- Vicent Fletcher! Senhor, pode nos dizer como está se sentindo para um dia tão importante? – James e outros guardas nos protegiam das pessoas e das câmaras em nossa volta. Vicent e eu andávamos de mãos dadas com passo acelerado. Não víamos a hora de entrarmos no carro e ir para o hotel. Vicent ignorou os repórteres, assim como eu.
. . .
- Ah...é tão bom voltar para algum lugar silencioso... – suspirei, ao entrarmos no hotel. Escolhi um quarto separado do dele, pois queria privacidade. Porém não adiantou, ele foi me "visitar" por um tempo.
- Eu diria que é bom te ter novamente – ele me encarou com um olhar apaixonado.
Corei e alguém bateu na porta interrompendo o momento.
- Senhor Fletcher, o senhor está aí? – ouvimos uma voz.
- Sim - respondeu, como se estivesse saindo de um transe. Foi e abriu a porta. Um homem estava atrás da porta.
- Me perdoe Mark, esqueci completamente. Sarah, voçe quer vir me acompanhar? Tenho que dar minha assinatura para eles, para terem certeza que eu sou eu – Vicent riu fraco.
- Claro. Pode ir na frente, eu já vou. – Os dois me deixaram a sós em meu quarto, eu iria trocar de look, vestir algo que não fosse aquela roupa com que eu estava no aeroporto. Fui ao banheiro e vesti uma legging com uma blusa de manga comprida rosa quadriculada. Enquanto calçava meu all star, um dos presentes que ganhei de Vicent, ouvi um toque de celular e vi que Vicent tinha esquecido o seu sobre a cama.
Ava-Lee:
Já chegou no hotel?
Não acreditei no que vi. Então, o sr. Fletcher ainda tinha contato com ex? Que surpreendente traição. Doeu, parecia que aquela dor, que eu senti desde daquela briga com Maliah, chegou ao auge, iria explodir. A dor não era por causa de Ava-Lee, era porque eu sabia que não amava Vicent, não importasse o que ele fizesse. Não me importava se ele estava ou não tendo um relacionamento com a ex, eu só sabia que ele não era o suficiente para mim. O amor não adiantou, tive que admitir isso, infelizmente. Ele me amava, eu via em seus olhos tão expressivos. Mas o amor não adiantou e isso doía, procurei alguém que me amasse para não sentir mais essa sensação, mas quando encontrei descobri que o amor não bastava. Achei que se ele me amasse, eu me sentiria melhor, mas parece que tudo piorou desde então. Olhei para mim mesma, olhei para minha alma, não tem mais jeito. Desisti. Tudo que tentei foi em vão, meu coração saltava, estava ferido. Sangrando. Quanto mais tentava cuidar dele mais sangrava.
- Sarah! – ouvi a voz de Vicent correndo até mim. Eu estava no chão, caída, sem ânimo e sem força para nada. – Voçe está bem? O que aconteceu?! – Olhei para seus olhos. Não conseguia corresponder o amor que havia nele.
- Às vezes, o Universo não permite que duas pessoas se unam e nós temos que aceitar isso.
- Do que está falando?! – perguntou confuso.
- Vicent, entenda, me perdoe – chorei.
- Pelo o que?!
- Por não te amar e fingir isso para tudo ficar bem.
Ele retirou sua mão do meu braço. Olhou para mim, agora com frieza. Eu só queria chorar, chorar amargamente por tudo e todos.
- Siga seu caminho, e eu seguirei o meu – segurei as lágrimas que me pesavam nos olhos e me levantei, deixando-o no chão, processando o que tinha acabado de acontecer. Abandonei-o com o sentimento de culpa, mas era o certo a se fazer. Oh, o pior sentimento é quando você entende que não ama mais aquela pessoa que faz de tudo pra vocês ficarem juntos. Você simplesmente não consegue mais ficar naquele relacionamento e a única forma de sair dele é machucado a outra pessoa e asi mesmo, apesar de você nunca ter desejado aquilo.
Saudade do meu coração inteiro, sem cicatrizes e feridas. Eu não estava bem; estava rindo, conversando com as pessoas, vivendo... mas ainda me sentia vazia, ainda doía. Meu coração estava se tornando uma quantidade absoluta de nada além de dor e eu tentava ser alguém que não era, mesmo que não fosse isso que desejei. Meus olhos ficaram perplexos: minha mãe morreu, meu pai me abandonou, minha irmã e minha única melhor amiga também, feri alguém que me amava e fingi até aquele momento que tudo estava bem, enquanto na verdade tudo desmoronava. Não sabia o que fazer. Estava longe de casa, longe de todos. Nada fazia sentido. Queria ser acolhida, mas não tinha como.
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Em que lugar serei amada assim?
RomanceQueria que a mamãe ainda estivesse comigo, queria que o papai não tivesse me abandonado, queria que minha vida fosse do jeito que eu queria. Por que o mundo me obriga a passar por tanta dor?! Uma vida vazia e sem sentido, essa era minha vida. Preci...