17: O caos que mora fora de você II

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Parte 2:

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Parte 2:

16 de fevereiro de 2021:

Pedro Tófani:

Foram exatos quinze minutos até a figura alta de cabelos grisalhos e bem vestida cruzar o corredor das celas juntamente com um dos policiais da delegacia.

Não sabia muito bem como reagir, se eu deveria levantar, permanecer sentado ou puxar o João para mais perto de mim no intuito de me esconder da figura paterna.

De qualquer modo, mesmo que eu tivesse alguma iniciativa ela com certeza seria em vão já que eu ao menos conseguia me mexer no pequeno banco de concreto.

— Pedro Augusto.
Sua voz era alta e firme.

Eu odiava que ele me chamasse assim.
E ele sabia disso.
Por isso tinha o enorme prazer em fazer.

A porta da grade é destrancada e o policial faz um breve aceno com a cabeça sinal de que estávamos livres.

— Vamos!
Ele não espera que eu o siga, apenas se vira de costas e começa a caminhar.

Me volto para João que estava com seus olhos fixos no mais velho em uma expressão um pouco emburrada.
— Vem comigo, João!

Não deixo de notar como instantaneamente a minha voz havia ficado um pouco mais baixa e contida após a chegada de Pedro.

De nada valia a minha personalidade intensa se eu ao menos conseguia olhar nos olhos do meu próprio pai ou falar de forma firme sem gaguejar e falhar.

Por cima do ombro vejo João se levantando em silêncio e me seguindo para fora da cela.

Dizer que o clima estava pesado era um enorme eufemismo.

Depois de preenchermos algumas papeladas e ter nossos pertences de volta, contra a minha vontade seguimos até o carro do meu pai em completo silêncio.

De alguma forma eu tentava me preparar psicologicamente para o que estava se aproximando. Não tinha como fugir dalí, meu carro ainda estava estacionado na Barra e teríamos que percorrer alguns quilômetros até lá. Quilômetros esses que seriam ocupados pelo dialeto do meu pai repleto de humilhações.

Era o que ele fazia de melhor.

O grande veículo preto não estava estacionado muito distante dalí, sem esperar muito abro a porta trazeira para que João entrasse e assim faço o mesmo, entrando em seguida ao seu lado.

— Não, Pedro! Você vem na frente. Vá entre agora!
De maneira rígida ele entra no lado do motorista fechando a porta de uma só vez.

Me sentia um completo idiota em ser tratado dessa maneira mas eu simplesmente eu conseguia reagir, não poderia, não me sentia capaz.

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