𝑪𝒐𝒇𝒇𝒆𝒆 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝑪𝒍𝒐𝒖𝒅𝒔

Capítulo 1: The Refuge in the Heights

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"Entre as folhas que caem, me escondo.
Entre os ventos que sopram, te espero.
E no silêncio de cada palavra te encontro..."

— Flor Silenciosa

Em uma pequena cidade cercada por colinas verdejantes, havia um café escondido no alto de uma delas. Chamava-se Coffee in the Clouds, um lugar onde o aroma de café recém-passado se misturava com o ar fresco e a brisa suave. O café, com sua fachada de madeira antiga e suas janelas amplas, parecia flutuar acima do mundo, proporcionando uma vista perfeita da cidade e do céu. Lá, as nuvens quase tocavam o solo, dando ao lugar um ar mágico.

O Coffee in the Clouds era o refúgio perfeito para aqueles que procuravam uma pausa do mundo e um pouco de tranquilidade. Era um lugar acolhedor, com cadeiras confortáveis, iluminação suave, e uma atmosfera que convidava os clientes a relaxarem e se perderem no tempo. Amélia, uma jovem de cabelos castanhos curtos e olhos grandes e curiosos, subia a colina todos os dias depois da escola, atraída pela paz que o café oferecia.

Tímida e reservada, Amélia raramente se envolvia com as pessoas. Sua vida era uma rotina calma, sem grandes acontecimentos, e ela preferia passar seu tempo em silêncio, imersa em seus livros ou escrevendo. Contudo, havia uma coisa que a fazia se destacar: seu blog secreto de poemas, que ela mantinha sob o pseudônimo Flor Silenciosa. Era lá que ela derramava seus sentimentos mais profundos, coisas que nunca teria coragem de dizer em voz alta. As palavras eram seu escape, sua maneira de existir sem precisar se expor. Ela acreditava que ninguém jamais descobrira sua verdadeira identidade.

Todos os dias, ao entrar no café, Amélia escolhia a mesa mais afastada, num canto discreto perto da janela. Dali, ela podia observar a paisagem lá fora — o movimento suave das folhas nas árvores, o brilho do sol filtrado pelas nuvens e as pessoas que passavam apressadas ao longe. Sentada sozinha, com um cappuccino em mãos e um livro ou caderno à sua frente, ela sentia que aquele era seu mundo particular, onde o tempo parecia desacelerar.

E então havia Sofia, a barista. Com seus cabelos loiros sempre presos em um rabo de cavalo bagunçado e um sorriso que iluminava o ambiente, Sofia era o oposto de Amélia em muitos sentidos. Alegre, extrovertida e sempre disposta a conversar, Sofia fazia questão de interagir com cada cliente, saber um pouco de suas histórias e espalhar sua energia positiva pelo café. Ela gostava de saber o que fazia as pessoas voltarem ali todos os dias, o que as trazia de volta ao pequeno refúgio nas alturas.

No entanto, Amélia era uma exceção. Embora viesse todos os dias, Sofia nunca conseguia mais do que um tímido "obrigada" ou um breve sorriso em resposta. A cliente misteriosa sempre estava com um livro ou escrevendo em seu caderno, e nunca iniciava uma conversa. Mas havia algo em sua presença que intrigava Sofia. Ela se perguntava o que se passava na cabeça de Amélia, o que a atraía tanto para aquele café todos os dias.

O Primeiro Sinal

Naquele dia, o café estava especialmente tranquilo. Era uma tarde ensolarada, e a maioria dos clientes preferia passar o tempo lá fora, aproveitando o calor do sol. Amélia, como sempre, estava sentada em seu canto, com um livro de poesia nas mãos. Seus dedos corriam delicadamente pelas páginas, enquanto sua mente se perdia nas palavras.

Sofia, do balcão, observava com curiosidade. Decidiu que talvez fosse hora de tentar, mais uma vez, puxar assunto. Ao levar o cappuccino de Amélia até sua mesa, ela respirou fundo e sorriu.

— Você gosta muito de poesia, não é? — arriscou Sofia, inclinando-se um pouco para observar o livro que Amélia segurava.

Amélia olhou surpresa para a barista. Suas bochechas ficaram levemente coradas, e ela fechou o livro rapidamente, como se tivesse sido pega fazendo algo secreto. Com um pequeno aceno de cabeça, ela confirmou, sem dizer uma palavra.

Sofia sentiu a tensão no ar, mas decidiu continuar. Sua voz era suave, quase reconfortante, enquanto se esforçava para manter a conversa leve.

— Eu também gosto — disse ela com um sorriso genuíno. — Na verdade, leio um blog de poemas incrível. A autora se chama Flor Silenciosa. Você já ouviu falar dela?

As palavras atingiram Amélia como um choque. Ela sentiu o coração disparar no peito, e sua mão trêmula quase deixou cair a xícara. Ela lê o meu blog? O pensamento ecoou em sua mente, mas ela se forçou a manter a compostura.

— N-não sei... — murmurou, baixando o olhar para sua xícara. A timidez e o medo de ser descoberta a fizeram evitar o olhar de Sofia.

Sofia percebeu a reação, mas não quis pressionar. Ela sorriu, ainda mais suave, antes de se afastar.

— Bom, se um dia tiver curiosidade, acho que você iria gostar — disse ela, dando um último olhar carinhoso para Amélia antes de voltar ao balcão.

Amélia ficou imóvel por alguns instantes, o coração ainda acelerado. Será que ela realmente sabe? A ideia a deixava inquieta. Nunca tinha pensado que alguém tão próximo pudesse estar lendo seus poemas, muito menos alguém como Sofia. E se Sofia descobrisse que era ela a autora de Flor Silenciosa? Como reagiria?

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Naquela noite, de volta ao seu pequeno quarto, Amélia não conseguia parar de pensar no que havia acontecido no café. Sentada à sua escrivaninha, ela abriu seu laptop e acessou o blog de Flor Silenciosa. O poema mais recente estava ali, publicado apenas alguns dias antes:

"Entre as folhas que caem, me escondo.
Entre os ventos que sopram, te espero.
E no silêncio de cada palavra te encontro..."

Amélia passou os olhos pelo poema, sentindo o peso das palavras que havia escrito. Ela sabia que aquelas palavras eram para alguém, mesmo que nunca tivesse tido coragem de admitir. Agora, a ideia de que Sofia pudesse ser aquela pessoa a deixava com o coração acelerado.

Sofia, por sua vez, estava em casa, sentada à mesa da cozinha com seu laptop aberto. Ela também estava lendo o poema mais recente de Flor Silenciosa. A profundidade e a sinceridade das palavras sempre a tocavam de uma maneira que nenhum outro poeta conseguia. Mas, agora, havia algo mais. A reação de Amélia no café não lhe saía da cabeça.

"Será que ela poderia ser...?"

₊✩ˎˊ˗Espero que tenham gostado do primeiro capitulo...e de novo desculpe qualquer erro, estarei postando mais capitulos em breve... ପ(๑•ᴗ•๑)ଓ ♡!!