Pedi rescisão do meu contrato do hospital para dedicar-me exclusivamente ao meu projeto da tese do mestrado e aos preparativos do meu casamento com Lada.
Não voltei a procurar Samanun no hospital como prometi, Lada se encarregou de sua alta e assim ela poderia voltar para o Rio. Tratei de comunicar a tia Pad e Anil sobre nossa decisão, minha irmã estava radiante com o resultado do concurso da procuradoria, rompera o namoro com Rick mas estava bem.
Passava todo meu dia em casa trabalhando no meu projeto, as folgas que Fahlada conseguia, aproveitávamos para ver detalhes da cerimônia simbólica de nosso casamento, aceitamos a sugestão de Carmem e faríamos na chácara da família dela, Vô Elias se ofereceu para presidi-la, o que aceitamentos imediatamente.
Kirk veio deixar as chaves do apartamento e agradeceu a hospitalidade, não perguntei nada de Samanun, apenas o abracei e desejei boa sorte a ele e a irmã.
No final de novembro, estava agendada minha entrevista na embaixada dos EUA para a concessão do visto o qual Lada já conseguira, a essa altura o meu projeto da tese já fora aceito pelo orientador de minha noiva, o fato de ter ligação com a pesquisa dela influenciou muito na aceitação.
Viajei então para São Paulo, Lada não pôde me acompanhar, mas lá, Yuki me faria companhia.
Ela não estava mais namorando Te e estava arrasada com isso, voltara a sair com rapazes, mas confessava não ter o mesmo prazer que sentiu com o relacionamento com sua ex. Já havia concluído também sua residência em oncologia, se preparava para o concurso do Instituto Nacional do Câncer. Levou-me até a embaixada, e almoçamos lá perto mesmo depois.Chovia muito em São Paulo, tive medo de voltar dirigindo para Campinas, liguei para Fahlada e ela concordou que não era boa idéia pegar a estrada com o temporal. Resolvi então dormir na casa de minha amiga e partir no dia seguinte.
Yuki convidou-me para conhecer um espaço cultural no centro de São Paulo, uma espécie de bar-café, entendi que o público era gay e fiquei curiosa para ver o comportamento de Yuki lá, uma vez que nunca a vi em um ambiente assim sóbria.
Era de fato um cenário muito agradável, várias mesas redondas dispostas em frente a um pequeno palco, lateralmente um balcão expondo diversos pães e doces e uma sequência de máquinas de café ao fundo do balcão. Na outra lateral um pequeno espaço de leitura com poltronas e algumas estantes e dois computadores.
Sentamos em uma das mesas, engrenando um papo descontraído, falava dos preparativos para o meu casamento animada, Yuki ria do castigo que Lada me impusera de não fazermos amor até o casamento, ela apelidava-me de mulher aranha, dizendo ter medo de ser atacada por mim logo mais na cama dela. E nesse clima ameno, vimos a noite chegar em São Paulo.
Yuki flertava descaradamente com várias meninas, eu ria divertindo-me da "gula" da minha amiga. Vi adentrar no lugar, um rosto conhecido, apertei os olhos a fim de confirmar minha impressão, quando me assustei com o suspiro alto ao meu lado.
- Ai não acredito! Pata que o paréu!
A exclamação de Yuki confirmou minhas suspeitas, Samanun estava ali, e dessa vez acompanhada, quando tentava discernir o rosto familiar da mulher que estava ao seu lado lembrei que era Pietra, a ex-namorada de Laila.
- O que essa mulher está fazendo aqui? – Yuki estava irritada com Samanun depois do que lhe contei sobre o quase rompimento com Lada.
- Calma amiga, isso aqui é um point gay pelo que tô notando, normal ela aparecer...
-Ai Kornkamon me poupe, essa criatura não mora no Rio? E quem é essa que está com ela?
- Ah Yuki, deve ter seus motivos pra estar aqui, e aquela é Pietra, ela é fisioterapeuta, lembra da Laila?
Namorou com ela.
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Porque eu Sei que é Amor
FanficAs vezes os retratos da realidade podem ser mais cruéis e honestos do que estamos dispostos ou programados a suportar. Vivemos a história de muitas pessoas, com muitas pessoas, até acertamos o passo, melhorarmos como seres humanos, termos intermitê...