CAPÍTULO 14

380 54 43
                                    

( Desculpe qualquer erro)

MARÍLIA MENDONÇA.

Fiquei olhando para aquele desconhecida por horas até ela acordar, ela parece tão frágil. Seus olhos mostram o quanto ela já sofreu, eu sinto isso.

Eu já estou a um dia inteiro com ela, depois que Luísa foi embora para casa Maiara voltou a dormir. Ela se sentia exausta, eu a compreendo. Ela deve ter passado por muitas coisas antes de eu achá-la naquele beco.

- Oi, Marilia. - Yasmin abre a porta do quarto. - ainda nao foi para casa ?

- Não quero deixa-lá. - falei me levantando da poltrona que estava ao lado da cama da ruiva. - quando amanhecer eu vou levá-la para ver a filha.

- Ela está bem ?

- Agora está, depois do calmante que deram para ela, ela se tranquilizou. - olhei para a ruiva que dormia plenamente. - nunca vi alguém tão desesperado por não conseguir falar com alguém.

- Mas eu a entendo, ela não tem ninguém aqui. A irmã era a única esperança dela conseguir falar com a irmã depois de ter tentado ligar tantas vezes para os pais. Ela se sente perdida.

- Eu vou ajuda-lá.

- Como ? - Yasmin olhou para mim.

- Vou dar a ela um teto, uma segunda chance.

- Mas você nem a conhece, Marilia. - yas me olha com espanto. - ela pode nao ser uma pessoa de confiança.

- Eu vou correr o risco, ela precisa de ajuda. Ela tem uma filha pra cuidar, ela é jovem. Ela tem uma vida.

- E você também, você também tem uma vida pela frente. Vai mesmo parar a sua para ajudar uma total estranha a seguir a dela?

- Você fala como se minha vida já não estivesse no rumo. - revirei meus olhos. - Maiara precisa de apoio, ela não tem família então eu vou dar isso a ela.

- Você se apegou a ela em tão pouco tempo, me lembra quando você estava com a...

- Não fale o nome dela. - fechei minha cara. - ela é passado.

- Se é passado porque não aceita tocar nem no nome dela ?

- Olha, só não fale sobre. Ela foi passado, e eu estou seguindo minha vida. - abri a porta do quarto e parei antes de sair. - vai examina-lá?

- Sim.

- Ótimo, fique com ela um pouco. Vou ir ver a bebê dela. - sai deixando Yasmin cuidando da ruiva.

Sai andando pelos corredores do hospital cumprimentando algumas enfermeiras pelo caminho, nao sei por que as meninas insistem em dizer que ainda sinto falta dela.

Como eu iria sentir falta de alguém que me machucou ? Me fez de idiota, brincou comigo e só me usou ?

Elas sempre perguntam se eu ainda sinto algo por ela e a resposta sempre será não, eu realmente nao sinto. Eu só gosto de evitar o assunto por ser algo incômodo, me leva pra piorar época da minha vida.

Entrei no elevador e apertei o andar onde ficava a ala infantil, em alguns minutos eu já andava pelos corredores em busca da sala onde ficava os recém-nascidos.

Parei em frente ao vidro e busquei com o olho aquela linda menina, achei o pequeno serzinho e meu sorriso se abriu. A pequena estava na segunda fileira dormindo dentro da incubadora, ela é tão linda.

A pele clara igual da mãe, os cabelos ralos e pretos. Ela estava linda, era pequena e estava um pouco abaixo do peso que geralmente recém nascidos tem. Mas com o tratamento que ela está passando logo seu peso se estabiliza e sua saúde fica melhor.

- Quer ir lá? - olhei para o lado e me deparei com Vero. - você vem aqui todo santo dia desde que ela deu entrada, nada mais justo que você ir lá e pegar ela no colo.

- Não, quero deixar isso com a mãe dela. - falei olhando para a menina. - amanhã eu irei trazê-la aqui.

- Por que se esforça tanto para cuidar de alguém que não conhece?

- Esse é nosso trabalho, Verônica.

- Você não tá fazendo isso só pelo trabalho.

- Eu só me sinto na obrigação de cuidar delas. - disse encarando minha amiga. - desde que as ajudei naquele beco, desde aquele dia eu sinto essa necessidade.

- Você já está aqui a três dias, não vai pra casa. Dorme numa cadeira nada confortável só para cuidar de duas desconhecidas.

- Meu trabalho exige isso, eu sou médica. Não me custa nada ajudar alguém.

- Voce está fazendo isso por que, Lila ?

- Minha vida parece menos monótona quando estou aqui. - falei dando de ombros. - por isso gosto mais do hospital do que da minha própria casa.

- Acho que você precisa se relacionar, já está a dois anos solteira. Se dê uma chance e conheça alguém.

- Isso está fora de cogitação. - neguei saindo de perto da janela e voltando para o elevador. - Tenho outras prioridades no momento.

- Sua prioridade no caso é uma desconhecido e sua filha?

- Também.  - sussurrei para mim mesma enquanto entrava no elevador. - tenha um bom plantão, vero.

- Vá pra casa, Mendonça.

As portas se fecharam antes que eu desse alguma resposta para minha amiga, me escorei e comecei a pensar. Será que não estou agindo no calor da emoção?

Ela é uma completa desconhecida, não sei nada ao seu respeito. Como posso confiar tanto em alguém que conheço a menos de uma semana?

Mas é impossível não confiar, seus olhos mostram como ela é mesmo sem ela abrir a boca. Ela sofreu, ainda sofre. Só Deus sabe pelo o que ela passou, me dá tanta pena vê-la mal, chorando.

Ela precisa de cuidado e conforto, não me importo se quebrar a cara. Estou agindo de acordo com o que manda o meu coração, não posso negar que me assusta a ideia de estar sendo enganada por uma golpista, mas nao posso deixa-la na rua, ainda mais com uma criança.

Sai do elevador e segui rumo ao quarto da ruiva, abri a porta e vi Maiara olhar para a janela, ela parecia concentrada em seus pensamentos. Forcei uma tosse e então seus lindos olhos me olharam.

- Atrapalho ? - perguntei indo até o lado de sua cama. - como está se sentindo?

- Quero te contar uma coisa.

- O que? - seus olhos lacrimejaram assim que fiz minha pergunta. - olha, não se preocupe com o que Luísa disse mais cedo. E bem, vamos achar sua irmã e...

- Quero deixar minha filha pra adoção.

É o que ?

[...]

Tchau viadas, votem e comentem muito. Obg 💖
Amanhã posto mais dois 💋

too sweet/ mailila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora