixa inclusive procuro me alimentar muito bem para não ter queda de pressão, por isso, acredito que passei mal.

Não queria ter que terminar tudo que tinha com Pedro da forma que foi, mas ele está fora de controle agindo feito um louco e me deixando assustada. Angélica ficou sem reação, sei que disfarçou, mas ficou bem abalada. Ela cresceu em uma família conservadora, portanto ouvir que era maldita e vagabunda a levou para memórias muito ruins.

— Amiga, você está bem? O cachorro louco não brigou com você, né? Aquele cara não é normal, você viu como rosnou para mim feito um animal? Fiquei bem assustada!

— Não, Angel. Está tudo bem, vamos para o hotel da cidade, é melhor assim. Por favor, esqueça o que houve, parece que eu só atraio caras problemáticos. O pior é que eu estava curtindo ficar com ele, lá em São Paulo, Pedro parecia ser tão maravilhoso. Não consigo entender como mudou da água para o vinho assim.

Comecei a chorar sem entender o porquê, Pedro foi um imbecil e um grande babaca, não dá para ficar perto dele sabendo que a qualquer momento pode mudar de temperamento, mesmo tendo um sentimento tão forte em relação a ele.

— Não fica assim, Maria, não compensa se ressentir com isso. Vai ser bom ficar longe desse bipolar, uma pena ele não aceitar que o projeto seja coordenado por outro engenheiro. Percebeu como me chamou de vagabunda e maldita? Parecia meu pai quando descobriu minha sexualidade. Ele deve ser aqueles caras que pensam que mulher é propriedade do homem, ainda bem que vamos sair daqui.

Angélica está revoltada. E com razão, não foi certo o que Pedro fez ainda por cima do nada. É como se ele soubesse que ela estava com outro homem, o jeito que parecia sentir o cheiro do tal Kael foi bem esquisito. Para falar a verdade tudo é muito estranho aqui, o certo é me afastar antes que fique perigoso para mim.

Eu descansei um pouco e arrumei minhas coisas para ir embora. Como Pedro disse, Gabriel nos levou para cidade ajudando com as malas na portaria do hotel e reservando um quarto para Angélica e eu, é um lugar bem aconchegante e calmo, preferimos dividir um quarto com duas camas e um banheiro assim ficamos juntas.

Claro que bem diferente do que o quarto que tínhamos na mansão de Pedro, mas com certeza bem melhor estar em paz e tranquilidade. Estamos arrumando nossas coisas quando ouvimos uma batida na porta, Angélica vai atender, vejo um homem enorme, musculoso e lindo sorrindo para minha amiga. Quem poderá ser?

Angélica

— Kael? Oi.

— Oi, colorida! Como você está? Pensei que havia dito que o café da manhã era por minha conta, você saiu correndo como se estivesse fugindo, espero que eu não tenha deixado uma má impressão.

Eu não sabia onde enfiar minha cara. Nunca alguém depois de uma transa foi atrás de mim, sem nomes verdadeiros, sem troca de contatos telefônicos e ligações pós transa. Como diabos esse cara me achou?

— Eu precisava voltar. Como você me achou?

— Seu cheiro. Bom, na verdade, eu imaginei que estaria aqui, lembra que contou que está de passagem? Imaginei que estaria hospedada aqui no hotel da cidade, queria convidar você e sua amiga para o almoço, naquele mesmo bar de ontem. Tomamos uma cerveja, jogamos conversa fora e quem sabe podemos repetir a dose de ontem. Só eu e você no meu bar, estou louco para uma segunda rodada.

Como Kael sabia que Maria está aqui comigo? Ele foi entrando dentro do quarto segurando minha cintura, foi quando viu Maria. Kael ficou sem graça, mesmo assim não se afastou de mim.

— Essa é minha amiga. Maria, esse é o Kael.

Maria sorriu e cumprimentou Kael, eu sei que vou ser zoada pelo resto da vida. Que ódio!

— Eu ouvi que vocês querem almoçar fora, e que estou convidada. Eu topo!

— Sim. Sei que estão se organizando, por isso, espero vocês do lado de fora do hotel. Demorem o quanto quiserem, sei que valerá a pena esperar.

Ele me deu um beijo na boca arrancando qualquer oportunidade que teria de dizer não. Kael sabe me deixar nas nuvens só com esse olhar dominador que tem. Assim que saiu, Maria começou a rir com certeza preparada para tirar sarro de mim.

— Que galanteador seu ficante. Pelo jeito você tentou fugir dele, mas o cara é mais esperto do que pensava.

— Esperto é pouco, você viu a camisa que o gostoso estava usando com os músculos a mostra? Imagine aqueles braços em volta de mim, e aquelas mãos puxando meu cabelo enquanto sussurrava: você é minha! É, minha amiga, é difícil não se apaixonar.

Já que ele veio atrás de mim, não vejo problema nenhum em aproveitar do corpo dele de novo, pois sei muito bem que ele quer aproveitar de mim também.

Seu Amor, Meu Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora