Capítulo 31

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ELE

- Bom dia – disse ao notar a presença de Sarah. Eu estava fazendo minha devocional e tomando um cafezinho. Era meia-noite, claro, mas eu tive insônia e não consegui dormir então decidi me despertar totalmente e me alimentar da palavra de Deus. Não imaginava que Sarah acordasse tão cedo. Vou ser sincero que estranhei ela estar tão bem arrumada, parecia que iria para algum lugar. Continuei lendo minha Bíblia em silêncio, apesar de isso não deixar o clima confortável. Estávamos tão quietos que ela deve ter se sentido constrangida a não falar nada, e perguntou o que eu lia.

- É minha Bíblia.

- Ah, tá – sorriu de leve, aparentemente para ser educada. Antes que ficássemos em silêncio novamente pensei em algo para iniciar um diálogo agradável, porém me distrai quando percebi que ela pegou quatro pães. Não, ela não iria comer aquilo tudo, quem já se viu isso?! Dei uma de Sherlock Holmes e pensei: ela está arrumada, certamente vai sair, e pegou quatro pães, um para ela e os outros para os que estariam ao seu lado. Logo, entendi tudo o que se passava. Claro que ela e o resto das meninas vão sair escondidas para algum lugar e Sarah veio pegar os ingredientes para um sanduiche apressado. E como eu sabia que era um sanduiche? Percebendo que ela cortou todos os pães ao meio na diagonal, afim de pôr o recheio por ali.

- Vocês vão para onde? – me arrisquei a dizer. Sarah, que no momento abria a geladeira, provavelmente para pegar o recheio, me encarou com os olhos arregalados de surpresa, comportamento que indica que eu estava certo.

- Como...

- Deduzi – ri. Expliquei toda a minha linha de raciocínio enquanto ela pegou queijo e presunto.

- Ok, voçe acertou...mas não conta para ninguém!

- Vão à onde?! – interroguei.

- Vamos à uma festa na praia.

Engoli a seco. Poxa vida, que vida perdida! Que Deus a salve, assim como o resto das meninas. Que tristeza me deu quando lembrei mais uma vez que minha família estava perdida, que não tinha conhecido o Senhor! Ah, como gostaria que eles o conhecessem!

- Tenho que ir, tchau – ela se despediu.

- Adeus, Sarah. – Quando fiquei sozinho, somente com a presença do Espírito Santo, fui a sala, me ajoelhei em frente ao sofá e comecei a conversar com meu Pai.


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