Passamos o fim de semana juntas. Durante o domingo, Samanun me levou ao Aterro do Flamengo e à Lagoa Rodrigo de Freitas, paisagens maravilhosas, mas não mais perfeitas que a imagem dela com seu corpo perfeito e seu sorriso arrebatador.
Eu me mantinha tímida quanto a andar de mãos dadas com ela, mesmo isso parecendo ser normal. Entretanto, quando ela se aproximava de mim, parecia que nada mais tinha importância, muito menos as convenções.
Sentamos na areia tomando água de coco. Algumas vezes ela acariciava meu rosto, tirando dele meus cabelos revoltos com o vento. Eu sentia uma paz, uma calma quando estava perto dela, que me surpreendia mas não me deixava ansiosa, a sensação era de estar com alguém que estava predestinada desde sempre pra mim.
No começo da noite de domingo, jantamos juntas em um rodízio de pizza perto do meu apartamento, Samanun era uma mulher muito interessante, chamava atenção por onde passava, eu percebia isso e ficava louca de ciúmes mas me continha. Durante o jantar, ousei perguntar sobre a condição de nossa relação, já que no dia seguinte voltaríamos à rotina e eu não sabia como me portar com ela dali pra frente.
- Sam... Posso te perguntar uma coisa?
- Claro, Mon, manda aí.
- O que nós temos, afinal? – falei timidamente, como se temesse a resposta.
- Mon, eu estava pensando se você teria essa resposta a me dar.
- Ah... Eu não sei, nunca estive com mulheres antes, na verdade nunca tive um relacionamento sério. Querdizer, não que eu ache que tenhamos um relacionamento sério. Ai...Tô confusa, né? – fiz um careta como se confirmasse que nem eu me entendia, mas depois que falei em relacionamento sério me dei conta que não podia ser tão afoita assim, nos conhecíamos a menos de um mês.
- Calma, Mon. – falou segurando minha mão. – Eu só disse que esperava que você me desse essa resposta, porque quero te fazer uma pergunta, bobinha. – sorriu apertando minha bochecha.
- Pergunta? Que pergunta?
- KornKamon Phetpailin, você quer namorar comigo?
Fiquei gelada, ruborizada, mas com os olhos fixos naquele olhar amendoado que fez eu não hesitar.
- Sim! Eu quero sim!
Minha vontade era de pular no pescoço dela e beijá-la ali mesmo, na frente de todos, mas tinha que me controlar, dei-lhe meu melhor sorriso, apertei sua mão, não deixando dúvidas da minha certeza naquela decisão.
Não pensei no que as pessoas pensariam, não calculei o que me esperava, se tinha que ser secreto, eu só queria estar com ela, e sendo sua namorada então, estava mais que perfeito.
Voltei para o meu apartamento, depois de Samanun me deixar, se despedindo com um beijo suave, mas apaixonado. Nem precisaria de elevador pra chegar ao oitavo andar, eu estava flutuando! No meu quarto, achei um moletom meu que Sam usara na noite anterior, tinha seu cheiro, dormi agarrada a ele, depois de ligar a ela para assegurar que chegara em segurança em casa e trocarmos palavras carinhosas de boa noite.
Na manhã seguinte, acordei cedo, estava ansiosa pra rever minha namorada, mesmo que tivéssemos que ser discretas no hospital, só de vê-la meu dia estaria completo.
Dona Lúcia já estava na cozinha com a mesa posta, me deu apenas um bom dia, eu, ainda sem graça pela cena que ela testemunhara na sexta, apenas respondi, apressando-me para sair daquele silêncio constrangedor.
O hospital estava tranqüilo, atípico para uma segunda-feira, Dr. Roger designou a mim e Kade para acompanhar os casos pós-operatórios, coisa de rotina, não nos tomaria muito tempo.
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Porque eu Sei que é Amor
FanfictionAs vezes os retratos da realidade podem ser mais cruéis e honestos do que estamos dispostos ou programados a suportar. Vivemos a história de muitas pessoas, com muitas pessoas, até acertamos o passo, melhorarmos como seres humanos, termos intermitê...