#2 Ariel

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(4383 palavras)

Na sala, onde o sol da manhã filtrava-se pelas janelas, lançando um brilho dourado sobre as carteiras, as cartas foram distribuídas

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Na sala, onde o sol da manhã filtrava-se pelas janelas, lançando um brilho dourado sobre as carteiras, as cartas foram distribuídas. Eduardo, com uma expressão tão neutra que poderia rivalizar com a máscara de um fantasma, examinava suas cartas com uma calma quase sobrenatural. Rédi, em contraste, irradiava insatisfação, com a antecipação de uma vitória, em vez de três derrotas consecutivas.

Conforme as cartas eram jogadas, Eduardo permanecia imperturbável, cada movimento feito com precisão meticulosa, como se estivesse esculpindo uma obra-prima invisível. Rédi, por outro lado, era uma tempestade de emoções. Seus olhos se arregalavam em triunfo sempre que jogava uma carta especial, inclinando-se para frente, um sorriso travesso iluminando seu rosto enquanto observava Eduardo com expectativa crescente. Contudo, Eduardo não dava sinais de abalo, respondendo com uma serenidade que parecia desarmar o fervor de Rédi.

A partida avançava e Rédi acumulava pequenas vitórias, sua excitação crescendo a cada rodada. Quando finalmente ficou com apenas duas cartas na mão, ele bateu uma delas na mesa junto com as outras, um gesto cheio de expectativa e desafio.

— Uno! Garai! — ele exclamou.

— Vai tombar a mesa, boy? Hmmm, e se eu jogar essa? — colocou a mão no queixo pensativo.

Rédi estava à beira da vitória, com a última carta em sua mão, um "+4", pronta para garantir seu triunfo. Mas Eduardo, com um sorriso enigmático, jogou uma carta "0", um movimento que forçou Rédi a trocar de cartas com ele.

— Uno! — diz Eduardo, gargalhando.

Rédi, com raiva, jogou suas cartas na cadeira e se levanta.

— Eu estava quase ganhando essa bagaça!

— Se você tivesse continuado, boy, talvez, teria me vencido.

— Eu perdi umas cinco vezes mano, parece que você só cai com as cartas certas.

— Será?

— Como você faz isso? Conta pro pai aqui! — ele se senta.

— Hum, você tem boa memória?

— Memória? E o que isso tem a ver? — coça a cabeça.

Eduardo possuía uma habilidade impressionante para manipular as cartas. Quando ele pegava o baralho para embaralhar, seus movimentos eram fluidos e precisos, quase coreografados. Para um observador casual, parecia apenas um embaralhamento eficiente, mas na verdade, Eduardo estava memorizando a posição de cartas específicas enquanto misturava o baralho.

Ele começava com um simples corte do baralho, dividindo-o em duas metades. Enquanto fazia isso, seus olhos registravam rapidamente as cartas do topo de cada pilha. Então, ele unia as duas metades de volta, fazendo um riffle shuffle meticuloso, onde as cartas das duas pilhas se intercalavam de maneira ordenada. Seus dedos ágeis moviam-se com precisão, garantindo que as cartas específicas permanecessem nas posições desejadas.

Período BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora