Desde a sua última frase composta, Jimin se via fascinado pelo caderno. De alguma forma, as pequenas frases escritas ali o traziam mais inspiração do que as músicas que em breve seriam lançadas.
Ele não queria admitir, mas sabia que o desejo de investir nessas frases era real. Talvez até compor uma música inteira com elas, ou quem sabe até um álbum. Aquilo seria maravilhoso... um marco em sua carreira... a sua libertação.
Porém, ao voltar à realidade que o aguardava, Jimin olhou para as folhas à sua frente. Cada uma continha as letras das músicas que compunham seu novo álbum. Um álbum voltado ao amor... com letras que descreviam como o amor era bonito e encantador.
Quem escutasse ou lesse as letras pensaria que ele estava apaixonado, afundado em uma paixão profunda, que havia finalmente encontrado o amor de sua vida.
Era uma pequena ilusão para encobrir o que realmente estava acontecendo. Jimin não havia escrito aquelas letras, não havia pensado em nada relacionado ao álbum. Seu produtor havia assumido o controle de tudo, afirmando que a tendência agora eram músicas de amor melancólicas.
Mas Jimin não se importava com o que estava na moda ou qual era a tendência. O que ele queria era compor músicas sobre os próprios sentimentos, algo autêntico e verdadeiro.
A frustração de estar inserido em um estilo que não o representava crescia a cada dia, e ele sentia que estava perdendo a si mesmo naquilo tudo.
Ele não sabia ao certo quando se deixou levar, quando se rendeu às expectativas dos outros e abandonou suas próprias vontades. Talvez tenha sido o cansaço, a pressão constante de estar sempre no topo, ou o medo de que suas próprias palavras não fossem suficientes.
Com o tempo, Jimin passou a seguir as direções dos outros, a cantar as letras que lhe davam, a aceitar as melodias que não ressoavam em seu coração.
Se sentindo sufocado com aquelas letras que não eram suas e muito menos um reflexo de sua alma Jimin resolveu sair de seu estúdio. O mesmo precisava tomar um ar, espairecer a sua mente e com algum estímulo decidir o que realmente iria fazer a respeito.
Andando para fora do estúdio Jimin sentiu o seu celular vibrar em sua calça, o toque costumeiro tirou um pequeno sorriso de seus lábios, aquele toque havia sido a primeira música que o mesmo havia composto...
Mas o sorriso do cantor logo morreu quando leu o nome na tela, por um momento seu coração parou de bater e uma angústia tomou o controle do peito do Park.
As letras brilhantes piscavam em perfeita harmonia formando a palavra Mãe na tela, ainda tomado pelo choque Jimin levou os seus dedos trêmulos até a tela arrastando seu dedo para recusar a chamada.
Dúvidas começaram a tomar conta da cabeça de Jimin. Ele sabia que não deveria se sentir assim, mas sempre que o nome de sua mãe surgia, uma onda de emoções conflitantes o assolava.
Parte dele queria atender a chamada, ouvir a voz dela, buscar algum tipo de explicação que nunca chegava. Mas a outra parte, a parte ferida e cansada, queria se afastar, queria proteger o pouco de paz que havia conseguido construir longe deles.
Jimin não teve uma infância muito boa, seus pais eram pessoas importantes no mundo dos negócios exigente ao máximo não aceitavam menos do que a perfeição imposta para Jimin.
Sendo o filho mais velho Jimin sempre teve altas expectativas impostas para si, o mesmo ao cinco anos de idade já tinha toda a sua vida traçada pelo seu pai e pela sua mãe.
O choque veio quando com apenas cinco anos de idade Jimin começou a se interessar mais pelas notas músicas do que pelas fórmulas matemáticas. Aquilo foi um choque para seus pais, eles nunca admitiriam ter um filho que não seguissem os seus passos.
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Entre Cartas e Melodias
Fanfiction[Em andamento] Jeon Jungkook, um renomado escritor de romances, mergulha em uma nova narrativa inspiradora. Sua história gira em torno de Hana, uma jovem que envia cartas para seu amor na guerra. Comovido pelo contexto emocional da trama, Jungkook...