CAPÍTULO 11

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( Desculpe qualquer erro)

MAIARA CARLA.

O sol estava quente hoje, e pelo horário de agora só deixa a temperatura mais elevada. Estou andando num parque um pouco longe do lugar que costumo ficar, precisava buscar algo para comer e como aqui é um parque pela lógica tem algo para que eu possa pelo menos matar a fome de agora.

Estou há alguns meses na rua, não sei exatamente quantos. Deve ser o oitavo, não sei. Minha mente está focada em apenas uma coisa; sobreviver para cuidar do meu bebê.

Tive que andar por volta de quatro quilômetros só para buscar algo para comer, o ponto que costumo ficar está sem nada há uns três dias e o pouco que acho não dá para me manter forte.

- O que sua mãe não faz por você, hein ? - falei enquanto passava a mão por minha barriga, sorri ao sentir um chute sutil em minha barriga. - você sabe que eu faria de tudo por você.

Sorri boba com o outro chute, ele sabe que eu já o amo e sinto que esses chutes são um eu te amo de volta. Andei mais um pouco e parei em uma lata de lixo, olhei para dentro e ela estava vazia.

Pensei que teria mais coisas por aqui, mas pelo visto estava enganada. Olhei em volta e vi um monte de gente, no começo quando estava morando na rua eu tinha vergonha, mas agora não tenho mais. Eu preciso cuidar do meu bebê e sei que a única maneira de fazer isso era comendo o que restava dos outros.

Sei que tenho outra maneira, mas eu prefiro manter minha consciência limpa. Roubar não está na lista de atitudes que quero tomar estando na rua, isso vai muito além dos meus princípios.

- O que vamos fazer, bebê? - passei a mão em minha barriga avantajada. - estou há quase dois dias sem comer nada, eu preciso te alimentar.

Andei mais um pouco e parei perto de uma barraquinha, olhei para o moço que preparava um sanduíche natural e senti minha barriga roncar novamente. Aquilo parecia estar delicioso.

E se eu... não, nada disso Maiara. Você não vai roubar nada de ninguém, você não é assim. Mesmo que isso custa sua vida.

Mas, e se custar a vida do meu filho ? Se eu perder meu bebê pela fome?

Droga! Não sei o que fazer, morro de fome ou me entrego a sobrevivência de vez e cometo um crime? Eu não posso ser egoísta, não posso colocar a razão acima do meu filho, não posso me dar o luxo a escolha mesmo tendo uma alternativa que posso ter um bom resultado. A razão não matará a fome do meu filho.

Eu disse que faria de tudo por ele, e assim será.

Me aproximei sutilmente e esperei o homem se distrair, assim que ele se virou para atender um cliente eu peguei um dos sanduíches já pronto. Tentei sair despercebida mas o rapaz que estava sendo atendido viu e me dedurou.

- Ei, você aí! - o homem da barraquinha grita. - sua Ladra!

Sai correndo dali o mais rápido que pude, ouvi seus gritos atrás de mim e isso fez eu correr o máximo que pude. A barriga já grande me impedia de correr mais rápido, mas com muito custo consegui despistar o homem.

Parei de correr assim que percebi que o homem já não estava mais atrás de mim, comecei a andar como se nada tivesse acontecido. Mas apressei o passo para caso ele vir atrás de mim não me achar.

...

Só parei de andar quando já estava no beco onde durmo, o dia já estava virando noite então eu precisava me acomodar para passar a noite aqui. Assim que me sentei no meu papelão eu abri a embalagem do sanduíche e dei a primeira mordida, ele era grande o suficiente para matar minha fome pelas próximas horas.

Comi e me deitei, minhas costas estavam me matando. Não deveria ter corrido daquele jeito, Ou podia pelo menos parar para descansar em algum lugar antes de vir para cá.

Meu corpo estava cansado e como eu já estava deitada, não demorei muito para cair no sono. Mesmo com a dor eu consegui dormir, um sono leve e muito agradável.

- Você é tão linda, meu amor. - passei o dedo na pontinha do seu nariz. - perfeita.

Sorri para a minha menina, sua mãozinha agarrou meu dedo e seu rosto foi presenteado com um lindo sorriso dela. Minha filha é tão linda.

Beijei sua testa e sorri para ela, aos poucos meu sorriso foi sumindo. Uma dor insuportável se iniciou no da minha barriga fazendo eu me curvar.

Minha filha começou a chorar e gritar em meus braços, tentei a todo custo acalmá-la mas a dor não me permitiu fazer isso. Senti alguém me agarrando por trás e outra pessoa pegando minha menina dos meus braços, tentei gritar mas minha voz não saia. Eles estão levando ela, estão tirando minha filha de mim!

- Nao! - falei me contorcendo no papelão. - não tirem ela de mim.

Me sentei de vez assim que uma pontada no pé da minha barriga me despertou, olhei para baixo e vi sangue. Me Deus, meu bebê. Estou perdendo meu bebê.

- Socorro! - gritei com dificuldade pela dor.  - socorro!

Voltei a me deitar e me curvar no papelão, Deus, por favor. Não tire meu bebê de mim!

- Ei! - ouvi uma voz rouca gritar, logo alguns passos foram se aproximando de mim. - Ei, precisa de ajuda?

- Por favor, por favor. - tentei focar minha visão na pessoa mas a dor era tanta que nem conseguia manter meus olhos abertos. - salva meu bebê.

- Ei, calma. Eu vou te ajudar, vou te levar pro hospital. - Era uma mulher, a voz era de uma mulher. - consegue se levantar ?

- N-nao. - falei apertando sua mão que estava junto a minha. - por favor,salve meu bebê.

- Droga, não vou conseguir te levar no hospital assim. - abri minimamente meus olhos para ver a cabeleira loira em minha frente, era só isso que eu conseguia ver. - certo, olha, eu vou precisar da sua ajuda.

Concordei mesmo sem compreender o que ela disse, com a sua ajuda eu me deitei direito e abri as pernas. Ela parou entre elas e retirou a parte debaixo que eu usava.

- Me desculpe estar fazendo isso aqui, mas você pode ter uma hemorragia e eu não vou poder salvar seu bebê. - sua mão encosta na minha. - vamos ter que fazer seu parto aqui.

Ouvir o que ela me disse me apavorou mas não contestei, apenas concordei.

- Certo, eu preciso que você faça força. Empurre o máximo que der. - ela falou e eu fiz forçar, empurrei minha barriga até não ter mais forças. - vamos lá, sua bolsa já estourou. Eu só preciso que você faça força.

-Aaaah! - gritei assim que empurrei minha barriga. - eu não... não vou conseguir.

- Você vai, estamos quase lá! - ela pega em minha mão e aperta. - empurra!

Suspirei fundo e empurrei tanto quanto conseguia, um choro estridente chegou aos meus ouvidos. Deixei meu corpo cair no chão enquanto aos poucos aquele choro fino cessava.

- É uma menina, uma linda menina. - a mulher falou e eu só tive forças para sorri, aos poucos meus sentidos foram diminuindo. - Ei, moça esta tudo bem ?

Senti as mãos da mulher me balançar mas não tinha mais forças para reagir, virei minha cabeça para lhe olha e sorri. - cuide da minha menina.

Essa é a última coisa que me lembro, tudo ficou escuro e eu não ouvis mais nada. A única coisa que ficou presa em minha mente foi o choro da minha filha e aquela voz, aquela linda voz.

[...]

Agora sim, só semana que vem💋

Votem e comentem muito. Obg ❤️

too sweet/ mailila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora