Terceiro - A proposta

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Karmilya Camila Campos

Dinhero, sempre sendo os piores problemas para a vida das pessoas e solução para outras.

No meu caso, na verdade na situação da minha família isso é praticamente as duas coisas. É um problema e uma solução para arcar com toda a casa. No Brasil só quem tem fazenda são as pessoas que são consideradas ricas e aquelas que tem como uma herança, o que na maioria se torna uma alavanca para ganhar mais dinheiro, a venda dessa herança.

Mas os meus pais optaram por ficar já que havia uma boa quantia para manter durante alguns anos, esses que já se passaram. Graças a esse dinheiro que conseguir ingressar em uma faculdade boa. Nossos meios de ganho estão totalmente escassos, a realidade é que estamos perdendo.

No momento atrás eu estava falando sobre tentar conseguir um emprego temporário ou alguns trabalhos que não cobrem mais tempo, pois só tenho apenas um mês para isso. Preciso fazer os famoso bicos.

Peguei meu celular do bolso, preciso urgente da ajuda da Dinah, ela pode me ajudar, ela mora na cidade é mais fácil, conhece tudo. Eu acho.

"Didi, preciso de ajuda."

Mensagem enviada.

Não demorou muito para ela responder.

"Fala."

"Poderia me ajudar a encontrar alguma coisa para fazer-me ganhar dinheiro?"

Cinco minutos para visualizar e responder.

"Claro, com certeza. Pode deixar, Mila. tenho um aqui em mente, amanhã vou perguntar se te aceitam por enquanto ."

Enviei apenas um emoji de coração.

Enviei uma mensagem oito horas da manhã para o meu namorado, o que me preocupou pois o ser humaninho não deu a mínima. Consequentemente o celular se torna algo tedioso.

Entretanto, era de se esperar, ele nunca me responde no mesmo dia quem dirá em minutos, segundos ou horas. Me pergunto se devo me preocupar ou cobrar. Penso que o destino da minha vida sempre arranja um jeito de me deixar triste.

Meu coração acelera quando sinto o celular sobre a cama vibrar, torci para que fosse dele, e foi, me pediu desculpas e justificou a demora, em seguida recebo outra dizendo que me ama.

Quando diz que me ama, durante o dia todo até a noite me sinto feliz e completa, entretanto, no outro me sinto infeliz e vazia.

"Desculpe amor, estive muito ocupado."

" Te amo"

E isso junta todos os meus sentidos problemas. Eu deveria dizer como tudo tem me afetado, porém preciso ser adulta e responsável suficiente para não sobrecarregá-lo com isso. Ouço baterem na minha porta e abrindo-se, vejo que é o meu pai.

— Tem uma mulher na sala, ela quer falar com você.

— Quem? Eu conheço?

— Não sei, iria perguntar se você andou aprontando por aí mais a Diana. - Ele costuma errar o nome.

— Dinah.

— Isso.

— E não, não aprontamos nada. - Acabei não respondendo as mensagens pois deixei o celular na cama para seguir meu pai até à sala. E a mulher que eu estou a olhar nesse exato momento me deixou com medo, é a mesma que Dinah havia dito que estava me encarando na festa, é ela, seria impossível não lembrar daquele olhos verdes marcantes  que marcam até as nossas almas.

Percebi que observava a mulher de olhos verdes com silêncio instalado quando meu pai pigarreou me tirando desse transe. Me aproximo rápido me sentando de frente a ela que mantinha uma feição séria.

— Tu não é aquela mulher que me encarou na festa?

Na minha mente exagerada ela sorriu igual uma psicopata.

— Não faço a mínima ideia do que a mocinha fala.

Mentirosa, ela está mentindo, não é possível. — Se não foi você foi sua irmã gêmea, você tem?

Ela riu. — Não.

Silêncio novamente, meu pai nos encarava encostado na entrada que fica entre a sala e o corredor.

Pigarreei.

— Senhor Campos, poderia nos deixar a sós, por favor.

A encarei depois de ver meu pai sair em silêncio sem nem ao menos questionar toda aquela situação, afinal, o que ele sabia? O que essa mulher desconhecida por mim tem a dizer só para mim?

— Bom, Karmilya, eu vim te dizer uma situação que não vai ser tão agradável.

Como diabos ela sabia meu nome? Eu não queria questioná-la, minha curiosidade imediatamente ficou aguçada o que normalmente não acontece.

Ela voltou a falar.   — Você deve está se perguntando como fiquei sabendo seu nome. Isso foi fácil, seu pai trabalha para um dos meus homens.

— E o que tu tem a dizer?

— A fonte de sobrevivência, ou seja o dinhero está sendo escasso de uma forma preocupante para sua família, e como uma grande representante e chefe, eu vim aqui para saber quais atitudes tomaria no lugar do seu pai? Já que se o mesmo chegasse a Deus o livre de falecer, tudo seria seu.

Me aproximo meu rosto do seu. — É, e ele não morreu. - Eu disse destacando apenas uma palavra  o que foi motivo de lhe causar uma repulsa. Dava pra ver na sua expressão.

— Eu não gostaria de ser rude com você. Porém você não me dar escolhas. Chame seus pais.

Me recuso.

Ela levantou-se de forma sutil o que me deixou com um sensação de desconfiança.

— Chame seus pais, Karmilya.

Não tive escolha a não ser chama-los, e eu fiz, os chamei. Ela sorria de forma vitoriosa, como se mandasse em tudo só por causa do seu cargo alto nos negócios.

Meus pais estavam tensos e isso é aterrorizante e intrigante.

— Senhor e senhora Campos, eu gostaria de propor algo.  Gostei da filha de vocês, e como essa familia está passando por impasses, eu ofereço a vocês uma boa quantia em troca de Karmilya.

Dito isso levantei-me de uma vez. — Não quero, não queremos, que tipo de proposta idiota é essa? - Digo irritada.

— Estou falando para os seus pais, Karmilya.

Meu pai corta minha fala. — Senhorita Machado nos daremos um jeito. Não precisamos do seu dinheiro muito menos trocando minha filha por ele.

Essa senhorita Machado acabou dando uma risada com um toque de deboche.

— Vocês não tem escolha. - Aquela mulher parecia está disposta a fazer de tudo para ter o que deseja, pegou sua bolsa e abriu retirando o papel e logo entregando-o com um sorriso nos lábios para o meu pai que quando começou a ler aquele papel seja lá o que estava escrito não era nada bom. — Então, o que me dizem?

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