Capítulo oito

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Mais tarde naquela noite, a casa dos Perron estava envolta em uma quietude tensa. Natalie ainda se sentia inquieta após os eventos do dia, vagava pela casa. Ao passar pelo escritório de Roger, ela notou a porta entreaberta e, sem querer, deu uma espiada.

Lá dentro, Drew estava mostrando a Andrea como usar a luz UV para detectar marcas invisíveis. Ele estava ao lado dela, segurando a lanterna, e seus rostos estavam perigosamente próximos enquanto ele explicava o funcionamento do equipamento.

— Você só precisa apontar aqui e ligar — disse Drew, sua voz baixa e concentrada. A luz roxa piscou na mão dele, iluminando uma pequena área da mesa. — Vê isso? Às vezes, marcas deixadas por espíritos só aparecem sob essa luz.

Andrea inclinou-se ainda mais perto, observando com atenção. — Incrível... nunca pensei que algo assim pudesse ser usado em uma investigação. — Sua voz estava cheia de admiração, e ela olhou para Drew com um sorriso que não passou despercebido por Natalie.

Do lado de fora, escondida na sombra do corredor, Natalie sentiu seu estômago revirar com uma sensação familiar, mas desconfortável. A proximidade entre Drew e Andrea, e a maneira como Andrea estava tão focada nele, fizeram seus sentimentos de ciúmes surgirem com força. Ela sabia que Drew era apenas seu amigo, mas a cena que estava testemunhando a incomodava mais do que ela gostaria de admitir.

Andrea riu suavemente, claramente impressionada. — Você realmente sabe o que está fazendo, Drew. É incrível ver você em ação.

Drew sorriu de volta, satisfeito com o interesse de Andrea. — Obrigado. A prática ajuda muito. E também é importante ter uma boa equipe para trabalhar junto. Faz toda a diferença.Natalie mordeu o lábio, tentando ignorar a pontada de ciúmes que crescia em seu peito. Ela sabia que não tinha nada a temer, mas ver Drew tão envolvido com Andrea, tão próximo, era difícil de ignorar.

Ela decidiu que não poderia continuar ali, observando. Virou-se rapidamente e caminhou em direção à sala principal, tentando afastar os pensamentos negativos. Mas, enquanto se afastava, não pôde evitar uma última olhada para dentro do escritório, onde Drew e Andrea ainda estavam concentrados na luz UV, alheios à tempestade emocional que havia se formado dentro dela.

Natalie ainda estava no corredor, lutando contra a onda de ciúmes, quando ouviu passos atrás dela. Ela se virou rapidamente e viu seu pai, Ed Warren, se aproximando. Ele tinha uma expressão de curiosidade e preocupação no rosto.

— Nat? — Ed chamou suavemente, notando como ela estava espiando pela porta entreaberta.

Natalie se endireitou imediatamente, tentando esconder qualquer traço de desconforto. — Pai... — Ela começou, mas a palavra saiu mais como um sussurro, e ela rapidamente desviou o olhar, sentindo-se exposta.

Ed olhou para ela, depois para a porta do escritório de Roger, onde Drew e Andrea ainda estavam imersos na conversa sobre a luz UV. Ele não precisou de muito para entender o que estava acontecendo. Com um olhar compreensivo, ele colocou a mão no ombro de Natalie.

— Está tudo bem, querida? — Ed perguntou em um tom calmo, mas havia um leve toque de preocupação em sua voz.

Natalie forçou um sorriso e deu um leve aceno de cabeça. — Sim, estou bem... só estava... — Ela hesitou, sem saber exatamente o que dizer. Não queria parecer infantil ou possessiva.

Ed a observou por um momento, como se estivesse considerando as palavras certas para dizer. Mas antes que ele pudesse falar, Natalie decidiu que era melhor se retirar. Ela não queria ter que explicar os sentimentos que nem ela mesma entendia completamente.

𝐄𝐂𝐇𝐎𝐄𝐒 𝐎𝐅 𝐅𝐄𝐀𝐑, THE CONJURINGOnde histórias criam vida. Descubra agora