We just need to talk

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Ning Yizhuo

Eu e Giselle... ou seria Aeri? Como eu deveria chamá-la? Ah, tanto faz! Desde a primeira vez que Uchinaga e eu nos encontramos naquela sala cheia de espelhos, sabíamos que iríamos nos tornar inseparáveis. Era como se os reflexos dos nossos sorrisos se multiplicassem e criassem uma conexão instantânea. E aí, com o tempo, Minjeong e Katarina se juntaram à nós , formando um quarteto que parecia indestrutível. Mas, à medida que os dias foram passando, eu comecei a sentir uma pontinha de inveja da amizade delas. A relação entre Winter e Karina era tão... Sem filtro.

Agora que eu paro pra pensar: como eu e Giselle podemos ser melhores amigas se sabemos tão pouco uma da outra? E não é só porque eu não conheço o verdadeiro nome dela! Eu não fazia ideia de que ela adorava flertar de brincadeira, que se soltava mais nas mensagens, ou que era super nerd.

Porra, Ning!

— Ning? Você tá bem? — Soojin me puxou de volta à realidade.

Soojin era a única amiga virtual que eu podia encontrar quando quisesse, já que nós duas morávamos na mesma cidade. Às vezes, eu via a Chaeyoung na Espresso, mas ela não era tão aberta pessoalmente.

— Ah, desculpa, Soo — ri, tentando disfarçar. — O que você tava dizendo sobre gatos?

— Cachorros que se comportam como gatos — ela revirou os olhos, meio divertida. — Minha vizinha tinha um, era hilário!

Lembrei de um post que vi sobre gatos que se comportam como coelhos, mas aquilo não era algo que eu realmente estava prestando atenção. Soojin continuou falando sobre a bizarrice dos animais, mas eu estava tão perdida nos meus pensamentos sobre Giselle e a maldita primeira mensagem.

Eu precisava parar de culpa lá.

— Soo, o papo tá muito legal, mas eu preciso ir — disse levantando.

— O que? Você mal ouviu o que eu falei e... Ning!

— Desculpa, amiga, mas se eu correr, talvez eu consiga falar com ela!

— A Giselle?

— Aeri Uchinaga! — Ri, saindo pela porta. — Até mais, Soo!

E lá fui eu, correndo como se não houvesse amanhã. A casa de Soojin ficava do outro lado da cidade, e chamar um Uber seria o mais inteligente. Mas, já era tarde para isso.

Saí de lá às 16h20 e cheguei na Espresso às 17h10, praticamente morta. Assim que entrei, respirei aliviada ao ver Giselle na mesma mesa, mas, para minha surpresa, quem estava na frente dela era o... Jimin? É sério?

Com passos hesitantes, me aproximei da mesa, me apoiando sobre os joelhos e tentando pegar ar.

— Falando em Ning... — Jimin sorriu, brincando.

— Uau, você voltou — Giselle disse, sem nem olhar pra mim. A voz dela soava meio desinteressada.

— Bom, já trago seu café, Gi — Jimin comentou, ainda sorrindo, antes de sair para o caixa. — Jeong! Traz o café da Giselle!

A gente riu, mas eu estava com uma mistura de alívio e frustração. Ele deveria ter ido pegar o café, mas resolveu voltar ao caixa enquanto Jeongyeon revirava os olhos, parecendo cansada da situação.

— Então, não vai se sentar? — Giselle perguntou, finalmente me olhando. Seus olhos brilhavam e eu fiquei paralisada.

Me sentei, ainda sem saber o que dizer. A tensão era tão forte que dava pra cortar com uma faca.

— Por que não foi embora?

— Eu perdi a noção do tempo conversando com a Jeong, mas aí ela teve que atender uns clientes que chegaram e o Jimin assumiu o lugar dela.

𝐓ext 𝐌essages٭ⁿᶦⁿᵍˢᵉˡˡᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora