Capítulo 36

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ELA

Eu estava nas ruas de Los Angeles, sem rumo e sem esperança. Ninguém precisava de mim, e eu estava ali, inútil. Andei por todos os cantos e quando cheguei até uma ponte, sentei no meio fio e peguei meu celular. Fui na galeria para olhar fotos antigas. Minha mãe, que saudade. Queria deitar minha cabeça em seu colo e chorar até a dor passar.

- Mãe, socorro, me tira daqui; preciso de ajuda – chorei. - Eu nunca pensei que perderia meu caminho. Agora tudo o que preciso é de algo para me puxar para fora da escuridão, onde estou presa. Estamos em mundos separados, e me sinto sozinha, abandonada. Ninguém se importa comigo. Meu coração quer "casa", mas nada me satisfaz. Tudo que eu realmente quero agora é ouvir o que você diria para mim nesse momento. Como seria bom estarmos juntas novamente!

Juntas; a palavra ecoou em minha mente. Separadas pela vida e a morte. Droga, estou vivendo enquanto a melhor pessoa que já conheci está morta. Em minha mente estava um turbilhão de desgraças. Me levantei por impulso. Fui até a beira da ponte. Olhei lá embaixo. Abismo. Águas, profundas e impetuosas, o resto era somente escuridão. Me inclinei mais um pouco. Senti uma força me puxando para baixo, porém não fiz nada, deixei meu corpo ir. De repente, quando menos esperava e quando já estava prestes a cair de vez, ouvi uma voz.

A luz é melhor que as trevas.

Me arrepiei. Algo parecia me puxar para trás. "Tem alguém atrás de mim?". Me virei, vi somente o vulto dos carros passarem e nenhuma alma vivente. "O que está acontecendo comigo?", pensei. Me inclinei para a frente novamente.

Teus dias de tristeza terão fim.

Me virei de vez. O que era aquilo. Procurei com os olhos o dono da voz suave. Fiquei parada, sem entender o que acontecia. "É uma brincadeira?".

Das trevas resplandeça a luz.

Ouço mais uma vez. Os carros passando velozmente diante de mim. Olhei para os dois lados, não havia ninguém. A ponte estava deserta. Retornei a sentar no meio fio tentando desvendar o que acontecia comigo. Um carro parou em minha frente de supetão.

- Sarah! 

Em que lugar serei amada assim?Onde histórias criam vida. Descubra agora