❀°• Velha Infânciaᴶᴼᴱᴸ •°❀

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Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: Jᴏᴇʟ sᴇ ᴅᴇғᴇɴᴅᴇ ᴅᴀs ᴘɪᴀᴅᴀs ᴍᴀʟᴅᴏsᴀs ᴅᴇ Eᴅᴜᴀʀᴅᴏ ϙᴜᴀɴᴛᴏ ᴀᴏ ғᴀᴛᴏ ᴅᴇ sᴇʀ BV.

Tᴀɢs: ғʟᴜғғ, s1 ɴᴇʀᴅʏ ᴊᴏᴇʟ, ᴄʜɪʟᴅʜᴏᴏᴅ ғʀɪᴇɴᴅs ᴛᴏ ʟᴏᴠᴇʀs, ᴍᴜᴛᴜᴀʟ ᴘɪɴɪɴɢ, ᴅᴜʙᴄᴏɴ ᴋɪss?, ɴᴀ̃ᴏ ɢᴏsᴛᴇɪ ᴍᴜɪᴛᴏ ᴅᴇssᴇ

Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.3ᴋ

Como todos os intervalos, estávamos sentados na pequena arquibancada, de frente para o campo de futebol – que jamais poderia ser chamado de campo pelo seu tamanho menor que uma área de pênalti. Douglas jogava no gol, com um déficit de habilidade de se impressionar. Talvez sua verdadeira habilidade seja ser rico, pensei comigo mesma e soltei um riso nasal. Ao lado, Fabricio, Eduardo e Joel conversavam sobre qualquer besteira de sempre e eu apenas conseguia parcialmente ouvi-los, com um dos fones do MP3 no ouvido e uma música animada tocando, fazendo-me mexer a cabeça na velocidade da batida.

Fabrício deu uma batidinha no ombro de Eduardo.

– Vai no half hoje? – perguntou.

– Nem – balançou a cabeça. – Vou sair com uma mina aí – sorriu e Fabrício replicou o sorriso, mostrando que compartilhava da satisfação do amigo. Sabia que, mesmo com 17 anos e no último ano do ensino médio, os garotos poderiam ser um tanto irritantes e imaturos, com comentários desnecessários quanto a paquera e as meninas.

– Quem? – Joel perguntou.

– Quem? – repetiu Eduardo com uma voz de deboche, menosprezando-o. – A Carol, véi – deu um sorriso malicioso –, a gente vai lá na Cocada da Márcia.

Joel voltou a ficar em silêncio. Por que aceitava sempre ser zoado pelos outros dois? Claro, éramos amigos desde sempre e, conforme as normas sociais de Imperatriz, era melhor nadar com os tubarões do que ficar sozinho a deriva... mas em qualquer oportunidade que Eduardo tinha, escolhia fazer alguma piadinha sacana ou responder de forma rude, como se Joel estivesse perdendo a visão do grande esquema e fosse um panaca total. Revirei os olhos.

– Mas, explica pra gente qual é desse lance seu com a Carol, mano – pediu Fabrício. Notei algo estranho no tom de sua pergunta, mas não consegui identificar o porquê. O que mais tinha para se falar? Ele sabia que ela era apenas a da vez, assim como Eduardo já havia mostrado que gostava de "diversificar", termo de suas próprias palavras.

– Sei lá – Eduardo deu de ombros. – Ela tá na minha e é gata. Por que não? – deu aquela sua risada escrachada que todos na escola odiavam.

Joel virou o tronco levemente, de modo a encarar os meninos. Me segurei para não dar um toque em sua perna e impedi-lo de virar; sabia muito bem que independente do que falasse, jamais escaparia de uma resposta que o esnobasse.

– Você nem conhece as garotas que você fica, né? É a quinta já só esse mês – falou, com a testa franzida. – Cê nunca pensou em ficar com alguém que você gosta? Sei lá.

Ao término de sua frase, me olhou de canto, mas eu preferi fingir que não havia visto. Tive medo que, se ele percebesse o quanto aquela frase havia me afetado, tudo estaria arruinado. Éramos amigos desde o início da infância, no grau 1, e estivemos conectados em todas as fases da nossa vida; éramos dupla nos trabalhos, ele me acompanhava até a minha casa após a aula e nos finais de semana ficávamos jogando videogame.

Tinha medo de manter contato visual por muito tempo e meus olhos entregarem o quanto eu gostava dele. Quando o encarava, um brilho resplandecente aparecia em minhas pupilas e eu me perdia olhando suas feições; sempre engolia em seco e tentava olhar na direção contrária. Ele não podia saber.

Dᴇ Vᴏʟᴛᴀ ᴀᴏs 15 ɪᴍᴀɢɪɴᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora