Meu Tentador Mafioso

21

As semanas que se seguiram à minha recuperação foram um tanto estranhas. Edward fazia o possível para me manter segura e confortável, mas havia uma tensão no ar que eu não conseguia ignorar. Ele estava mais preocupado do que o normal, e logo descobri o motivo. Bento, o velho russo obcecado por mim, estava novamente à espreita, ameaçando nossa paz.

Edward decidiu que o melhor a fazer seria sair da cidade por um tempo, até que a situação estivesse sob controle. Ele tinha uma casa de campo, longe de tudo, um lugar onde poderíamos ficar isolados e seguros. Concordei, apesar de saber que Edward não tomava essa decisão de ânimo leve.

A viagem para a casa de campo foi tranquila. O caminho era longo, mas as paisagens eram de tirar o fôlego, uma distração bem-vinda dos pensamentos que me atormentavam. Quando chegamos, a casa me surpreendeu. Era grande, mas de uma simplicidade elegante. Rodeada por colinas verdes e cercada por árvores altas, o lugar parecia retirado de um conto de fadas, um refúgio perfeito para nós.

— O que achou? — Edward perguntou enquanto me ajudava a descer do carro.

— É lindo, Edward. — Respondi, sentindo o frescor do ar e a paz do ambiente. — É exatamente o que eu precisava.

Ele sorriu, um sorriso raro, aliviado por ver que eu gostava do lugar. Ele estava se esforçando tanto para me proteger, e eu podia ver o cansaço em seus olhos, mesmo que ele não quisesse admitir.

— Vamos entrar. — Ele disse, pegando minha mão.

A casa por dentro era acolhedora, decorada com móveis rústicos, mas confortáveis. O ambiente era aquecido por uma lareira, e as grandes janelas permitiam uma vista deslumbrante das montanhas ao longe. Edward parecia relaxar um pouco ao ver que tudo estava em ordem, mas eu sabia que, mesmo aqui, ele nunca baixaria totalmente a guarda.

— Vou cuidar de tudo, Ella. — Ele disse, enquanto colocava nossas malas no quarto principal. — Quero que você se sinta segura aqui.

— Eu sei que vou, Edward. Com você, sempre me sinto segura. — Respondi, me aproximando dele. Eu queria que ele soubesse que, apesar do medo e da incerteza, eu confiava plenamente nele.

Nos dias que se seguiram, tentamos aproveitar ao máximo a paz da casa de campo. Caminhamos pelos campos, exploramos os arredores e até fizemos piqueniques sob o sol. Por um momento, parecia que o mundo havia parado, e que nós éramos as únicas pessoas nele. Mas, no fundo, eu sabia que aquela paz era frágil, que Bento ainda estava lá fora, esperando o momento certo para nos encontrar.

Uma tarde, enquanto estávamos sentados na varanda, Edward recebeu uma ligação. Vi a expressão em seu rosto mudar, tornando-se mais dura, mais focada. Ele se afastou para falar em privado, mas eu sabia que algo estava errado.

Quando ele voltou, sua expressão era séria.

— Precisamos ser mais cuidadosos. Bento está mais perto do que pensávamos. — Ele disse, sentando-se ao meu lado.

— O que vamos fazer? — Perguntei, tentando manter a calma.

— Vamos ficar aqui mais um tempo. Meus homens estão cuidando disso, mas não quero arriscar. — Ele respondeu, colocando o braço ao redor dos meus ombros, me puxando para mais perto. — Enquanto eu estiver aqui, ele não vai te machucar, Ella. Prometo.

Eu queria acreditar nisso, queria acreditar que poderíamos continuar vivendo nesse pequeno paraíso sem sermos perturbados. Mas, ao olhar para os olhos de Edward, sabia que ele estava preparado para tudo, que faria o que fosse necessário para me proteger. E isso, de certa forma, me dava forças. Eu sabia que, juntos, poderíamos enfrentar qualquer coisa, até mesmo um velho russo obcecado.

Enquanto o sol se punha, tingindo o céu de laranja e rosa, me permiti relaxar por um momento, sabendo que, por mais difícil que a situação pudesse se tornar, Edward estaria ao meu lado, lutando por nós dois.