13 - Pesadelo.

81 18 3
                                    

O chão pareceu sumir sob meus pés, aquela mulher me olhava com o mesmo desprezo do dia anterior, mais uma vez não consegui falar nada até avistar Samanun descendo as escadas do seu quarto, enrolada em uma toalha, com os cabelos molhados.

Joguei o embrulho dos sonhos nos pés de Nita e saí correndo, nem aguardei o elevador chegar, desci pelas escadas mesmo ouvindo os gritos de Samanun me chamando.

Queria sumir, queria morrer. Uma chuva começou a cair quando saí do prédio de Samanun, lembrei da chuva no nosso primeiro encontro e desejei nunca ter  a conhecido para me livrar daquela dor de ser traída pela mulher que eu amava.

Corri pro carro, segurando o volante com força, deixei minha cabeça cair sobre ele e disparei no choro alto, por alguns minutos, até a porta do carona se abrir, era Samanun, encharcada entrando no carro sentando ao meu lado.

- Caraca como você corre, nunca te acompanho...

- Sai daqui Samanun – empurrei-a aos berros.

- Não saio, você vai me ouvir.

- Não vai sair? Saio eu.

Desci do carro, cruzando os braços andando rapidamente sob aquela chuva. Samanun me seguiu no meu carro buzinava e gritava de dentro do veículo.

- KornKamon Phetpailin, entra nesse carro agora, você vai adoecer!

- Não sou sua paciente, doutora!

- Não não é, é minha noiva mal criada!

- Vai se fuder Samanun, me deixa em paz.

- Vai a pé de Bom Sucesso até o Jardim Guanabara debaixo dessa chuva?

- E se eu for o que você tem com isso?

- Ai cabeça dura, se você não entrar largo seu carro nessa chuva e vou andando com você berrando até chegar no seu apartamento!

- Volta pro seu apartamento e pra sua mulher!

Samanun desceu do carro e parecia disposta a cumprir a ameaça.

- Vamos lá começar os berros.

As pessoas nos olhavam abismadas, Samanun sabia o quanto eu odiava um barraco. Voltei correndo pro carro seguida por ela. Até chegar ao apartamento não disse nada. Só deixava as lágrimas se misturarem com a água da chuva no meu rosto. Samanun pegou meu jaleco no banco de trás e me entregou para que me enxugasse. Chegando ao apartamento, ela se surpreendeu quando avancei na sua direção deferindo um tapa na sua face.

- Eu te odeio Samanun, te odeio!

- Mon, me escuta, você está imaginando coisas.. – Samanun dizia passando a mão no seu rosto.

- Como é que é? Eu agora sou louca? Aquela mulher a essa hora de roupão no seu apartamento foi uma alucinação?

- Não Mon...mas tem uma explicação.

- Vamos lá, conta aí a piada do dia, estou mesmo precisando rir.

- Para com esse sarcasmo! Eita mãozinha pesada heim?! Mas escute, Nita foi ontem a noite no apartamento, ela tinha as chaves, afinal alugamos juntas, não tive como impedir que ela entrasse...

- E aí ela te comeu a noite toda? Ou foi o contrário?

- Nossa tá com uma boquinha suja heim?! Mas então... Você me mandou resolver bem a história e foi isso que fiz. Eu precisava exorcizar aquela mulher da minha vida, provar pra mim mesma e pra ela que não existia mais nada entre nós.

- Você fez o exorcismo transando com ela?

- Mais ou menos. Transar com ela era a prova que eu precisava pra saber que eu não a amo mais, nós conversamos e eu disse que não existia outra mulher na minha vida que eu quisesse que não fosse você!
Depois dormi no sofá e ela na cama.

Porque eu Sei que é AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora