Capítulo 11

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Viramos a madrugada viajando; saímos do Brasil de noite e em Washington de manhã. Me sentia como alguém que já é acostumado a passear pelo o mundo. Ah, respirar o ar americano pela primeira vez foi incrível. O aeroporto estava bem movimentado, creio que isso seja comum. Sinceramente acho que, durante essa viagem, vou passar muitos micos com meu inglês. Assim como qualquer jovem brasileiro, estudo inglês desde de nova, porém isso não quer dizer que eu fale fluente. Carmen será minha auxiliadora, não posso desgrudar dela, pois a moça fala o idioma melhor que eu, afinal tem parentes americanos.

- Vamos fazer o que agora? – olho para Carmen que, assim como eu, estar com o olhar vago pelo local.

- Bom... – Carmen me encarou sínica e fiquei aflita – não faço ideia.

- COMO ASSIM "NÃO FAZ IDEIA"? – me controlo o máximo possível para não dar um grito, mas falhei. Metade do aeroporto nos encara, mas eu pouco me importo, ninguém, ou pelo menos a maioria, entende nosso idioma.

- Eu esqueci dessa parte do plano – ela põe a mão na boca, pensativa. – Era para eu ter pensado onde ficaríamos durante esses dias em Washington.

- Maravilha! – exclamo com uma boa porção de ironia. – Temos que ir para um hotel.

- Querida, raciocina: estamos na capital dos Estados Unidos! Aqui tudo é caro!

- Diga, então, seu plano.

Logo percebo que seus olhos estão na direção de um belo rapaz baixo de cabelo ruivo, um vermelho mais escuro que o meu, e olhos escuros esverdeados. Antes de julgar, vi que ele segurava uma placa que, traduzindo, dizia:

"Alugo uma suíte".

Carmen, sem dizer nada comigo, se adianta e vai até o encontro do jovem. Fiquei sentada segurando as malas e observei de longe o que acontecia. Não conseguia ouvi-los, por causa do barulho no aeroporto, mas notei que pelas expressões a conversa não ia mal. Vejo o rapaz afirmar algo e Carmen vem até mim, enquanto ele espera.

- Amiga, - ela começa - aquele é o Charles. O tio dele construiu uma suíte encima de sua floricultura e agora está alugando. Ele é bom rapaz e disse que pode nos fazer um bom preço por quinze dias. O que acha? Nós podíamos ficar na suíte, não gastaríamos tanto dinheiro como em um hotel.

- Se você topa, eu topo – respondo. – Já que essa é a nossa única opção... – A única coisa que eu queria fazer naquele instante era descansar.

. . .

Charles era um rapaz interessante, tímido e fofo. Carmen conversou durante toda a trajetória de carro até a floricultura, Charles respondia as perguntas dela e às vezes eu entrava na conversa.

- Chegamos – ele disse após ter estacionado. Saímos do carro e ele entramos na loja florida.

- Parece uma floresta aqui dentro – Carmen comentou.

Em meio a tantas flores e folhas, Charles virou para a direita, subiu algumas escadas e abriu uma porta.

- Vocês ficam aqui. – O quarto era excepcionalmente pequeno, porém não tinha jeito, teríamos que ficar ali mesmo.

- Thanks – digo, ele me olha e dá um sorriso. Já disse que sua timidez o tornava ainda mais lindo? Ele saiu do quarto e fechou a porta. Deitei na cama encarando o teto de madeira com um suspiro.

- Sarah – Carmen deitou do meu lado.

- Oi.

- Você está se apaixonando? – Carmen percebeu

Depois de ter me apaixonado miseravelmente por Daniel nunca imaginei que iria permitir que amasse alguém novamente. Isso acontecia com Charles. Afinal, ele era o tipo ideal de rapaz para mim. Será que ele sente o mesmo por mim? Ah, como gostaria de ser amada.



Em que lugar serei amada assim?Onde histórias criam vida. Descubra agora