❀°• Saudosismoᴸᵁᴵᙆᴬ •°❀

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Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: "É ϙᴜᴇ ᴇᴜ, ᴠᴏᴄᴇ̂, ɴᴏ́s ᴅᴏɪs ᴊᴀ́ ᴛᴇᴍᴏs ᴜᴍ ᴘᴀssᴀᴅᴏ". Nᴏ ᴅɪᴀ ᴅᴇ sᴇᴜ ᴄᴀsᴀᴍᴇɴᴛᴏ, Lᴜɪᴢᴀ sᴇ ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴀ ᴄᴏᴍ ᴜᴍᴀ ᴀɴᴛɪɢᴀ ᴀᴍɪɢᴀ.

Tᴀɢs: ᴀᴍɪᴢᴀᴅᴇ ʜᴏᴍᴏᴇʀᴏᴛɪᴄᴀ (ᴋᴋᴋᴋᴋᴋᴋᴋ ᴛᴏᴅᴏs ᴊᴀ́ ᴛɪᴠᴇᴍᴏs ᴜᴍᴀ), ʙᴇɪᴊᴏ, Eᴅᴜᴀʀᴅᴏ ᴇ́ sᴇᴜ ᴘʀᴏ́ᴘʀɪᴏ ᴀᴠɪsᴏ, ʜᴇᴛᴇʀᴏssᴇxᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴄᴏᴍᴘᴜʟsᴏ́ʀɪᴀ, Lᴜɪᴢᴀ ᴅᴀ s1, ᴛʀᴀɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ, ᴛᴡ xɪxɪ (ᴍᴀs ɴᴀ̃ᴏ sᴇxᴜᴀʟ), ᴀɴɢsᴛ ᴄᴏᴍ ғɪɴᴀʟ ᴀɢʀɪᴅᴏᴄᴇ (?)

Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.7ᴋ

2021.

A casa dos Rocha era amaldiçoada. Não existiam espíritos ou fantasmas que a rondavam, não, era muito pior que isso; eu conhecia cada centímetro daquele lugar e jamais pensaria em adentrá-la novamente. Suas paredes me acompanhavam nos sonhos e eu acordava me recordando do número do telefone fixo. Era minha segunda casa, estava sempre lá... até que deixou de ser.

Quando entrei pelo portão lateral, vi o quintal enorme da casa. A grama continuava preservada como a última vez que estive ali, no aniversário de 17 anos de Luiza. Dessa vez, porém, o evento era diurno e conseguia-se reparar o quão aconchegante todo o ambiente era; as árvores faziam uma sombra singular e as mesas estavam espalhadas por todo o contorno do campo e piscina.

Vania apareceu a minha frente e me deu um abraço forte, como se nenhum tempo tivesse passado desde a última vez que a vi.

– Que saudades, querida. – acariciou minhas costas e eu fiz o mesmo. Seu cheiro havia mudado nesse meio tempo e parecia estar um pouco mais baixa, mas esse é um efeito comum de velhice. – Quanto tempo! Fico feliz de ter você aqui!

– Obrigada, tia Vânia – eu disse, com um sorriso no rosto. Há muito tempo que não chamava a mãe de amigas minhas de "tia".

– Lembro de quando você vinha aqui em casa todo dia e, do nada, parou. O que houve? Perguntei pra Luiza, mas ela disse que vocês se distanciaram. Foi isso mesmo? Eu achei estranho, vocês passavam tanto tempo grudadas.

– O vestibular acabou me deixando meio louca – balancei a cabeça –, eu só pensava nisso, o dia inteiro – forcei um sorriso.

Era mentira, mas ela não precisava saber. Não traria a verdade à tona, muito menos no dia do casamento de sua filha. Olhei a decoração; um grande coração na parede escrito "Luiza & Douglas". Fiquei esperando os golfinhos aparecerem – ela sempre gostou deles e isso sempre fez dela única –, mas foi Luiza que apareceu no meu campo de visão. Ela ainda estava longe, mas quando seus olhos fitaram os meus, nos encaramos fortemente por alguns segundos, como se o mundo tivesse parado.

Eu não a via desde a formatura do terceiro colégio. Respirei fundo quando a vi se aproximando. Minha mão começou a suar, queria ir embora. Por que havia ido? Douglas me convidou, mas eu poderia ter dito que não e enviado um presente qualquer. Mantive minha postura firme, tentando não mostrar minha ansiedade. Ela cumprimentou a mãe e esta saiu para conversar com outros convidados.

– Obrigada pela presença – ela disse, com um sorriso amarelo no rosto.

Não me comprimentou, seja com beijo no rosto ou um abraço, apenas ficou parada em minha frente segurando a barra do vestido branco. A olhei de cima a baixo. Vestido bonito, um pouco tradicional demais para o meu gosto, mas nada fora do padrão.

Na verdade, tudo era padrão demais ali. Quis perguntar se branco não era para noivas virgens – coisa que ela com certeza não era – mas preferi me manter com a feição estóica. A maquiagem leve, os convidados eram familiares ou ex colegas do ensino médio, a animação da festa deprimente.

Dᴇ Vᴏʟᴛᴀ ᴀᴏs 15 ɪᴍᴀɢɪɴᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora