Um - A vista

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Karmilya Camila Campos uma bela garota do interior de algum lugar do nordeste, não trocava sua vida na fazenda por nada.

2023

Algum lugar do Nordeste

Camila entrava para dentro de casa quando sua mãe a parou. — Seu pai já terminou lá fora? - A mulher tem uma altura de 1,56, cabelos claros e olhos castanhos que precisam da ajuda dos óculos para enxergar melhor.

Franziu o nariz. — Não. Porém daqui a pouco ele acaba.

— Certo, tem um bolinho de chocolate, Dinah ligou dizendo que iria vim te buscar pra sair.

A garota pensativa encarou por um momento a mais velha e depois sorriu quando viu seu pai limpando a testa com um paninho velho. — Vai sair hoje?

— Não, eu não sei ainda pai, e o senhor sabe que quando ela vem é pra me arrastar pra algum canto, principalmente essa hora.

Não demorou muito para a sua melhor amiga loira chegar cansada de tanto correr até a casa que ficava muito distante de absolutamente tudo. Estavam rindo alto enquanto comiam na mesa.

— Hoje vai ter as melhores bandas. - Dizia enquanto seus gestos com dedos sujos de chocolate irritava um pouco a mãe da sua amiga.

Camila rir ao perceber os olhares da mais velha. — Oh Dinah, vê se você não suja, minha mãe vai matá-la.

Quase no fim da tarde as duas, Camila e Dinah, chegaram na cidade, especificamente no local onde vai acontecer o evento que tanto ansiavam. Entretanto mesmo que o evento não tenha dado início já havia muita gente e vendedores vendendo mais caro do que antes, o preço se torna absurdo quando se trata de vender em locais de festas.

O único dinheiro que havia na bolsa da Camila era seus vinte e cinco reais para voltar para a fazenda e olhe lá. Dinah prometeu que pagaria tudinho que ela pedisse.

— Amiga, não se prive de pedir as coisas, viu.

— Certo, devemos pegar um lugar lá na frente com uma mesa antes que lote, daí a gente fica bebendo devagarinho.

— Vamos.

Custou quinze reais para ficar em uma mesa o tempo que quiserem, o que deixou Camila desconfortável, ela não gostava de está saindo com alguém que paga tudo sozinha, na cabeça dela sair sem ajudar com pelo menos um real não faz sentido. A menor estava com uma cara nada boa.

— Mila, não se preocupa, eu vou pagar tudo. Você não precisa ficar desse jeito, não vou cobrar e muito jogar na tua cara.

— Desculpa, Didi é que eu fico meio assim, sabe. Foi mal.

— Hum, menos mal isso mesmo ajeita essa cara. Falando em cara feia, cadê aquele seu namorado?

— Matt?

Dinah soltou uma risada sincera. — Não, por acaso você namora com os dois? Eu falei do seu namorado borocoxô.

— Theo.

— Isso. Ele mesmo, o que aconteceu?

— Nessas férias ele preferiu passar um tempo com a mãe dele, na verdade com a família. Mas estamos juntos ainda, não fisicamente.

— Estranho ele não te chamar, não?

— Você pare, eu odeio quando fica falando essas coisas, sabe que eu sou paranoica vou achar nas noites de sono que estou sendo corna.

— Tá bom, não vamos tocar nesse assunto, corna. - Dinah pronunciou baixo.

— O que disse?

Dinah disse que não havia dito nada mesmo recebendo o olhar semicerrados de desconfiança da morena.

A fazenda está passando por um período difícil, pois a família Campos não está conseguindo manter tudo financeiramente. As vendas de produtos orgânicos estão caindo e os custos de produção são altos.

— Tentamos tudo o que podemos para economizar e reduzir custos, mas não temos conseguido avançar. Estamos perdendo terreno e vamos perder ainda mais e nossos clientes estão começando a se afastar, o que está afetando nossa saúde financeira, claro.

— Camila sabe?

— Ela não pode saber de jeito nenhum, não quero que aquilo acontece novamente. Não vamos permitir esse erro de novo.

A mais velha franziu a testa. — E o que vamos fazer? O que faremos?

— Calma mulher! - Exclamou o homem impaciente.

— Camila está de férias, ela poderia muito bem trabalhar nesse tempo ao invés de ir para aquelas festas.

— Deixe de ser alienada mulher, Mila precisa aproveitar essa fase dela, uma coisa que não tenhamos feito. Deixa ela.

— Você está acostumando mal, espero eu que Sofia não seja desse jeito também. Ela crio eu.

— Seja como quiser, não vou gastar saliva discutindo sobre a criação boa que estou proporcionando as nossas filhas. Vamos dar um jeito.

Dinah sentiu que estava sendo observada, ao olhar para o lado uma mulher de olhos verdes que aparentava ter vinte sete anos ou mais encarando sua melhor amiga. A loira tenta chamá-la disfarçadamente para a mesma observar de forma despercebido.

— Ela tá olhando pra você. - Disse quando sua tentativa de fazer sua amiga observar daquela forma não funcionar.

— Quem? - Camila tentou procurar, Dinah faltou pular em cima da morena que ficou sem entender com os movimentos desesperados da maior.  — Oxe. - Riu de boca aberta tombando a cabeça um pouco para trás. Logo voltou a encarar Dinah com um sorriso. — Que foi menina?

A loira abaixou a cabeça junto com a da morena.  — Tem uma mulher com os olhos verdes ao nosso lado te encarando. Faz é tempo que ela fica olhando. Quer bem roubar a gente.

— Está ficando louca? Deus me livre. - Fez o sinal da cruz.

Dinah riu voltando para posição normal, Camila fez o mesmo sem rir, apenas bebericou a bebida sem jeito olhando para o lado disfarçando.

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