Capítulo 6: The Silence That Speaks

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"No reflexo de seu olhar, Eu vejo o que não ouso dizer. Em cada gesto não revelado, O silêncio parece gritar seu nome."

— Flor Silenciosa


Nos dias que se seguiram, o clima no Coffee in the Clouds parecia mais carregado de expectativas do que nunca. Amélia sentia que cada encontro com Sofia a puxava mais para um abismo desconhecido, onde seus sentimentos eram desnudados, peça por peça, diante da barista. Ela sabia que o segredo de sua identidade como "Flor Silenciosa" estava ficando cada vez mais tênue, uma linha fina prestes a ser cruzada.A cada tarde, Amélia subia a colina com uma mistura de excitação e medo. Desde que fez aquela pergunta para Sofia — "E se ela estivesse mais perto do que você imagina?" —, o comportamento de ambas mudara de forma sutil, mas perceptível. As conversas eram mais longas, os olhares, mais intensos, e o ar ao redor delas parecia sempre eletrizado com uma tensão que Amélia nunca havia sentido antes.Naquela manhã, antes de ir ao café, Amélia escreveu outro poema, um que parecia falar diretamente para Sofia, mesmo que ela não tivesse a coragem de entregá-lo ainda:


"Te vejo e me escondo, Nos labirintos de mim mesma. Quero te contar quem sou, Mas o medo me cala."


Ela fechou o caderno e o colocou na mochila, sentindo o peso das palavras não ditas. Colocou o uniforme escolar e, enquanto andava pela cidade, tentou afastar as preocupações. Hoje, ela não poderia deixar que o nervosismo a dominasse. Decidiu que, mais uma vez, iria ao café apenas para observar. Mas no fundo, sabia que isso era impossível.Ao chegar ao Coffee in the Clouds, o cenário familiar lhe trouxe uma sensação de conforto. O aroma de café fresco, as mesas de madeira e a cerejeira em flor criavam uma atmosfera que, de alguma forma, tornava tudo menos assustador. Sofia estava atrás do balcão, sorridente como sempre, mas havia algo em seus olhos que mostrava que ela também estava esperando por algo. Ela notou Amélia entrando e, como de costume, acenou com um sorriso caloroso. Amélia acenou de volta, sentindo o coração bater mais rápido, mas foi até sua mesa habitual, sentando-se perto da janela.O café estava mais cheio do que o normal naquele dia, o que deu a Amélia a oportunidade de se perder entre as conversas e o movimento. No entanto, seus olhos constantemente procuravam Sofia, observando-a de longe. Ela sempre parecia tão segura de si, tão livre em sua maneira de ser, algo que Amélia admirava profundamente.Depois de algum tempo, Sofia finalmente se aproximou da mesa de Amélia, trazendo um cappuccino sem ser solicitado, o que já se tornara um pequeno ritual entre as duas.— Achei que você poderia querer um — disse Sofia, colocando a xícara suavemente sobre a mesa.— Obrigada — Amélia respondeu com um sorriso tímido.Sofia hesitou por um momento, como se estivesse procurando as palavras certas, e então se sentou em frente a Amélia, algo que ela raramente fazia quando o café estava movimentado. O gesto inesperado fez o coração de Amélia acelerar.— Amélia... — Sofia começou, sua voz suave e cheia de curiosidade. — Eu estive pensando. Aquele dia, quando você me perguntou sobre a "Flor Silenciosa"... Você parecia querer me dizer algo. Amélia ficou tensa, suas mãos apertando a xícara com mais força. Seu segredo estava tão perto de ser revelado, mas, ao mesmo tempo, as palavras pareciam presas em sua garganta. Ela olhou pela janela, observando as pétalas de cerejeira caindo suavemente no chão, como se pudesse encontrar uma resposta ali.— E-eu... — Amélia começou, sua voz vacilante.Sofia esperou pacientemente, sem pressa, sem forçar. Isso a fazia se sentir mais segura, mas o medo de se expor ainda a prendia. Ela baixou os olhos para o cappuccino, tentando se acalmar.— Às vezes, eu escrevo — Amélia finalmente disse, sua voz um pouco mais firme, mas ainda carregada de incerteza. — E... esses poemas... eles significam muito para mim.Sofia sorriu com suavidade, mas havia uma compreensão em seus olhos que fez Amélia perceber que a barista já sabia mais do que deixava transparecer.— Eu sei — Sofia respondeu. — Seus poemas, Amélia, eles me tocam de uma forma que eu nunca consegui explicar. Há algo neles... algo em você... que eu acho que entendo. Amélia sentiu seu coração saltar no peito. O que Sofia estava dizendo? Ela sabia? Poderia ser verdade que Sofia já havia descoberto a verdade sobre sua identidade como "Flor Silenciosa"?O silêncio que se seguiu parecia durar uma eternidade, até que Sofia quebrou a tensão com um sorriso caloroso.— Vou te deixar pensar um pouco. Mas quando estiver pronta... estou aqui. — disse ela, antes de se levantar e voltar ao balcão.Amélia observou Sofia se afastar, sentindo uma mistura de alívio e pânico. Era como se a barista soubesse exatamente o que ela queria dizer, mas estivesse dando espaço para que Amélia decidisse seu próprio ritmo. A jovem poeta suspirou, sentindo-se grata por aquela compreensão silenciosa. Agora, só precisava reunir a coragem para, um dia, dizer as palavras que estavam guardadas em seu coração.

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˳༄꠶Espero que estejam gostando da história! O que vocês acham que vai acontecer agora? Será que Amélia está pronta para revelar seus sentimentos? Não esqueçam de comentar e votar!𓆩♡𓆪

𝑪𝒐𝒇𝒇𝒆𝒆 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝑪𝒍𝒐𝒖𝒅𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora