#17 Domo misterioso

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Na manhã de segunda, Gabriel espera ansioso na calçada, o uniforme de educação física da escola destacando-se com a camiseta e bermuda laranja e os tênis vermelhos que ele sempre usa para as aulas

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Na manhã de segunda, Gabriel espera ansioso na calçada, o uniforme de educação física da escola destacando-se com a camiseta e bermuda laranja e os tênis vermelhos que ele sempre usa para as aulas. Ele observa Raissa saindo de casa, o rabo de cavalo balançando na mochila enquanto ela desce as escadas. Com o mesmo uniforme laranja da escola, ela usa um short legging que cobre as coxas e revela os joelhos, e um par de tênis verdes, que contrastam com o dela. Ela tranca a porta e se aproxima sorrindo, e se curva levemente para dar um selinho nele. De mãos dadas, eles começam a caminhar pela calçada.


— Tú fica mó gostosa com essa roupa aí.

— Sssete horas da manhã e cê me manda esssa, Manu! — sorri de canto de boca.

— Tenho que valorizar meu mulherão, né. E o Dom, alguma novidade dele?

— Ele sssó volta amanhã. Vai sssse surpreender com a bagunçan que os bichosss tão fazendo.

— Quando o gato sai, os ratos fazem a festa, né não?


Ao descerem a ladeira, Gabriel e Raissa se deparam com um domo escuro envolvendo a escola, invisível aos olhos de civis e alunos comuns, mas evidente para eles. Sentindo o peso da estranheza no ar, apressam os passos. À frente do portão, avistam Mili Miranda, que os aguarda sentada no banco do outro lado da praça.

Pequena em estatura, Mili é dona de cabelos cacheados presos em dois rabos de cavalo que balançam levemente com o vento. Ela veste um casaco branco com detalhes roxos na frente, harmonizando com a calça de educação física igual à de Raissa. Seus tênis de corrida brancos mostram sinais de uso, e seu rosto exibe óculos redondos. Pendurado em seu pescoço, um colar de ouro com um pequeno pé de coelho brilha sob a luz, trazendo um toque de mistério. Ao sorrir, os dois dentes da frente, ligeiramente maiores e cobertos por um aparelho verde. Gabriel e Raissa se aproximam dela, enquanto o domo escuro paira.


— Ó, meu casal chegou! Tava só no aguardo de alguém chegar, que fiquei com mó receio de entrar sozinha.

— Nunca vi um território cobrir a escola toda. Essa Pinky é mais braba do que a gente imaginava — Gabriel cruza os braços.

— Vamosss entrar?

— Melhor a gente esperar a Ariel e a galera chegarem.

— E aí, tá com medo também, galo?

— Não, é porque é melhor todo mundo aqui pra gente não ficar no escuro, né? Literalmente falando.

— Espero que, tipo, a gente não morra lá dentro, né?

— Que issso, Mili? Vira Esssa boca pra lá, Manu!


Mili ri, sua risada suave contrastando com a tensão que paira no ar. Raissa, sentando-se no banco e cruzando as pernas, pega o celular e, com um gesto rápido, tira uma foto do domo. E envia para: "Dominique, irmão". Gabriel se senta ao lado dela, os dois observando o domo escuro, barrando qualquer sinal de normalidade. Nesse momento, uma van chega, parando suavemente em frente à escola. A porta se abre, revelando Eduardo, Valentim e Ariel, que saem em passos rápidos. Os alunos, alheios ao que realmente está acontecendo, continuam passando pela porta de entrada do domo como se nada estivesse acontecendo, rindo e conversando despreocupadamente. O trio, ao notar o domo, para em estado de alerta. Gabriel, do outro lado da rua, chama-os com urgência: "E aí, chega aí, galera!". Ele observa enquanto eles trocam olhares confusos, antes de se decidirem e atravessarem a rua.

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