22: Amor difícil

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16 de fevereiro de 2021

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16 de fevereiro de 2021

Jão Romania:

Eu me considero uma pessoa bem ciumenta.

E analisando que eu sou meio ruim em admitir a maioria dos meus defeitos, eu estou sendo bem realista assumindo um deles assim.

Na verdade, desde criança esse é um traço bem notório em mim; quando algo realmente me pertence ou somente quando eu crio qualquer que seja o laço afetivo, haverá uma dose de um João Vitor enciumado.

E isso não se aplicava diferentemente aos meus amigos. Não gosto de compartilhá-los e nem que alguém seja tão amigo quanto eu sou deles, podem me chamar de tóxico ou o que for, eu já amadureci o suficiente para não me importar e nem tentar modificar esse traço meu, é inevitável, aceitei que é uma parte de mim.

Deve ser por isso que eu criei uma certa resistência para me aproximar de Pedro. Lidar com diversos fatores que me impossiblilitam de gritar para a cidade inteira que Pedro Tófani é somente meu, era um dos pontos que me faziam ficar com um pé atrás.

O que é bem engraçado enxergar as coisas hoje em dia, porque Pedro não parece nenhum pouco preocupado com tudo o que veio me pertubando. Ele lidava bem grosseiramente com seus ciúmes, e sinceramente, eu desejo que ele não mude nada.

Massageia o meu ego e esquenta o meu peito perceber o jeito que sua mandíbula fica tensa, punhos cerrados e respiração mais intensa quando alguma situação que envolva ciúmes acontece.

Esses são os exatos traços que estão presentes em seu corpo nesse exato momento.

Posso dizer que fico até um pouco encantado, se eu não me preocupasse nos dentes do moreno racharem de tanto que sua mandíbula os comprimia.

Tínhamos chegado no nosso restaurante favorito de Salvador a pouco mais de 1 hora com a presença da Malu, Lucas, Giovana e Renan. Felizmente todos haviam se dado muito bem com Pedro, de início pareceu um pouco estranho, já que ele não estava muito inserido no nosso grupo, assim como Lucas, porém, com o tempo o moreno foi mostrando o seu lado extrovertido que facilitava o diálogo com qualquer um daquela mesa.

Bom, tudo estava bem até o fatídico assunto chegar à tona: Minhas conquistas dos carnavais passados.

Um sorriso estático preenchia o meu rosto enquanto meus amigos falavam sem parar de como eu levava a competição a sério.

Por outro lado, Pedro bebia um gole d'água tentando desfarçar a sua irritação.

— Ele é louco! Lembra do carnaval de 2013? Esse homem sumiu durante os quatro dias de carnaval, acho que a gente só não ligou pra polícia porque todo mundo tava bêbado demais pra se preocupar.
Renan diz gargalhando sendo acompanhado por Pedro, que pelo o que eu conhecia, observava que sorria apenas tentando soar simpático, e não porque achava graça.

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