Capítulo dezesseis

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A música baixa e a batedeira na cozinha eram os únicos sons no andar de baixo. Natalie estava em seu quarto rodeada de livros, alguns da faculdade, outros dos seus estudos de latim. Era difícil decifrar qual era qual de longe, a cabeça de Natalie parecia que ia explodir a qualquer momento, seus pensamentos vagavam sobre os acontecimentos dos Perrons, suas atividades e Drew.

Toda vez que Natalie pensava em Drew, um sorriso fraco se abria em seu rosto, ela lembrava de quando saíram juntos, das provocações e tudo que passaram juntos. Seus pensamentos logo foram atrapalhados pelas batidas fortes na porta, Natalie então aproveitou e usou isso como uma desculpa para finalmente sair do seu quarto e dar um tempo dos estudos.

Quando Mary Ellen estava quase se aproximando da porta, Natalie desceu as escadas. — Vocês estão esperando alguém? — Ela perguntou enquanto parava em frente a porta, Mary Ellen ao invés de responder, apenas abriu a porta, mas não havia ninguém. A casa estava silenciosa, com apenas a música suave tocando de fundo, mas logo esse silêncio foi quebrado por um barulho de sino, que fez todas as garotas se virarem para trás assustada.

— Eu já estava batendo na porta faz uns dez minutos. — A garota que estava com o sino na mão disse. — Por onde você entrou? — Mary Ellen questionou a garota — Pelos fundos. — A garota sorriu.

— Isso por acaso é um sino de espíritos? — Ela perguntou a irmã mais velha dos Warrens. Natalie se posicionou atrás da irmã segurando seus ombros suavemente.

— E o que seria um sino de espíritos?

— Ele avisa se você está na presença de espíritos. — Judy respondeu a pergunta de Mary Ellen. O sorriso da garota de cabelos pretos parecia ter aumentado mais com a descoberta.

— Então é isso mesmo? — Ela murmurou, Natalie franziu a testa, desconfiando de cada passo e cada pergunta da garota. — Não, isso é só um sino, nossa mãe coleciona. — Natalie respondeu olhando a garota com desdém. — Aliás, quem é você?

— Essa é a Daniela, e ela vai embora depois do bolo. — Mary Ellen respondeu enquanto voltava para a cozinha. — Ah que bom! Eu amo bolo. — Daniela sorriu fechando o livro no qual ela estava fuçando.

— Vem cá,  os pais de vocês... Não guardam nada sinistro por aqui? — Daniela questionou fazendo Natalie arregalar os olhos em surpresa.

— Não, eles guardam tudo dentro de um quarto.— Judy murmurou brincando com seus dedos. Natalie mais uma vez arregalou os olhos, só que dessa vez para Judy, surpresa por ela ter revelado algo tão fácil sobre o quarto com todos os objetos amaldiçoados que nem ela, e nem Judy poderiam entrar. 

— Então a gente pode entrar para olhar? — Daniela questionou apertando sua mochila no ombro. — Claro.— Natalie deu de ombros escondendo sua irritação, um sorriso se formando nos lábios da garota achando que ela tinha alcançado seu objetivo. — Se você quiser ser possuída, usada como um canal para os outros espíritos, acabar morta e querer matar a gente no processo enquanto você toca em qualquer coisa lá dentro. — Natalie acrescentou, o sarcasmo cobrindo o seu tom de voz doce forçada. O sorriso de Daniela caiu imediatamente

Natalie suspirou percebendo que talvez tenha pego muito pesado com a garota. — Só não é bom ninguém entrar lá.

Antes que Natalie pudesse guiar Judy para outro cômodo, Daniela as parou e disse que havia um presente para Judy. — O quê é? — Judy perguntou, seus olhos brilhando de curiosidade. — Abra e veja.

Judy rapidamente abriu a bolsa de Daniela com a permissão dela, tirando lá de dentro um par de patins. O rosto de Judy se iluminou de felicidade, um sorriso largo surgindo em seu rosto. Ela se virou para a irmã com os patins na mão e disse: — Nat... você me ajuda?

De começo, Natalie negou a ideia, mas vendo que sem ajuda talvez Judy quebrasse algo ou até mesmo se machucasse, ela decidiu ajudar a irmã, que no momento estava colocando os patins amplamente feliz pelo presente.

— Obrigada, Daniela. —  Natalie sorriu fraco para a garota que também retribuiu com um sorriso.

A próxima coisa que Natalie estava fazendo era se certificando que Judy quebrasse alguma coisa ou caísse de cara no chão com os seus novos patins

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A próxima coisa que Natalie estava fazendo era se certificando que Judy quebrasse alguma coisa ou caísse de cara no chão com os seus novos patins. E enquanto ela fazia isso, Mary Ellen e Daniela conversavam na cozinha

— De onde você tirou dinheiro? — Mary Ellen sussurrou para a amiga enquanto raspava a massa rosa da tigela e a colocando na forma. — Eram meus, e eu só usei uma vez porque quebrei o braço na primeira vez que tentei usar — Disse Daniela, com um sorriso surgindo em seu rosto.

Mary Ellen parou de raspar a tigela por um segundo lançando um olhar sério para a Daniela. — Tá brincando?

— Ela parece mais coordenada que eu. — Daniela argumentou. — Se você quer dizer que ela está quase caindo de cara no chão, então sim, ela é muito mais coordenada — Natalie gritou correndo atrás de Judy que patinava no corredor

— Judes, eles vão estragar o chão! E você vai contar tudo para mamãe! — Natalie exclamou, e de novo, segurou Judy pela décima vez impedindo-a de cair no chão.

— A gente pode dar uma volta no quarteirão? — Judy disse olhando para sua irmã, que ainda estava com os braços na cintura de Judy. Depois de um tempo em silêncio, Natalie suspirou, cedendo ao pedido de sua irmã mais nova. Judy, com um sorriso largo, rolou até a mesa olhando para Mary Ellen. — A Nat deixou!

— Boa ideia, vocês vão lá e eu olho o bolo para não queimar. — Daniela falou, aproveitando a oportunidade que Judy acabou de lhe dar.

Mary Ellen olhou fixamente para Daniela, seu olhar novamente se tornando sério. — Tudo bem. Mas sem cheretar, não toca, não faz nada, então por favor, fica na cozinha. Me promete? — Ela implorou para a amiga que lhe deu um sorriso amplo.

— Eu prometo.

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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