024. and if it doesn't work

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Any Gabrielly

Eu não sentia o chão, parecia que eu estava flutuando, era um sensação tão estranha, e ao mesmo tempo tão ruim.

Tudo estava escuro, eu não conseguia ver nada. O silêncio era ensurdecedor, e me deixava com medo. Eu queria correr, gritar, eu queria que aquela sensação tão ruim parasse de esmagar meu peito, eu queria que parasse de doer.

—Sabina: Não finja que se importa! Você só liga para os seus problemas, você só liga para você mesma.

—Amor... — Meu sussurro era quase impossível de ser escutado, era inaudível.

—Sabina: E se eu precisar?! Porque eu preciso de você todos os dias, e você nunca tá lá.

Eu me virava para todos os lados, tendo acha-lá mais eu não conseguia. De repente uma luz se acedeu sobre ela, e eu consegui ver seus olhos brilhando pelas lágrimas que logo em seguida caíram, molhando seu rosto. Ela estava me olhando, ela me encarava de uma forma que nunca fez antes, e aquilo fez meu coração se despedaçar.

Tentei me aproximar, mais eu não estava conseguindo me mexer, não conseguia me mover. Minha visão começou a embaçar, e a minha respiração ficar descontrolada, os soluços escaparam da minha boca sem que eu percebesse.

—AH! — Gritei o mais alto que eu consegui, e quando eu percebi, eu já corria em sua direção. Quando me aproximei o suficiente, me joguei em seu braço na intenção de abraça-la, mais ao invés da sensação aconchegante de seus braços, senti meu joelhos batendo no chão com força. Tudo ficou escuro outra vez, e quando a luz voltou a se ligar, Sabina estava longe outra vez. Tudo que eu conseguia ouvir era o meu choro, meu soluço parecia que ficavam mais altos a cada segundo que se passava, enquanto as batidas dos meu coração ficava cada vez mais violentas. —Eu me importo tanto...

Me levantei devagar sentindo meus joelhos doerem, e pela última vez, eu corri em sua direção. Quando me joguei em seus braços, eu nem sabia o que sentir, ela não sumiu, mais também não retribuiu meu toque como costumava fazer.

—Sabina: Talvez não seja o suficiente.

...

Abri os olhos um pouco assustada, e pisquei algumas vezes para tentar mantê-los aberto. Minhas respirações estava completamente descompassada, e eu podia sentir a roupa que estava usando grudar em meu corpo, por causa do suor.

Estava tudo escuro dentro do quarto, e silencioso, a única coisa que eu ouvia era a forte chuva que caía lá fora. No relógio em cima da cabeceira da cama, marcava 5:45am e olhar aquilo me fez suspirar pesadamente, já que eu com certeza não iria conseguir voltar a dormir. Me virei para poder ficar de frente para Sabina, que apenas se mexeu um pouco, e abraçou minha cintura com um pouco mais de força. Passei a mão em seu rosto que ainda estava úmido por conta do seu choro recente. Meu dedo desenhou devagar o caminho que uma de suas lágrimas deixou, e mais uma vez eu suspirei antes de fechar os olhos, e encostar minha testa na dela. Quando voltei a abri-los beijei sua boca com calma, e com todo carinho que eu queria que aquele toque passasse.

—Eu me importo tanto, carinõ. — Sussurrei quase sem voz. —Me desculpa.

—Sabina: Any... — Ela me chamou enquanto ainda dormia, e respirou fundo antes de se aconchegar mais no meio das cobertas.

𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘁 𝗹𝗲𝗮𝘃𝗲 𝗺𝗲 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Onde histórias criam vida. Descubra agora