❀°• Calourinhaᴶᴼᴱᴸ •°❀

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Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: Jᴏᴇʟ ϙᴜᴇʀ ғɪᴄᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴜᴍᴀ ᴄᴀʟᴏᴜʀᴀ.

Tᴀɢs: ғʟᴜғғ, ᴅɪɴᴀ̂ᴍɪᴄᴀs ᴜɴɪᴠᴇʀsɪᴛᴀ́ʀɪᴀs, ʙᴇɪᴊᴏ, ᴄᴇʀᴠᴇᴊᴀ

Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.4ᴋ

Entrei no laboratório com a bolsa pendurada em um dos ombros. Carregava em uma das mãos um computador velho com folhas impressas em cima, apoiando-os na costela na tentativa de equilibrar o peso. O barulho dos passos fez com que Joel virasse sua cadeira para me encarar descendo as escadas.

– Minha caloura favorita! – exclamou com um sorriso no rosto e eu revirei os olhos. – Trouxe o que eu te pedi?

Me aproximei de sua mesa, colocando os papéis a sua frente. Com uma rápida olhada se verificava que eram impressões de apostilas e livros da biblioteca, contabilizando mais de 25 páginas. Estavam em ordem, ainda quentes nas partes sombreadas.

– Obrigada, calourinha – ele disse

– Tem que me agradecer mesmo, foi quase um parto pro Cabra imprimir isso. Não tava querendo trabalhar não – joguei o cabelo para o lado e o tirei do meu rosto.

– E o Fabricio?

– Pediu demissão, pelo jeito – respondi e ele deu uma gargalhada leve.

– Daqui a pouco ele volta.

Era algo que seu colega fazia muito? Outras calouras haviam dito para mim que era só pedir com jeitinho que ele emprestava os livros originais ou falava que alguns xerox eram "por conta da casa". Pelo jeito, se você fosse bonita, ele seria um ótimo veterano. Nunca duvidei disso – e não acho que há nada de ruim em usar algumas dessas artimanhas para conseguir o que precisam, é difícil ser do primeiro período – mas Fabrício não é muito o meu tipo.

Também coloquei o computador velho em cima da mesa e recebi um olhar de confusão de Joel.

– Camila pediu pra você arrumar – informei. Ele afirmou com a cabeça. – Agora, por favor, não me pede mais nada porque vou ter prova depois de amanhã e eu não sei o que é 1+1. Preciso muito estudar – suspirei.

Gostava de exatas, havia sido uma das melhores alunas do ensino médio, então por que de repente números se tornou algo tão difícil? Se cálculo já estava acabando comigo, tinha medo do que seria cálculo 2 no próximo semestre (ou no seguinte, se acabasse repetindo a matéria).

– Quem é o professor?

– Reginaldo – respondi e ele sorriu de canto.

Se inclinou mais ainda sobre a cadeira e eu temi seu próximo comentário. Quais eram as chances de ele me pedir para fazer mais alguma coisa? Quis sumir para baixo da terra antes dele começar a falar.

– Eu empresto minhas anotações e minhas provas antigas – meus olhos se arregalaram, como se tivessem oferecido doce a uma criança –, mas tem uma condição.

Claro que teria. Sempre tem. Que tipo de trote eu estaria sujeita durante a semana? Usar um chapéu engraçado? Ou uma plaquinha com apelido? Foda-se, qualquer coisa pra não fazer a matéria de novo.

– E qual é, Senhor Joel, Grande Conhecedor das Físicas? – ri e ele fingiu um riso com "ha ha ha", debochando do apelido.

– Me paga uma breja hoje no bar das Cabras – era o bar na frente da faculdade. – Tô sem dinheiro hoje.

Fiquei boquiaberta, quase não consegui acreditar nos meus ouvidos. Era isso? Nada humilhante o suficiente para que eu tivesse que matar aula pelo resto da semana? Ele estaria realmente disposto a me ajudar apenas por uma cerveja ou me entregaria folhas em branco? Não, Joel não tinha reputação de passar a perna em calouros.

Dᴇ Vᴏʟᴛᴀ ᴀᴏs 15 ɪᴍᴀɢɪɴᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora