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Bruno e Rédi estavam concentrados na tela da TV, imersos em mais uma partida de videogame. O brilho da tela refletia nos rostos deles, enquanto os sons do jogo se misturavam com o suave eco das risadas. Sobre o tapete, dois pratos já vazios, com migalhas de bolo espalhadas, e ao lado de cada prato, um copo de suco quase vazio, com pequenas gotas de condensação escorrendo pela lateral dos copos. E acontece o já esperado, Rédi perde a partida.
— Qual foi, Rédi? Ainda tá se aquecendo?
— Não sacaninha, eu só te mostrando mil métodos de como perder!
— E eu, mil métodos de como ganhar.
Bruno coloca o controle no chão e se levanta se espreguiçando. O sol começava a se pôr do lado de fora, pintando o céu com tons de laranja e rosa, as nuvens se transformavam em pinceladas suaves que lentamente desbotavam enquanto a luz do dia desaparecia. A brisa leve trazia consigo um frescor que contrastava com o calor do dia, balançando as folhas das árvores do parque, visíveis pela janela do quarto.
— Bora dar uma volta na praça? Já cansei de te derrotar.
— E eu cansei de ser humilhado — Rédi ri, Bruno também.
Ambos caminhavam pela praça. A brisa fresca da noite começava a se misturar com o calor remanescente do dia, e o som suave das folhas ao vento. Mais à frente, eles avistaram o sorveteiro com seu carrinho estacionado ao lado de uma árvore. Bruno, sem hesitar, fez um gesto para Rédi e os dois foram em direção ao homem. Bruno comprou dois sorvetes: um de chocolate para si e um de morango para Rédi. Com os sorvetes nas mãos, seguiram até um banco de madeira próximo ao parquinho. Saborearam os sorvetes em silêncio. À frente, o parquinho estava vazio, os balanços movendo-se lentamente com o vento. A tranquilidade do momento parecia se fundir com as últimas luzes do sol.
— Esse é o encontro mais romântico que eu já tive, teve até sorvetinho e tudo!
— Lá ele! Lá ele!
— Mudando de assunto, porque você não gosta do seu irmão?
— O problema não é o Breno, é a fama dele. Ele é o cara mais encrenqueiro, adora bater e humilhar quem ele julga mais fracos.
— O cara é sangue frio mesmo.
— Na verdade, só com os fracos. Ele é bem de boa quando se trata da família e dos amigos.
— Você é igual a ele, só que você não bate em fracos.
— Verdade, todo mundo me compara com ele. Eu só queria ser eu mesmo, mas tô sempre sendo comparado, querendo ou não.
— Não fala isso, você é único! Aquele Valentim gosta de humilhar os mais fracos, você é a pessoa certa para derrotar o rolha de poço!
