15 de fevereiro de 2021
Jão Romania
Os raios de sol já cobriam toda a extensão da praia exponde ainda mais nossos corpos desnudos sentado na areia.
O atual cenário me fazia pensar em muitas coisas, e principalmente em como nós dois escaparíamos dalí.
A verdade era que em momento nenhuma naquele período as ruas de Salvador ficavam vazias, ou seja, cada minuto que se passava mais chances haviam de alguém trobar conosco.
Não tenho nenhum problema de constrangimento em ser pego só de cueca, na verdade defendo a tese do "o que é bonito é para ser mostrado". Entretanto, os dois períodos de direito que eu fiz há anos atrás me ensinaram que o nosso caso poderia se configurar como crime de ato obsceno, e sinceramente não estou muito na "vibe" de ser preso hoje.
Francamente, que humilhação "fui preso porque andei de cueca na rua".
Mordendo os lábios tento prender a risada que estava preste a sair do fundo da minha garganta.
— Em todos os carnavais que já passei aqui, em nenhum deles algo parecido aconteceu comigo.
Digo ainda meio pensativo.Pedro põe as mãos no rosto abafando uma breve risada.
— Tô lidando com isso colocando na minha cabeça que agora terei mais uma história louca pra guardar...
Nossos olhares se encontram por alguns segundos antes dos seus caírem de volta para a areia com outra risada seguida de uma confissão:
— Na verdade, é mentira, eu tô rindo pra não surtar.
Sei que não conheço Pedro a muito tempo mas era no mínimo estranho imaginar ele estressado ou surtando por algum motivo. Em geral, não sei se passei muito tempo idealizando uma personalidade dele relaxada e despreocupada com a vida ou se ele realmente transparece isso. Contudo, a verdade era uma só; Pedro realmente estava ficando um pouco frustrado com o passar dos minutos.
É exatamente por isso que uma ideia um pouco estúpida surge na minha mente.
— Sei que parece patético... mas se a gente sair correndo talvez em uns 10 minutos chegamos no meu hotel...
Ok, era bem mais patético dita em alto e bom tom. Todo o receio de ser preso tinha acabado de ir por água abaixo, correr no meio da rua por 1 ou 2 quilômetros não ia esconder muito bem nós dois dos olhares curiosos.
Foi uma ideia bem burra.
Entretanto, para a minha completa surpresa, arqueando a sobrancelha ele sorri.
— Não brinca, João!— Eu não tô brincando... Achei que era melhor do que ficar aqui.
Seus olhos caem para o seu próprio corpo, ele sorri e volta a me encarar
— Parece divertido...
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COETERNOS - pejão
FanfictionDurante uma quarta-feira de cinzas em Salvador, João Vitor Romania é interceptado pela lábia de um homem encantador que possuia um equilíbrio perfeito entre sua doce simpatia com a amarga profanidade. ❝A cada carnaval que se passava, minha alma ansi...