016. fuck me

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Sabina Hidalgo

—Me disseram que você estava precisando de mim. — Sussurrei.

Ela respirou fundo, provavelmente tentando parar de chorar e levantou a cabeça para me olhar. Quando nossos olhos se encontraram, eu levei minha mão até sua bochecha e limpei as lágrimas que não paravam de cair, e sorri para ela da forma mais doce do mundo. Any me abraçou, e eu a apertei em meus braços enquanto ela deitava a cabeça em meu ombro. Fechei os olhos, e suspirei antes de cheirar seu cabelo.

A vida me deu a pessoa mais incrível do mundo, e ela me dá vida.

—Any: Pensei que nunca mais fosse voltar.

—Eu sempre volto, carinõ.

Essa era a verdade, independente do que acontecesse eu voltaria, porque pertenço a ela. Eu não consigo mais fugir disso, eu não quero. Mesmo que ela não corresponda a intensidade do do meu amor por ela, eu preciso dizer o que eu guardo só para mim a anos. Eu só não quero a perder, eu não suportaria viver sem ela na minha vida outra vez, preciso dela, preciso muito.

—Any: Eu quero ir. — A voz dela falhou, é um soluço escapou da sua boca.

—Me diga a onde quer ir, que eu te levo.

—Any: Quero ir com você, quero voltar para casa.

Sua voz ainda estava um pouco embargada por causa do choro, mais mesmo assim eu podia ver a mistura de desespero, merdo, e raiva, muita raiva, que sua lágrimas transmitiam. Conseguia sentir meu peito ser esmagado por uma sensação ruim, eu não queria acreditar que machucaram ela, eu não queria estar certa dessa vez.

—O que fizeram com você?

—Any: Não fizeram nada. — Ela sussurrou, e desviando seus olhos do meu.

—Não minta para mim. — Algumas lágrimas desceram pelo seu rosto, e eu suspirei. —Tocaram em você? Te machucaram?

—Não, eu não... — Ela gaguejou enquanto tentava segurar o choro.

Eu fechei os olhos, e respirei fundo tentando conter a grande raiva que se formou dentro de mim.

—Tocaram. — Sussurrei desacreditada.

—Any: Está tudo bem.

—Quem? Quero que me diga quem foi.

—Any: Me escuta, tá tudo bem!

—Não! Não tá nada bem. — Dessa vez minha voz saiu alta e em bom som. Eu estava nervosa, podia sentir meu sangue ferver de raiva. —Te machucaram, então não me venha com essa de que está tudo bem, porque não está.

—Any: Esquece isso, por favor.

—Você usou drogas?! — Perguntei entredentes, irritada por ela fingir que não se importa, enquanto está destruída por dentro.

—Any: Nunca precisei usar drogas. — Ela suspirou pesadamente, e se encolheu escondendo a cabeça entre os joelhos. —Tudo que eu amei, me destruiu o suficiente.

Aquele aperto que eu estava sentindo no peito, se tornou maior, e a cada segundo que passava aquela dor parecia me machucar ainda mais. Ouvir ela falando aquilo, foi como ver Any se afogando, e não saber o que fazer. Queria poder pegar toda sua dor, e transferir para mim só para que ela não sentisse nada. Eu queria que o meu amor fosse o suficiente.

𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘁 𝗹𝗲𝗮𝘃𝗲 𝗺𝗲 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Onde histórias criam vida. Descubra agora