Cap. XI - Palácio Inverno.

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LILITH

Dor.
E uma escuridão infinita.
Desespero.
E uma agonia sem fim.
Por mais que eu corresse em todas as direções que se abriam em minha frente, elas acabavam me levando para o mesmo lugar. Para o mesmo ponto de partida.

Uma total e completa escuridão com vozes desconhecidas ecoando dentro dela. Em alguns momentos, eu queria falar, pedir socorro, gritar mas meu eu todo parecia cansado demais, para emitir qualquer som. Então um completo silêncio, nem mesmo minha respiração era perceptível, me encolhi naquele lugar e deixei a escuridão tomar conta de mim.

Minutos se passaram, então horas e depois dias, a dor às vezes me atingia mas apesar de sentir, algo me impedia de gritar e colocar para fora, então eu engolia a dor e permanecia em silêncio, esperando pelo fim daquela tortura agonizante. Quando finalmente achei que escuridão me deixaria encontrar a luz, uma voz ecoou por ela, uma voz que parecia quase um sussurro, uma voz que fez meu coração apertar, uma voz familiar.

Como se uma pequena luz dentro de mim tivesse me sacudido, levantei e corri. Corri para todas direções e não parei, até que por fim ao longo da escuridão pude ver um pequeno ponto de luz brilhando de maneira discreta. Voltei a correr, como se tudo dependesse daquilo, então quando finalmente a ponta dos meus dedos encostaram naquele pequeno ponto de esperança, a imagem de um jovem de cabelos ruivos e olhos verdes se abriu diante da minha visão, tudo que fiz foi sorrir, minha boca se mexia e pude ver o rosto dele demonstrar diversas expressões confusas, mas então algo parecia agarrar minhas pernas e me puxar de volta para aquele breu, lutei contra a escuridão mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, fui puxada de volta, e me vi caindo em um abismo escuro e sem fim.

Pude sentir como se estivesse em total queda livre, sem ter onde me segurar ou algum suporte para amenizar o impacto que viria. Enquanto vislumbrava minha queda, pude ver o borrão de duas mãos tentando me segurar, e toda a vez que as mãos chegavam perto o suficiente para me pegar, a escuridão parecia me puxar para baixo com força. Conforme as mãos iam se distanciando, enquanto minha queda continuava, minha esperança foi morrendo pouco a pouco, apenas fechei os olhos me entregando a escuridão mais uma vez.

De repente algo pareceu se iluminar abaixo de mim, e uma sensação familiar me fez abrir os olhos. Uma luz verde esmeralda envolvia todo o meu corpo, foi então que notei que havia parado de cair. Um leve sorriso se abriu em meus lábios, ao ouvir uma voz ecoar em minha mente. Então a escuridão começou a rachar conforme as mãos chegavam próximas do meu corpo, e a luz verde se expandia. Me agarrei aquelas mãos e deixei minha aura se fundir aquela luz esverdeada, então uma explosão quebrou toda a escuridão que me envolvia. O mundo finalmente voltou a ser o que era. Brilhante e colorido. E com olhos verdes e um sorriso de tirar o fôlego.

– Princesa, talvez Nora tenha razão e você devesse descansar por mais alguns dias. – Elliot disse, enquanto eu terminava de me aquecer.

– Pelos deuses, Elliot. Eu fiquei de cama quase uma semana, é descanso mais que o suficiente, não acha, Maven? – Meu olhar desviou para o jovem sentado próximo ao carvalho, lendo um livro.

Pensei comigo mesma: "Velhos hábitos nunca morrem."

Pude ver ele erguer o olhar e apenas dar de ombros, como se aquele assunto não fosse do seu interesse.

De repente, pelo caminho ladrilhado Laurie apareceu com um semblante iluminado, e logo atrás dela Sol, aparecia num lindo vestido de seda turquesa. Meus olhos lacrimejaram, corri em direção a mulher, a abraçando forte. Sol era uma mulher alta e magra, com cabelos curtos loiros, e a pele pálida, mas agora estava com a pele bronzeada, os cabelos na altura do ombro, o vestido havia caído muito bem nela, realçando suas curvas.

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