Cap. III - Sentimentos.

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Mais um dia começava no Palácio Inverno, pelo raio de sol que entrava através de uma fresta na cortina, o sol já estava brilhando forte a algum tempo. Só tinha um motivo para Nora me deixar dormir um pouco mais numa manhã linda como aquela, provavelmente eu teria de ajudá-las em alguma tarefa. Não demorou mais que alguns minutos para Laurie aparecer dando leves batidas na porta.

- Estou acordada, Laurie, pode entrar! - Assim que vejo-a passar pela porta, entro no banheiro, tomo um banho rápido, vestindo uma roupa simples surrada.

Volto para o quarto alguns minutos depois.

Ela se aproxima, me fazendo sentar na penteadeira, então começa a pentear meus cabelos. Em seguida, faz uma trança simples, deixando-a caída para o lado, um sorriso se forma em meus lábios, encaro Laurie atrás do reflexo no espelho, e a vejo sorrindo tambem.

- Nora, precisa de sua ajuda na horta, senhorita.

- Imaginei que fosse algo do tipo. - murmuro, vendo-a fazer uma careta.

- Quando terminar de arrumar, tem café com um bolo de milho, lhe esperando na cozinha. - Ela pisca, me fazendo sorrir.

Assim que termina seus afazeres, Laurie pede licença e sai do quarto, me deixando para trás enquanto calço minhas botas. Não demoro muito para descer, cumprimentando algumas empregadas pelo caminho, ou as poucas que ainda sobraram.

Levo apenas alguns instantes para tomar o café da manhã. Caminho na direção das portas do fundo do palácio, que dão acesso para a enorme horta que Elliot construiu, avistando-os já em função dela.

Alguns dias atrás, após uma reunião com a empregada-chefe dos palácios imperiais, corte de gastos haviam sido feitos e Nora já havia sido avisada que futuramente teriam ainda mais. Quando Nora contou para nós o que estava acontecendo, sabia que não demoraria muito para termos que viver de migalhas. Por vezes, notava alguns itens do palácio desaparecendo, uma parte de mim, sabia que era um jeito de ter algumas moedas guardadas, caso a situação piorasse.

Passando pela enorme porta, avisto Elliot abrindo pequenos buracos na terra, Nora jogando algumas sementes, enquanto Rose fechava o buraco com um pouco de terra e Sol as regava. Fico observando a cena por alguns longos minutos, quando sinto dedos tocarem em minhas costas, me empurrando levemente para a frente, me viro para trás e vejo Laurie com um largo sorriso no rosto.

- Vamos, princesa! Sem corpo mole, hoje é dia de luta, porque os de glórias acabaram! - Gargalho alto, acompanhando a mulher.

Nora costumava dizer que Laurie era uma flor nascida em meio ao caos.

Realmente, a beleza de Laurie era cruel com qualquer dama da alta sociedade que precisava fazer o máximo possível para ficar razoavelmente bonita. Enquanto a mulher de cabelos castanhos claros e olhos verdes, apenas precisava sorrir para deixar qualquer homem aos seus pés.

Por muitas vezes, ficava observando Laurie e Elliot conversarem de forma mais íntima, e aquilo me deixava curiosa até certo ponto, sobre o tipo de relacionamento que os dois possuíam, e o que queriam do futuro. Pego pensando no que faria se eles resolvessem se casar e ir viver a vida deles longe daqui, se eu, como amiga e pessoa, estaria pronta para deixá-los partir e ter a sua liberdade, já que a minha me fora negada várias vezes. Um aperto se faz presente em meu peito, e um longo suspiro acaba escapando, por hora deixo o assunto em questão de lado, pois agora há muito trabalho a ser feito.

Por longas horas, ficamos em função da horta, quando o sol bate quase meia tarde, finalmente fazemos uma pausa para almoçar. No instante em que a comida baixa, voltamos a nos focar na horta.

Quando o sol começa, finalmente a se pôr no horizonte, Laurie e Sol caem sentadas no chão, com a respiração pesada. Enquanto Nora, se mantém firme de pé, terminando de regar as plantas.

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