Atlântida: A Cidade Perdida.

Melancolia (Faixa 9 'Frágeis Suspiros')

Todas às festas de aniversários nunca comemoradas
Os amigos em falta, a vela nunca apagada, a falta de amizade, o choro silencioso, a criança trancada no seu quarto.
Uma sala cheia de alunos, mas nenhum para estender a mão para a criança solitária, ela sentava sozinha no parquinho, esperando alguém à convidar, ninguém nunca à convidou e ela morreu de tanto que esperou.
Essa poesia é para a criança que desmoronou de tanto que esperou, essa poesia é para a criança que sempre acreditou que tudo iria melhorar e que logo haveria amigos dos quais ela pudesse brincar.
Eu conheço as vozes na cabeça
Elas gritavam para mim o tempo todo
Me dizendo que eu era o errado
Me acusando de ser defeituoso.
A criança mais desejado no grupo dos pais
"Eu queria que meu filho fosse igual o seu"
As comparações têm que parar,
Elas podem matar.
Eu procurava um motivo para saber porque eles eram tão maus, eu me olhava no espelho antes de sair de casa
Me perguntando porque eu não era normal.
Hoje em dia eu vago sozinho por esse lugar
A solidão se tornou a minha companheira leal
Eu finjo não me importar em ver todos andarem para trás sempre que eu estou na frente.
Meus falsos amigos desaparecendo e me deixando para trás, eu finjo que não fico mal quando eles me deixam sozinho no quintal, mas eu fico.
Eu me agarro a canetas até a última gota de tinta chegar
Apenas para não à descartar, eu me apego a pedaços velhos de papéis para que eles saibam que eles não são antiquados apenas por já serem usados,
Eu me sinto um homem atormentado gritando em direção à lua no meio do silêncio da madrugada
Meu coração nunca esteve tão vazio,
Meu coração nunca esteve tão preenchido.
A verdade é a madrugada.
A criança abandonada se encontrou no poeta atormentado que sou.
Eu tentei, mas eu sempre vou ver mais vantagem em não ter ninguém.
Indo para casa, mas nunca para Casa.
Morando em um lugar onde as pessoas apreciam quando você está mal
Convivendo com amigos que fingem se importar com seu bem-estar
Ninguém te vê desmoronar quando às luzes do estádio estão apagadas.