A madrugada estava densa no Reino de Mercury, o céu enegrecido por nuvens ameaçadoras que pareciam pulsar com energia. Dentro das paredes imponentes do castelo, a rainha lutava em agonia. Seus gritos ecoavam pelos corredores de mármore, e o reino parecia conter a respiração, como se soubesse que algo incomum estava para acontecer.
As parteiras, acostumadas a muitos nascimentos reais, sentiam uma ansiedade inexplicável. Havia algo de diferente naquela noite, algo que pairava no ar, pesado e carregado de um pressentimento sombrio.
Quando o primeiro grito cortou o silêncio tenso, não foi da rainha, mas do bebê. Uma menina. Assim que seus pulmões se encheram de ar, um grito poderoso reverberou pelo quarto, seguido por um estrondo ensurdecedor do lado de fora. As janelas tremeram em seus caixilhos, e um raio feroz rasgou o céu, iluminando o reino com uma luz cegante.
A parteira, tremendo, segurava a criança, envolta em sangue e nascida da tormenta. Era Isla, a primeira das treze. Seus olhos, de um azul profundo como o mar, brilhavam com uma intensidade assustadora. Não era uma criança comum. Não poderia ser.
Os minutos seguintes foram um turbilhão de nascimentos, cada um mais estranho e perturbador que o anterior. A rainha parecia estar à beira da exaustão, mas seu corpo continuava a trazer novas vidas ao mundo. A cada nova criança, um fenômeno sobrenatural ocorria, deixando todos na sala em estado de choque.
A segunda a nascer foi Astra, e quando seus olhos dourados se abriram, o quarto foi preenchido com o som sibilante de serpentes, que pareciam materializar-se do nada, deslizando pelas sombras, atraídas pelo poder da menina.
Lira Moonshadow veio logo em seguida, e com sua chegada, as velas na sala se apagaram instantaneamente, lançando todos na escuridão. Sua presença era como uma sombra viva, movendo-se silenciosamente, como se já pertencesse ao mundo das trevas.
Zara Emberheart nasceu em um braseiro de calor; o quarto, antes gelado pela presença de Astra, foi subitamente aquecido por chamas que não queimavam, mas que se alimentavam do próprio ar ao redor.
Assim, uma a uma, as meninas foram trazidas ao mundo, cada uma com um fenômeno que reforçava a sensação de que esse não era um nascimento comum, mas um evento que mudaria o curso da história.
Naya Frostwind chegou com uma rajada de vento gelado, cobrindo o quarto em uma fina camada de gelo. Eira Skydancer apareceu, trazendo consigo uma brisa fresca que carregava o cheiro das montanhas distantes. Selene Nightblade nasceu silenciosa, mas com uma aura de mistério, as sombras ao redor se curvando a ela como se já a reconhecessem como sua senhora.
Isla, a primeira, observava em silêncio, sentindo em seu coração que essas meninas eram mais do que suas irmãs; eram partes de um todo maior, uma força destinada a algo além da compreensão humana. Quando finalmente Rhea, a última a nascer, chegou ao mundo, a sala estava mergulhada em um silêncio profundo, como se o próprio universo aguardasse. Diferente das outras, Rhea parecia completamente humana. Seus olhos castanhos eram calmos, sua respiração suave, mas havia uma força serena nela que os outros não podiam ignorar.
As parteiras, atônitas e temerosas, olhavam para a rainha e depois para as meninas. Sabiam que não poderiam deixá-las juntas. O que quer que fossem, essas crianças eram perigosas.
E assim, com o coração pesado, a decisão foi tomada. As 13 meninas foram separadas e enviadas para diferentes nações, onde seus poderes poderiam ser contidos, ou pelo menos, onde poderiam ser mantidas longe umas das outras.
Mas o destino já havia começado a tecer sua trama, e a separação apenas adiaria o inevitável. As treze cresceriam, cada uma em seu próprio mundo, mas o laço que as unia não poderia ser rompido. Um dia, a verdade seria revelada, e quando esse dia chegasse, o mundo veria o poder das 13 Wanheda, as irmãs nascidas da tempestade, destinadas a salvar ou destruir o mundo.
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as 13 wanheda
FantastikNo distante Reino de Mercury, sob a luz pálida de uma madrugada misteriosa, uma rainha deu à luz 13 meninas. Para alguns, esse nascimento foi um milagre; para outros, uma maldição. Das 13, apenas uma, parecia ser inteiramente humana. As outras nasce...