Camila sentia seu peito apertar ao pensar que aquele pesadelo de ir embora do nordeste é a mais pura realidade. Não estava sendo fácil aceitar essa mudança, principalmente quando lhe vem pensamentos do lugar onde cresceu, onde teve todas as experiências e onde se sente mais confortável.
Ela jamais verá a ida a São Paulo como uma oportunidade e outras formas de aprender coisas novas. Ela agradece por hoje não ter sido a viagem delas, por ter sido cancelado pela própria mulher de olhos verdes. Mas como nos outros dias, cada dia que se passa é uma partida do seu lugar mais próxima.
Lauren e essa obrigação de viajar para outro Estado, por um motivo tão bobo. A frustração e confusão são sentimentos mais presentes em todos os momentos, desde o dia em que sua família teve o desprazer de conhecer Lauren Machado pessoalmente.
Campos irá com uma sensação de desespero, sabendo que está deixando para trás tudo o que conhece e as pessoas que mais ama.
- Eu não quero ir Lauren.
- Você não tem querer, para de ficar agindo como se fosse uma adolescente. - Machado disse ao terminar de escrever duas palavras do seu artigo no notebook.
- Tu nem ao menos sabe minha idade, parece que é abestada.
- Uma criança não é. Me fala sua idade.
- Fiz recentemente dezoito anos.
- Mentira. - Lauren desacreditou.
- Verdade. Aposto que tu é uma cabra véa que gosta de menininhas de dezoito anos como eu. - Seu tom mudou-se para debochado.
- Vinte sete anos é demais para você? - Disse com um sorriso no rosto.
Camila riu alto. - Que horror.
- Agora estou me sentindo uma velha.
Campos franziu o cenho. - E tu não é não?
- Sou não.
Camila fez uma careta de nojo. - É sim.
- Você deveria procurar o que fazer.
- O que eu vou fazer?
- Não sei. Procura.
- Vou fugir de ti.
- Nem se atreve, seus pais sairiam assim. - Estalou os dedos. Nisso Camila sentiu um aperto no peito novamente, não se sentia em paz, mesmo que ambas fizessem brincadeiras para descontrair, Campos se sentirá deslocada de tudo.
Lauren observa a mudança de comportamento da morena ao perceber o impacto que sua fala causou. - Desculpa, Camila. Eu prometo não tocar nesse assunto.
- Aqui é a realidade Lauren, não um filme onde eu passo um ano com você e me apaixono. Não vai rolar. Eu namoraria minha melhor amiga mil vezes só pra não ter desprazer de namorar contigo. - Olhou para Lauren sentindo uma mistura de dor e raiva ao mesmo tempo. - E Desculpa? Você acha que isso é suficiente? Você me obriga a ir para São Paulo, me obriga a me afastar da minha família, da minha vida... e você só diz 'desculpa'?
Lauren lhe mostra uma expressão séria e dura. - Pouco me importa o que acha. - Parecendo mastigar cada palavra e as cuspindo na cara da morena. - Você já é minha mesmo e se você disser que não, estará mentindo pois se não é minha seus pais vão para rua.
Camila respirou fundo, tentando se controlar, mas a raiva é difícil de conter. Sentia vontade de gritar e chorar, mas não queria demonstrar fraqueza na frente de Lauren, não a esse ponto de implorar.
- Isso não é justo. Eu não sou propriedade tua. Eu tenho direito a escolha.
- Você tinha direito de escolha, na verdade, teve e escolheu a mim. - A maior agora pouco se importava com o fato de ter pressionado os pais a "obrigarem" a ficar com Lauren para não serem expulsos de casa.
Karmilya percebe que ela tem razão, mas ainda assim, não consegue entender porque ela está agindo dessa maneira tão cruel agora. - Eu não sei o que te deu na cabeça para pensar que eu ia querer ficar com você. Você é tão insuportável! Tão ridícula. Eu deveria ter ficado em casa.
- Consequentemente você já estaria na rua se não fosse por mim. Eu te salvei Karmilya Camila Campos e salvei sua família da miséria.
Camila neste momento se sentia humilhada e imponente.
A morena fecha os punhos, com raiva de sua arrogância e pela argumentação da maior por deixá-la com esses sentimentos.
- Você não pode simplesmente me tirar tudo que eu conheço e me obrigar a viver uma vida que não é a minha. Você não tem o direito de controlar a minha vida dessa forma!
A mulher de olhos verdes ignora, levantou-se ficando de frente para mulher de olhos castanhos. O silêncio se instala entre ambas, podia-se ouvir suas respirações, uma delas de raiva, frustração, humilhação e imponência da parte de Camila e de outra, identificável.
Castanhos nos verdes e verdes nos castanhos.
- Podemos parar de discutir? Tenho uma surpresa para você. - O silêncio se prolonga por um momento enquanto Camila olha para ela. Finalmente, suspirou e abaixou a cabeça, derrotada.
- Tudo bem, vamos parar de brigar. Mas não pense que eu estou feliz com essa situação.
- Tanto faz. Eu trouxe seu namorado, na verdade ele está lhe esperando no restaurante aqui do lado.
- Como você fez isso? - Camila desconfiou.
- Tenho minhas artimanhas.
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Brasil com "C"
Fanfiction- É ela, a morena cujo olhar para o sol, faz o brilho dele refletir em seus olhos... Essa sim é aquela que tem um corpo com curvas deliciosas. - Pare com isso, é ela e a todos que ama que você terá que despejar. [Uma história cujo tudo foi inventand...
