𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘁 𝗹𝗲𝗮𝘃𝗲 𝗺𝗲 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆

027. living the longing

Any Gabrielly

—Mais eu queria assistir Rapunzel.

—Sabina: É minha vez de escolher! E eu quero assistir minions.

Senti minha bochecha esquentarem levemente e provavelmente ficarem vermelhas pela raiva por ela estar me contrariando, e Sabina sorriu envergonhada. Eu me atirei em cima dela tentando pegar o controle da sua mão, mas o balde grande de pipoca entre nós duas dificultava meu trabalho.

—Você é tão chata. — Murmurei derrotada, mas quando ela menos esperou eu enchi a mão de pipoca e jogou nela.

Sabina abriu a boca indignada com o que eu havia feito, e logo ela se levantando ficando em pé no sofá da tia Ale. Ela fez como eu, mais em dose dupla, jogou duas mãos cheias de pipoca fazendo os milhos ficarem pendurados em meu cachos. Eu abaixei a cabeça escondendo meu rosto entre meus joelhos, e fingi chorar. Não demorou muito em senti ela se aproximar de mim, e colocar sua mão sobre meu ombro com um pouco de receio.

—Sabina: Any? Desculpe, não gosto quando você chora.— Ela beijou minha bochecha. —HÁ!

Ela gritou desesperada quando eu a empurrei para o lado e peguei o balde inteiro da sua mão. Agora foi a minha vez de ficar em pé, segurando o balde em cima da sua cabeça pronta para derramá-lo todo.

Era o fim dela.

—Fernando: Ei! O que vocês pensam que estão fazendo?

Quando a voz do meu pai invadiu a sala, eu e Sabina olhamos em sua direção sem nos mover. Ele se aproximou, e pegou a pipoca da minha mão antes de nos olhar e estreitar os olhos.

—Fernando: Esqueceram de me chamar?! — Isso foi tudo que ele disse antes de começar a atirar pipoca em nós duas. Eu cai sobre Saby no sofá, e começamos a rir enquanto tentávamos nos defender com as mãos daquele bombardeiro de milhos de pipoca.

—Sabina: Para papai, para. — Ela falou em meio aos nossos risos.

—Ale: O que está acontecendo aqui? — A voz alta e brava de tia Ale nos fez parar, e olhar para porta por onde ela tinha acabado de entrar, e estava nos olhando com uma cara nada boa.

—Foi o tio Fernando. — Apontei para ele.

—Sabina: Foi o papai. —Sabina fez o mesmo que eu, e tio Fernando ergueu os braços rendido fazendo o balde agora vazio cair no chão.

Hoje, foi a primeira vez que não ganhamos um bom dia, ou um abraço apertado dele pela manhã. O céu nublado e as poucas gotas de chuva que caíam, pareciam representar nossa dor, parecia que o universo inteiro estava chorando junto com a gente.

Ele era como um pai para mim, foi uma das poucas pessoas que acreditou no meu potencial quando nem eu mesma conseguia acreditar, foi ele que me mostrou o verdadeiro amor quando confiou em mim para fazer Sabina feliz, então eu acho que essa dor, essa maldita saudade nunca vai passar. Olhar para Sabina me faz sentir que o mundo inteiro está caindo sobre minha costas, olhar para ela me faz perceber que minha dor não é nada comparada com a dela.

Se eu pudesse escolher, se eu tivesse essa oportunidade... eu teria ido no lugar dele, eu com certeza faria de tudo para não vê-la assim, qualquer coisa.