𝑪𝒐𝒇𝒇𝒆𝒆 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝑪𝒍𝒐𝒖𝒅𝒔

Capítulo 2: Unspoken Words

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"No meio do silêncio,
eu ouço o eco de teus passos.
São fantasmas que me chamam,
mesmo que não saiba meu nome.
Mas se um dia eu ousar te contar,
será que ainda caminharás até mim?"

— Flor Silenciosa

A tarde seguinte parecia como qualquer outra no Coffee in the Clouds, mas Amélia sentia-se diferente. O encontro com Sofia no dia anterior ainda ecoava em sua mente. Cada vez que ela se lembrava das palavras da barista sobre o blog, o estômago se revirava. Era possível que Sofia, de todas as pessoas, fosse uma leitora assídua de Flor Silenciosa? E, se fosse, o que isso significava?

Com o cappuccino diante de si e seu caderno aberto, Amélia se esforçava para escrever, mas as palavras não vinham. Sua mão pairava sobre a página, a caneta hesitando, enquanto sua mente corria com pensamentos que ela não conseguia organizar. Tudo parecia diferente agora. A solidão tranquila que ela costumava apreciar no café foi invadida por um misto de expectativa e medo.

Do outro lado do balcão, Sofia observava com curiosidade. Havia algo no jeito de Amélia naquele dia que parecia mais inquieto do que o normal. Ela notava o jeito como os dedos de Amélia apertavam a caneta, os olhos distantes, perdidos em pensamentos. Sofia sabia que algo estava acontecendo, algo mais profundo do que uma simples conversa sobre poesia.

Ela não conseguia tirar da cabeça a ideia de que Amélia poderia ser Flor Silenciosa. A reação surpresa da garota no dia anterior, a maneira como suas bochechas coraram e como ela tentou mudar de assunto — tudo isso fez com que Sofia começasse a ligar os pontos. Mas como ela poderia confirmar isso sem ser invasiva? O mistério estava ali, e Sofia não podia ignorá-lo.

Tentando ser discreta, Sofia aproximou-se da mesa de Amélia para recolher a xícara vazia de um cliente anterior. Ao passar, ela lançou um breve olhar para o caderno de Amélia, mas não conseguiu ver nada além de rabiscos indecisos. Amélia ergueu os olhos no exato momento em que Sofia passava, e seus olhares se cruzaram por um segundo. Amélia sentiu o rosto queimar de vergonha e rapidamente desviou o olhar, fingindo estar concentrada em sua escrita.

Sofia, por outro lado, sentiu uma pontada de compaixão. Algo dentro dela dizia que Amélia não era apenas tímida. Havia algo mais profundo, uma barreira que ela erguera ao redor de si mesma, e Sofia estava determinada a descobrir o que era — não por curiosidade simples, mas porque ela se importava.

Mais tarde, enquanto o movimento no café diminuía, Sofia se aproximou da mesa de Amélia com outro cappuccino em mãos, um gesto habitual que ela fazia quando percebia que Amélia estava imersa demais em seus pensamentos para pedir outro.

— Aqui está — disse Sofia com seu sorriso habitual, colocando a xícara delicadamente na mesa. — Por conta da casa.

Amélia levantou os olhos com surpresa, mas antes que pudesse protestar, Sofia já estava se afastando com um aceno amigável. Um gesto simples, mas que fez o coração de Amélia bater mais rápido. Ela não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas havia algo diferente na maneira como Sofia a tratava. O cuidado, a atenção sutil... era como se Sofia estivesse tentando entender algo que nem Amélia conseguia verbalizar.

Ela olhou para o cappuccino recém-servido, o vapor subindo suavemente, e sentiu uma mistura de conforto e ansiedade. A presença de Sofia fazia com que as palavras dentro dela quisessem sair, mas ao mesmo tempo, o medo de ser descoberta a impedia. E se Sofia realmente soubesse que ela era Flor Silenciosa? E se isso mudasse tudo?

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O Convite Inesperado

Mais tarde naquela tarde, Sofia limpava as mesas e observava Amélia de uma forma discreta. O café estava tranquilo, e ela percebeu que, mais uma vez, Amélia estava absorta em seus próprios pensamentos. Decidindo arriscar, Sofia aproximou-se mais uma vez.

— Você gosta de eventos de poesia? — perguntou Sofia de repente, fazendo com que Amélia levantasse a cabeça, surpresa.

— Eu... não sei — respondeu Amélia, ainda um pouco assustada com a súbita aproximação.

— Estamos organizando uma noite de microfone aberto aqui no café na próxima semana. Pessoas podem ler seus poemas, compartilhar o que escreveram... — Sofia sorriu. — Achei que poderia ser algo que você iria gostar.

Amélia ficou em silêncio, processando a ideia. O pensamento de ler seus próprios poemas em voz alta parecia aterrorizante. Ela mal conseguia falar com Sofia sem gaguejar, quanto mais compartilhar seus pensamentos mais profundos com uma sala cheia de pessoas.

— Você deveria vir — incentivou Sofia. — Não precisa ler nada, se não quiser. Só estar lá já é uma experiência especial.

A sugestão pairou no ar, deixando Amélia indecisa. Por mais que quisesse evitar situações sociais, a ideia de ver Sofia naquele ambiente, compartilhando sua paixão por poesia, era estranhamente atraente.

— Eu... vou pensar — murmurou ela finalmente.

Sofia assentiu, sem pressionar mais. Com um último sorriso, ela voltou ao balcão, deixando Amélia sozinha com seus pensamentos turbulentos.

Amélia passou os minutos seguintes em silêncio, tentando se concentrar, mas agora havia um convite no ar que ela não sabia como recusar. A poesia que sempre fora seu refúgio, agora poderia se tornar o elo entre ela e Sofia. Isso a assustava... mas também a intrigava.

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☾⋆｡°✩✮..O que vocês acham que vai acontecer a seguir? Será que Amélia vai aceitar o convite? Espero que estejam gostando da história até aqui! E, novamente, desculpe por qualquer erro. ❤