15: Amores de uma noite ainda são amores

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15 de fevereiro de 2021

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15 de fevereiro de 2021

Jão Romania:

Não foi necessário muito tempo até eu me sentir melhor, mas me permito, mesmo que bem, demorar o quanto fosse preciso para me afastar de Pedro.

Quando por fim me afasto sinto meu corpo febril e sensível; esses são os efeitos que Pedro Tófani causam em mim. Talvez seu corpo seja tão quente que o seu calor seja transmitido para mim, ou senão, o contato do moreno era tão intenso que causava quase uma combustão espontânea no meu corpo.

De qualquer forma, a sensação que eu sinto toda vez que me afasto dele é viciante e me faz ter vontade de me aproximar novamente e colar nele por mais um bom tempo.

Mas eu não faço.

Apenas evito de olhar para baixo mais uma vez, me sentando no chão de costas a grade de segurança. Tudo o que era possível ver agora no meu campo de visão é Pedro sentado na lateral da lanterna do farol, de frente para mim.

— Eu pensava que aqui seria um pouco mais silencioso mas parece que o vento trouxe toda a barulheira do bloco pra cá.
Ele diz um pouco aéreo olhando provavelmente para o mar que estava logo atrás de mim.

— Pensei que você ficava vindo pra cá.

— Eu vinha, mas não em época de carnaval... Na verdade essa tá sendo primeira vez que eu passo uma noite de carnaval longe dos blocos.

Paro para pensar e estava sendo a primeira vez pra mim também em muito tempo. E estranhamente eu não sentia que eu estava perdendo a comemoração, por mais que fosse a minha época favorita no ano eu me sentia feliz em passar a noite de uma segunda-feira de carnaval alí em cima com Pedro.

— Pra mim também. Você se incomoda? Quer dizer, você preferia estar lá embaixo.

Ele nega rapidamente.
— Se fosse um problema pra mim eu nem teria aparecido no seu hotel hoje mais cedo.

— E estava prestes a ir embora...
Minha voz sai quase que estridente com a constatação.

Seus olhos desviam dos meus e ele volta a se concentrar no mar, enquanto eu não descolo os meus dele, tanto por ser uma maneira que eu encontrei de não notar a altura que estávamos, quanto porque era praticamente impossível não olhar para Pedro. O homem possuía algum tipo de magnetismo maluco ou hipnose, algo precisava muito ser esclarecido para explicar o nível de atração que ele me causava.

Ele respira fundo ainda aéreo.
— Eu estava com medo de você me achar meio bobo...

— Você não faz muito o estilo de cara que se importa com o que os outros vão pensar.

— E eu não me importo, porque normalmente eu não tenho essa iniciativa de ir no hotel do cara que eu andei beijando.

Pisco os olhos algumas vezes tentando absorver as suas palavras.

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