3 - Novas sensações.

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Enquanto o meu mais novo alvo de encantamento nos explicava a extensão das lesões da paciente e nos indagava como um de nossos preceptores acerca do tratamento adequado, eu me aproximava dela pra ver o que ela mostrava nas imagens da tomografia. Não pude evitar de sentir seu perfume, não era doce, era quase amadeirado, quando ela girava o pescoço em direção a nós eu paralisava, não conseguia absorver uma só palavra que ela tão concentrada nos dirigia. Foi então que me encarando ela perguntou:

- Você concorda com seu colega Drª ...

- Kornkamon Phetpailin – completei. – Desculpe-me Dra, mas concordo com o que mesmo? – acabei confessando minha distração com tal pergunta.

Dudu não entendia o que se passava comigo, uma vez que não havia uma pergunta feita pelos preceptores que eu não saísse na frente com mil respostas e hipóteses.

- Mon, qual é, você está bem? - cochichou sem graça.

- Ah desculpe-me estou meio atordoada ainda... Mas, Dra Samanun pode repetir a pergunta por favor?

- Perguntei qual seria a conduta para o edema cerebral da paciente - a linda médica falou olhando-me séria. – Seu colega sugeriu aliviar a pressão intracraniana cirurgicamente, você concorda?

- Não. - voltei a meu estado racional costumeiro e concluí: - As imagens e a clínica da paciente não evidenciam PIC (pressão intracraniana) aumentada que justifiquem um procedimento invasivo tão arriscado, o edema pode ser monitorado através da administração de corticosteróides nas próximas vinte e quatro horas.

Ela me fitou admirada com a segurança da minha resposta, sorriu com o canto da boca e disse:

- Muito bem, Drª Kornkamon, você vai se encarregar de monitorá-la e me manter informada, ela acabou de sair do centro cirúrgico, a hemorragia do tórax foi contida, nos resta controlar o edema cerebral – falou com a segurança que estava me encantando ainda mais.

Saiu da sala, mas antes de fechar a porta, girou seu rosto pra trás, e me encarou por alguns segundos, o suficiente pra deixarem minhas pernas bambas, em seguida bateu a porta. Dudu, me cutucou com a ponta dos dedos dizendo:

- Que mulher é essa! Que olhos, que boca... E ainda é chefe? Ai virou meu sonho de consumo! Já sei quem vai animar essa residência. Nem que seja nas minhas fantasias!

Mal sabia o Dudu que ele estava exteriorizando meu pensamento. Mas me contive, dei-lhe um tapa nas costas e saí da sala em direção a UTI onde a Srª Fatima da Silva se recuperava da cirurgia. Segui à risca o pedido, ordem, orientação, seja lá o que fosse da Drª Samanun Anuntrakul, e passei as vinte e quatro horas monitorando a evolução do edema cerebral da paciente.

Na verdade não saí da UTI, exceto pra lanchar alguma coisa, não gastando mais de 20 minutos. O quadro da Srª Fatima evoluía bem, inclusive com a redução do edema cerebral, no fim das 24 horas mostrava sinais de saída do estado de coma. Eu escrevia as prescrições no prontuário, me preparando pra deixar meu plantão, quando senti uma presença se aproximando atrás de mim no balcão da UTI, e me virei como no impulso, Drª Samanun sorriu assustada, me abordando:

- Não está na sua hora Drª?

Retribuindo o sorriso, respondi:

- Provavelmente minha hora já passou há umas doze horas... Mas não podia deixar de atender sua ordem de monitorar a paciente.

Mas que loucura era essa? Eu estava me derretendo pra uma mulher? E tire esse sorriso bobo da cara KornkamonPhetpailin! O que ela vai pensar de você? Mas o que importa o que ela pensa de você? 'Alou'!

Kornkamon se situa!

Enquanto eu surtava diante da imagem estonteante de Dra Samanun, ela me interrompeu os pensamentos, me interrogando sobre a evolução da Sra Fatima. Respondi tudo atentando pra cada detalhe numa tentativa ridícula de impressioná-la. Ela ouvia atentamente, ao final, tocou meu ombro, o que despertou em mim um arrepio de excitação em todo meu corpo. Ela disse:

Porque eu Sei que é AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora